Pesquisar por:
Atriz Zeca de Abreu celebra 30 anos de carreira com espetáculo “A Filha da Monga” - Foto: Gabrielle Guido
Atriz Zeca de Abreu celebra 30 anos de carreira com espetáculo “A Filha da Monga”

A atriz Zeca de Abreu celebra seus 30 anos de carreira com a encenação do espetáculo A Filha da Monga, no Domingo no TCA, projeto dominical do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. O monólogo, que marca a formatura da artista na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem texto inédito e direção assinados por Luiz Marfuz. A exibição acontece neste domingo (dia 26), às 11h, no canal do TCA no YouTube e, por conta da classificação indicativa, às 22h, na TVE Bahia. A peça poderá ser assistida no YouTube do TCA até o dia 29 de setembro, quarta-feira.

A Filha da Monga nasceu na formatura de Zeca, resgatando um ciclo interrompido há três décadas, quando a artista deixava a graduação na UFBA para integrar elencos de peças profissionais. O espetáculo solo traça a história de uma jovem que é obrigada pelo padrinho a trabalhar num parque de diversões no papel da mulher que vira monstro, a Monga, seguindo os passos da mãe. Ela tenta quebrar essa cadeia de sucessão para poder viver os ritos de passagem de sua vida na infância, na adolescência e na vida adulta. Para isso, precisará enfrentar a hostilidade dos homens que, antecipadamente, reservaram um papel para ela. Entre a realidade e a imaginação, a trama percorre a jornada de afetos da história dessa mulher.

“A peça procura tocar algumas questões incômodas que atravessam temas e instituições como a escola, a família, a religião, a psiquiatria, a sexualidade, a violência doméstica e a indústria de entretenimento. Trata-se, no fundo, da reconstituição da jornada de afetos e agruras de uma mulher”, conta Luiz Marfuz, que escreveu a obra especialmente para Zeca após um pedido da atriz que aconteceu três anos atrás. Naquela época, os dois se reuniram, Marfuz escreveu algumas cenas, mas a história não avançava muito. Foi então que, em dezembro de 2020, já durante a pandemia, o projeto foi retomado.

“Escrevi o texto entre janeiro e março deste ano, a maior parte em Coaraci, minha cidade natal. Foi aí que me veio a lembrança da Monga, fenômeno que sempre acompanhei nos circos e parques de diversões do interior e que me intrigava muito. Eu ficava fascinado por aquela transformação e só mais tarde vim a saber que era um truque de espelho, que mulher nenhuma virava monstro”, ressalta Luiz Marfuz.

Para Zeca de Abreu, é uma estreia especialmente simbólica, pois marca o seu retorno à Escola de Teatro depois de uma carreira artística consolidada, premiada como atriz e diretora, com dezenas de trabalhos em teatro, cinema e televisão. “Estou ao mesmo tempo completando 30 anos de carreira e me formando no curso de Interpretação Teatral na Universidade Federal da Bahia. Me formar tem muitos significados. Voltei a estudar porque acredito que a vida é um eterno aprendizado”, comenta Zeca. Explorando o diálogo entre o teatro e a linguagem audiovisual, A Filha da Monga foi ensaiada remotamente e gravada no Galpão Wilson Melo, no Forte do Barbalho, em Salvador.

O espetáculo tem direção musical de Luciano Salvador Bahia, cenário de Zuarte Júnior, figurino de Maurício Martins, desenho de luz de Fernanda Paquelet, preparação vocal de Iami Rebouças, assistência de direção de Mateus Schimith, Lucas Modesto e Ícaro Bittencourt, câmera de Hilda Lopes Pontes, Klaus Hastenreiter  e Thiago Duarte, montagem de Klaus Hastenreiter, roteiro audiovisual de Luiz Marfuz e Lucas Modesto, produção executiva de Gabrielle Guido, coordenação de produção de Luiz Antônio Sena Jr, além da participação em voz off dos atores e atrizes Aicha Marques, André Tavares, Edu Coutinho, Iami Rebouças e Kaika Alves. O projeto é uma realização da Escola de Teatro da UFBA e da Ouroboros Companhia de Investigação Teatral.

Serviço:

O quê: Espetáculo “A Filha da Monga” no projeto Domingo no TCA

Quando: domingo (dia 26), às 11h no YouTube do TCA e às 22h na TVE Bahia

Quanto: Ingresso gratuito

Classificação: 14 anos

Espetáculo "Medeia Negra" retorna em temporada presencial em Salvador - Foto: Ricardo Boni
Espetáculo “Medeia Negra” retorna em temporada presencial em Salvador

O espetáculo solo Medeia Negra retorna em curta temporada presencial no Teatro Sesc Pelourinho, em Salvador, marcando a retomada das atividades com público no espaço cultural da capital baiana. A premiada montagem volta em cartaz para celebrar esse momento e os três anos de estreia do espetáculo. Medeia Negra, estrelado pela atriz Márcia Limma, recria o mito grego para os contornos reais da voz, do corpo e do pensamento de uma mulher negra.  A temporada acontece nesta quinta, sexta e sábado (dias 2, 3 e 4) e na próxima sexta e sábado (dias 10 e 11), às 19h, com ingressos a R$40 (inteira) e R$20 (meia entrada).

A temporada marca a retomada das apresentações presenciais em Salvador, que foram autorizadas pela prefeitura no último dia 9 de agosto com novas medidas de segurança para evitar a transmissão da Covid-19. O Teatro Sesc Pelourinho terá a capacidade reduzida em 40%, com apenas 60 espectadores por apresentação, seguindo o distanciamento entre o público e também entre artistas e plateia, além de controle de temperatura no acesso ao teatro.

Durante a pandemia, Medeia Negra foi visto por mais de 6 mil pessoas de todo o País em formato on-line pela plataforma SESC Em Casa. O espetáculo também foi apresentado em festivais no Uruguai, Alemanha e Portugal, além de São Paulo, Ceará e diversas cidades do interior da Bahia em 2018. No ano seguinte, Márcia Limma foi indicada ao Prêmio Braskem de Teatro 2019, na categoria melhor atriz.

A narrativa expõe as opressões da mulher negra em diferentes lugares de fala e tempos históricos, como um grito contundente contra a estrutura social que a marginaliza, julga e aprisiona. Com elementos musicais, do jazz e blues americanos, referências políticas e da intelectualidade negra, como Ângela Davis, Djamila Ribeiro e Grada Kilomba, a peça provoca o público a refletir sobre o seu lugar no processo de descolonização dos mitos e práticas patriarcais e racistas.

O espetáculo foi fruto da pesquisa da atriz no Mestrado em Artes Cênicas, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e envolveu mulheres em situação de encarceramento no principal complexo penal de Salvador. As internas participaram das oficinas teatrais conduzidas por Márcia Limma. Em uma delas, após estudar diferentes versões do mito, as internas escreviam cartas à Medeia. As emoções e desejos registrados nessa ‘troca de mensagens’, assim como referências do dia-a-dia das mulheres, fazem parte da dramaturgia.

“São histórias de uma Medeia que foi enegrecida a partir dessa convivência. Nós partimos do clássico de Eurípedes, mas trazemos contornos reais a partir deste corpo negro e da convivência com mulheres criminalizadas. Isso justamente para colocar o feminismo negro no protagonismo da cena”, explica a atriz.

Desde o início do espetáculo a plateia é tensionada pelo binarismo masculino e feminino. Ao centro, Márcia Limma reverencia a religiosidade afrobrasileira e contrapõe a tradição grega a arquétipos das divindades como Nanã, Iansã, Exu e Omolu na construção do corpo-político que evoca o poder das mulheres de reagir às violações e lutar pela libertação de todo um povo. A cenografia valoriza e destaca o trabalho da protagonista, recriando o universo mítico com elementos do afrofuturismo.

Serviço:

O quê: Espetáculo Medeia Negra

Quando: quinta, sexta e sábado (dias  2, 3 e 4) e sexta e sábado (dias 10 e 11), às 19h

Onde: Teatro SESC Pelourinho (Largo do Pelourinho, 19, Centro Histórico de Salvador)

Quanto: ingressos a R$40 (inteira) e R$20 (meia entrada). Capacidade total do teatro reduzida para 60 lugares, a fim de garantir distanciamento entre o público.

Prêmio Braskem de Teatro vai avaliar espetáculos on-line - Foto: Bigter choi / Pixabay
Prêmio Braskem de Teatro vai avaliar espetáculos on-line

Adaptado ao cenário atual de pandemia, com os teatros e espaços culturais fechados, o 28º Prêmio Braskem de Teatro vai avaliar os espetáculos on-line produzidos por grupos baianos. A novidade revela a capacidade de resiliência da mais tradicional premiação das artes cênicas na Bahia, reconhecendo que o teatro não parou de respirar e se manifestar mesmo nesse momento atípico provocado pela Covid-19.

“A classe artística foi duramente impactada pelas restrições impostas pela pandemia, mas mesmo assim se ressignificou e buscou novas formas de fazer arte. A Braskem acredita nessa capacidade de transformação das pessoas, por isso nosso esforço para continuar incentivando o teatro baiano e valorizando a força e dedicação dos artistas e de todos os profissionais que acompanham a cena teatral”, afirma Ana Laura Sivieri, diretora de Marketing e Comunicação da Braskem, que patrocina a premiação em parceria com o Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.

O prêmio, que é realizado pela Caderno 2 Produções, contemplará peças baianas inéditas produzidas entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. Os espetáculos serão avaliados a partir desta quarta-feira (dia 1º/09), pela Comissão Julgadora formada pelo dramaturgo, roteirista, ator e apresentador de TV Aldri Anunciação; pela pós-doutora em artes cênicas e professora da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Alexandra Dumas; pelo ator-performer, autor, diretor, professor e produtor Fabio Vidal; pelo artista, pesquisador e curador Felipe Assis; e pela produtora e gestora cultural Virginia Da Rin.

Com as novas possibilidades proporcionadas pelo formato on-line, os jurados estão com boas expectativas para os novos espetáculos que chegam na cena teatral baiana. “Estamos testemunhando uma mudança de paradigmas e, portanto, acompanhando em tempo real as hesitações, contradições, dúvidas e soluções que têm ocupado os processos de criação e a pesquisa da linguagem”, avalia Felipe Assis. Para ele, apesar de perder as “soluções estéticas presenciais” que colocam público, artistas e obras no mesmo espaço físico, o ambiente on-line proporcionam recursos que podem apontar perspectivas reveladoras. “Acredito que, neste caso, podemos nos surpreender com os trabalhos e os novos pontos de contato que o teatro pode nos apresentar”, acrescenta.

Mais do que se adaptar ao novo suporte, a pós-doutora e professora Alexandra Dumas diz que os artistas conseguiram criar poéticas de encenação totalmente atravessadas pela imposição do distanciamento e isolamento social provocado pela pandemia. “Isso implica diretamente num panorama teatral contemporâneo com maior exploração e interseção de linguagens, pesquisas tecnológicas e experimentações corporais, interações cênicas com equipamentos de registros audiovisuais e de iluminação. Apesar de toda dificuldade, os artistas e criadores têm nos dado respostas interessantes”, explica.

Para Aldri Anunciação, essa edição do Prêmio Braskem de Teatro também terá a missão de balizar esse movimento experimental vivido pela arte cênica. “Acho muito importante abrir janelas de avaliação desse momento cênico on-line. Contribui como uma resposta técnica aos artistas que estão na cena on-line”.

As novas narrativas não são um desafio apenas para os diretores e atores, os jurados também terão que se ressignificar. “Devemos encarar como o compromisso de assistir e avaliar com outro olhar, diferente do olhar acostumado com o ambiente, o clima e a magia do palco-plateia.  Será preciso estar aberto e atento ao que os recursos audiovisuais podem revelar e proporcionar”, pondera Virginia Da Rin.

Como todos os espetáculos serão assistidos remotamente, os trabalhos do interior vão concorrer as categorias da premiação juntamente com as peças dos grupos teatrais de Salvador. “É um processo de paridade de concorrência que se estabelecerá entre as produções do interior e da capital, que serão avaliadas pela mesma comissão”, comemora Fabio Vidal. Para ele, esse formato remoto também rompe as barreiras geográficas para o público. “Perdemos a potência cênica do contato físico e da presença do público, mas ganhamos a possibilidade de acesso a pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo”.

Os trabalhos da 28º Comissão Julgadora do Prêmio Braskem de Teatro serão coordenados por Fernando Marinho, ator, diretor teatral, artista visual e presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões da Bahia (SATED/BA). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comissao@premiobraskemdeteatro.com.br.

Espetáculo "Carta para Violeta" apresenta diálogo entre teatro e cinema - Foto: Cecília Patrício
Espetáculo “Carta para Violeta” apresenta diálogo entre teatro e cinema

O espetáculo solo Carta para Violeta, que apresenta um diálogo entre as linguagens de teatro e cinema, será uma das atrações da programação virtual do Centro Cultural Banco do Nordeste deste fim de semana. Nesta sexta-feira (dia 27), às 18h, a atriz Débora Ingrid apresenta o espetáculo inspirado na vida e obra da cantora chilena Violeta Parra, autora de canções como, Gracias a la vida e nas memórias da casa de barro da sua avó Terezinha, em Russas, no interior do Ceará, onde foi gravado o projeto.

Carta para Violeta propõe um encontro inusitado, entre uma atriz do interior do Ceará com um símbolo da arte popular da América Latina. Movimento propício para rever as memórias afetivas de um terreiro com embolada de coco, as memórias das canções das mulheres do Sertão, as memórias de amores intensos e dolorosos, memórias de luta contra a fome e a injustiça.

Este é um projeto de vídeo-teatro, unindo a cena teatral com um olhar cinematográfico que faz parte da experiência da atriz e produtora cultural de Russas, cidade à 165 km de Fortaleza. Apesar de jovem, Débora Ingrid já trabalha com teatro, dança e cinema há quase 20 anos, sendo premiada como melhor atriz em 2014, no Festival Paulínia de Cinema, pela atuação no filme A história da Eternidade, de Camilo Cavalcante.

Outra atração teatral

No domingo (dia 29), às 20h, a Trup La Confusion, da cidade de Cajazeiras (PB), encena o espetáculo O palhaço chegou, que conta a história do palhaço Hanuntem. Em virtude das dificuldades enfrentadas pelo circo, ele decide abandonar a profissão e viajar para o Sudeste do país, para trabalhar no corte de cana. Sabendo disso, o palhaço Chapo, seu parceiro de picadeiro, propõe uma última apresentação no Circo La Confusion, na tentativa de que a plateia convença Hanuntem a desistir de sua decisão.

Serviço:

O quê: Espetáculo Carta para Violeta (Russas – CE)

Quando: sexta-feira (dia 27), às 18h

Onde: no canal no YouTube do Centro Cultural Banco do Nordeste


O quê: Espetáculo O palhaço chegou (Cajazeiras – PB)

Quando: domingo (dia 29), às 20h

Onde: no canal no YouTube do Centro Cultural Banco do Nordeste

Descoberta da sexualidade é tema da versão audiovisual do espetáculo Dois a Duas
Descoberta da sexualidade é tema da versão audiovisual do espetáculo Dois a Duas

A descoberta da sexualidade de mulheres lésbicas é o tema central do espetáculo Dois a Duas, que ganhou versão audiovisual nesta pandemia. A montagem será apresenta nesta quarta-feira (dia 28), às 21h, no canal da FundArt – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (SP), no YouTube. Escrito por Maria Fernanda de Barros Batalha e dirigido por Erica Montanheiro e Mariá Guedes, o espetáculo foi o vencedor do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), em 2018, na categoria melhor espetáculo para público jovem.

Bruna Betito, Daniela Flor, Jhenny Santine, Luis Seixas e Luzia Rosa formam o elenco que dá vida a história de Lígia, uma estudante de uma escola particular de São Paulo, na qual sua mãe trabalha como bedel. Por ser a aluna mais dedicada da turma, acaba ficando muito próxima da professora de literatura, Cecília. Seus melhores amigos, Ana e Márcio, vivem uma conturbada relação e Ligia só quer que o ensino médio acabe logo.

Dois a Duas nasceu da vontade da dramaturga Maria Fernanda de Barros Batalha (que é mulher, lésbica e trabalha com adolescentes há cerca de uma década e meia) de falar com o público jovem sobre problemas e questões que sempre afligem adolescentes: amadurecimento, conquista de espaço, descobertas sexuais, racismo, machismo, ética e choque de gerações.

“Quando recebi o convite para dirigir a montagem, fizemos uma leitura do texto e surgiu a ideia de alterarmos a história e para falarmos de uma jovem negra. Foi aí que vi que a direção não podia ser assinada só por mim e resolvemos chamar a Mariá para compartilhar essa tarefa”, explica Erica. Mariá completa que, já que estavam contando a história de uma mulher, resolveram também se cercar de profissionais femininas na montagem (o que se repete nessa versão online), tendo alguns poucos homens na equipe. “Cerca de 90% dos profissionais envolvidos são mulheres”, contabiliza Mariá, explicando que a decisão contribui para que signos e a comunicação com o público ganhe proximidade.

O espetáculo para a versão audiovisual foi captado e editado pela Bruta Flor Filmes. Para as diretoras, transpor o espetáculo dos palcos para as telas não foi tão complicado porque na cabeça delas, Dois a Duas sempre teve uma pegada cinematográfica, às vezes funcionando como videoclipe. A principal questão foi como estabelecer a relação que se tinha com o público no palco. “O público ficava inserido na cena e, dependendo de onde estava sentado, acompanhava uma peça diferente sempre. Na versão audiovisual, nós trabalhamos mais a questão de que os personagens, assim como pessoas normais, não são maniqueístas e possuem diversas facetas. Ninguém é, essencialmente, mau ou bom. Além do que, em vez de o público acompanhar diferentes versões, ganham diferentes versões de um mesmo acontecimento dependendo do personagem que narra o fato”, conta Érica.

A trilha sonora de Dois a Duas inclui músicas de Nina Simone, Tim Maia, As Bahias e a Cozinha Mineira, Mc Linn da Quebrada, Cássia Eller e outros. A banda, que na versão teatral era uma das grandes atrações, agora entra no espetáculo de algumas outras maneiras, como compondo os alunos da escola onde se passa o espetáculo, mas as músicas continuam de maneira forte. A trilha traz músicas que conversam com o universo da dramaturgia, seja pela temática ou pelos intérpretes. São elas: Ain’t got no life, de Nina Simone, Leiam o livro, de Tim Maia, Jaqueta Amarela, As Bahias e a Cozinha Mineira, All you need is love, dos Beatles, Romeu and Juliet love theme, de Nino Rota, I’ll be seeing you, Billie Holiday, Natural Woman, Aretha Franklin, Bixa Preta, Mc Linn da Quebrada, e Gatas extraordinárias, Cássia Eller.

Oficina gratuita

Com o intuito de compartilhar o processo de concepção e criação do espetáculo Dois a duas e o diálogo entre dramaturgia e direção, as diretoras Erica Montanheiro e Mariá Guedes e a dramaturga e idealizadoras do projeto, Maria Fernanda Batalha, farão uma oficina que funciona como uma provocação teórica e prática sobre a escrita cênica e a direção, a partir do olhar criativo da potencia intuitiva e pessoal para transformá-la em ficção levando em consideração o lugar de fala, podendo ou não deslocá-lo. O trio parte de materiais de pesquisas e vivências pessoais dos participantes como ponto motor para a criação artística. A atividade acontecerá de maneira remota, pela Oficina Cultural Oswald de Andrade, nos dias 16 e 17 de agosto, das 18h30 às 21h30.

Serviço:

O quê: Espetáculo Dois a Duas

Quando: quarta-feira (dia 28), às 21h

Onde: no canal da FundArt – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (SP), no YouTube

Quanto: Gratuito

Classificação etária: maiores de 12 anos.

Espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra temporada no Teatro Vila Velha
Espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra temporada no Teatro Vila Velha

O espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra, neste fim de semana, temporada no Teatro Vila Velha, em Salvador. Primeira versão brasileira da obra de Jorgelina Cerritos, uma das mais importantes dramaturgas de El Salvador, Do Outro Lado do Mar ganhou encenação em formato digital assinada pelo diretor baiano Marcio Meirelles. A última apresentação da montagem acontece neste domingo (dia 20), às 19h, com transmissão ao vivo, no canal Novo Vila Virtual, palco virtual do Teatro Vila Velha no YouTube. Os ingressos custam a partir de R$ 10 e estão à venda pelo site www.sympla.com.br/vilavelha.

O elenco de Do Outro Lado do Mar é formado pela atriz Andréa Elia e pelo ator Edu Coutinho, que também assina a tradução do texto para o português, com a colaboração de Meirelles. O texto, que rendeu à autora Jorgelina Cerritos o prêmio Casa de las Américas, em 2010, já foi montado em países como Cuba, Costa Rica, Guatemala, Panamá, República Dominicana e Estados Unidos. “O texto estava entre uma série de livros latino-americanos de dramaturgia que comprei numa espécie de feira, num festival de teatro, e que ainda não tinha lido. Edu e eu tínhamos o desejo de montar uma nova peça juntos, então entreguei os livros para que ele lesse e propusesse. Um dia ele me falou que era este, mandou parte da tradução e topei”, conta Marcio Meirelles.

“É um texto que nos pega primeiro pela poesia, pela beleza das imagens contidas nas palavras, e que vai sutilmente nos virando de frente para as contradições dessa sociedade ocidental, capitalista, que padroniza os modos de vida e determina quais vidas valem mais, quais valem menos, quais aquelas que nem sequer existem”, comenta Edu Coutinho, ator e produtor do espetáculo. “Me encantei na primeira leitura e imediatamente comecei a traduzir. Eu e Marcio convidamos Andréa Elia para interpretar a personagem feminina e, em poucas semanas, já estávamos ensaiando, revendo juntos a tradução, montando a equipe, conversando com a autora”, explica Edu.

Do Outro Lado do Mar acontece em uma praia deserta, onde foi instalado um balcão de atendimento da prefeitura para serviços burocráticos. Ali, uma funcionária pública dedicada e prestes a se aposentar espera sozinha alguém que apareça precisando do seu trabalho. De um barco chega um homem jovem, sem nome ou sobrenome, que não sabe onde nasceu, em busca da emissão de um documento que comprove a sua existência. Assim surge uma história sobre identidade real e identidade oficial carregada de poesia que, com aparente simplicidade, provoca uma profunda reflexão sobre o trabalho, a solidão e a busca de identidade.

A autora salvadorenha Jorgelina Cerritos tem também sido uma parceira do projeto desde o início. É a primeira vez que um texto seu é montado por artistas brasileiros. “É muito significativo que a peça tenha a capacidade de dialogar com criadores, criadoras e espectadores da cena internacional, pois me confirma a universalidade e a força da palavra dramática, essa palavra que nos habita e nos fecunda para além das fronteiras”, ressalta Cerritos.

A direção musical do espetáculo Do Outro Lado do Mar é assinada por Caio Terra e Ramon Gonçalves. Integram ainda a equipe artística da montagem brasileira Clara Trocoli, responsável pela assistência de direção; Rafael Grilo, responsável pela produção audiovisual; Erick Saboya, que assina o cenário; e Moisés Victório, que assina o desenho de luz e a transmissão ao vivo.

Serviço:

O quê: Espetáculo Do Outro Lado do Mar

Quando: domingo (dia 20/06), às 19h

Quanto: ingressos a partir de R$ 10 a venda pelo site www.sympla.com.br/vilavelha

Onde: Transmissão on-line pelo canal Novo Vila Virtual – palco virtual do Teatro Vila Velha no YouTube

Espetáculo O Encantado abre temporada de junho do TCA de Braços Abertos
Espetáculo O Encantado abre temporada de junho do TCA de Braços Abertos

O espetáculo O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião abre temporada do mês de junho do TCA de Braços Abertos. Neste mês o projeto do Teatro Castro Alves (TCA) apresenta obras que se debruçam sobre as temáticas nordestinas. O Especial Nordestes, que homenageia o período de festejos juninos, começa nesta quarta-feira (dia 2/06), às 19h, com o espetáculo do Coletivo Canduras e Artes. A obra poderá ser assistida até o próximo domingo (dia 6), no canal do TCA no YouTube. O registro em vídeo foi feito na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador, com direção e edição de Edinilson Motta Pará, e direção de fotografia de Denilson Mota. A trilha sonoro do espetáculo é executada pelo músico Igor Reis com a atuação de Ricardo Stewart.

O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião se baseia em fatos que marcaram o movimento Sebastianista. Com trilha sonora original, executada ao vivo, o ator Ricardo Stewart transita por personagens da cultura sertaneja. A trama acompanha momentos históricos ocorridos no século 19, em Pernambuco, onde líderes messiânicos pregavam vida próspera para o povo do Sertão. Nesses lugares, formavam-se comunidades com centenas de pessoas que seguiam os beatos e suas pregações de que o rei português Dom Sebastião (morto no século 16 em batalha contra os mouros) ressuscitaria ali, trazendo riqueza e prosperidade para os pobres e necessitados.

Assim, nasceria um reino encantado, liderado pelo monarca, revivendo a lenda lusitana sobre o rei que restauraria a soberania do Império Português, para livrar o povo das mazelas, distribuir riqueza e terras, enriquecer os pobres e libertar as pessoas negras da escravidão. Dom Sebastião foi um Rei português, morto em 1578, aos 24 anos, ao se lançar numa Cruzada, rumo ao Marrocos, na tentativa de converter mouros em cristãos. Ele despareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, e o seu corpo nunca fora encontrado.

A dramaturgia do espetáculo se constrói a partir de informações coletadas, principalmente, na obra Memória sobre o Reino Encantado na Comarca de Villa Bella, de Antonio Ático de Sousa Leite; primeiro registro escrito sobre os acontecimentos da Pedra Bonita. E também colhe material nas citações de outras obras da literatura brasileira, como O Reino Encantado: Crônicas Sebastianistas, de Tristão de Alencar Araripe Jr.; Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna; Pedra Bonita, de José Lins do Rego, além de relatos de historiadores e artigos de pesquisadores.

Criado em 2013 pelo diretor de teatro Edinilson Motta Pará e pela atriz, escritora e arte-educadora Cilene Canda, o Coletivo Canduras e Artes nasceu parar criar um espaço do fazer artístico, através de montagens teatrais, espetáculos de contação de estórias, cursos e workshops.

Próximos espetáculos do TCA de Braços Abertos em junho

Nesta sexta-feita (dia 4), o espetáculo Golpes no Ventre, solo de Jane Santa Cruz, com texto e direção de Fernando Santana, integra a programação do mês de junho no TCA de Braços Abertos, mas não compõe o Especial Nordestes. Na quarta-feira (dia 9), ainda na temporada de junho do TCA de Braços Abertos, será apresentado o documentário A Construção da Travessia. O registro audiovisual, que aborda o processo de montagem do espetáculo A Travessia do Grão Profundo, com texto e direção de Paulo Atto, ficará disponível no YouTube do TCA.

Lançado em 2020, o TCA de Braços Abertos é uma janela oferecida pelo Teatro Castro Alves para exibição de iniciativas culturais em seu canal de YouTube, assim como ocorria na ocupação dos palcos do Complexo antes da pandemia. O projeto TCA de Braços Abertos teve apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo/Governo Federal. 

Serviço:

O quê: Projeto TCA de Braços Abertos” apresenta o espetáculo O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião

Quando: quarta-feira (dia 2/06), às 19h

Onde: Exibição no canal do Teatro Castro Alves no YouTube

Classificação: 14 anos