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Museu pernambucano realiza live musical para celebrar o Dia Nacional do Frevo - Foto: Rafael Veloso
Museu pernambucano realiza live para celebrar o Dia Nacional do Frevo

O museu pernambucano Paço do Frevo realiza uma live especial para celebrar o Dia Nacional do Frevo, nesta terça-feira (dia 14). O Paço, que é o Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo, em Recife (PE), vai promover a apresentação especial e virtual da Orquestra Arruando, com a presença do saxofonista e maestro Edson Rodrigues. A programação começa às 19h, com transmissão no canal do museu no Youtube.

No calendário pernambucano, a data é a segunda dedicada ao gênero musical que é patrimônio cultural do Brasil e da humanidade. O frevo também é celebrado localmente no dia 9 de fevereiro, na terra onde nasceu. A data local faz referência à primeira vez que o termo “frevo” foi citado na imprensa, no Jornal Pequeno do Recife, em 1907. Já o 14 de setembro diz respeito à data de nascimento do jornalista Osvaldo Almeida, responsável por formalizar o batismo do frevo na imprensa.

O show virtual, especial e inédito da Orquestra Arruando trará no repertório músicas das principais fases do Frevo, ao longo de seus mais de 100 anos de existência, gravadas recentemente pela Orquestra. Composições dos pernambucanos Capiba, Zé Menezes, Capitão Zuzinha e Banda de Pau e Corda, além do cearense Fausto Nilo e dos baianos Caetano Veloso e Armandinho, serão executadas ao vivo. A live será transmitida do terceiro andar do museu.

A apresentação marca o lançamento do projeto O Frevo vive, o Frevo pulsa, o Frevo continua, da Orquestra Arruando, que reúne o documentário O Frevo: conversas livres com os mestres e cinco shows inéditos do conjunto. A playlist com os seis vídeos será disponibilizada nos canais do YouTube do Paço do Frevo e da Orquestra Arruando.

O longa-metragem O Frevo: conversas livres com os mestres, dirigido por Nilo Otaviano e Lucas Fitipaldi, apresenta a opinião de 12 músicos, Mestres-Vivos do Frevo e pesquisadores sobre o que foi, é e pode vir a ser o Frevo. Já os shows, gravados sem público no Teatro do Parque e Arena Pernambuco, no início deste ano, são temáticos: O Frevo dos Anos 60-70-80, A Universal Música Pernambucana, Clássicos Natalinos Arranjados nos Ritmos Pernambucanos, O Frevo de José Constantino e, lançando a Camerata Arruando, o show O Novo Sotaque da Música Pernambucana. O projeto “O Frevo vive, o Frevo pulsa, o Frevo continua” foi realizado por meio da Secult-PE, com recursos federais da Lei Aldir Blanc.

Formada em 2013, a Orquestra Arruando traz no seu nome o local de origem do próprio Frevo: a rua, seja ela do bairro de São José, de Santo Antônio, da Boa Vista ou as ladeiras de Olinda. O projeto foi criado com a meta de implementar um projeto de valorização da música e da dança que são patrimônio cultural. Em sua formação completa, a Orquestra Arruando conta com cerca de 40 integrantes. Mas, para homenagear o Frevo no seu dia nacional e manter o distanciamento necessário à prevenção da Covid-19, vai se apresentar no Paço do Frevo com formação reduzida e celebrar com segurança.

Paço do Frevo – O Paço do Frevo, espaço cultural mantido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil.

Registrado patrimônio pela UNESCO e pelo IPHAN, o frevo é um convite à celebração da vida, por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo.

Ao longo de sete anos, recebeu mais de 700 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 600 apresentações artísticas, em atividades presenciais e virtuais, que incluem o denso engajamento de seus mais de 60 mil seguidores nas redes sociais.

Serviço:

O quê: Live da Orquestra Arruando no Paço do Frevo para celebrar o Dia Nacional do Frevo

Quando: terça-feira (dia 14), às 19h

Onde: do 3º andar do Paço do Frevo com transmissão pelo canal do Paço do Frevo do YouTube

Fernanda Vasconcellos protagoniza o suspense "A Cisterna", inspirado em fatos reais - Foto: Kenny O'lle
Fernanda Vasconcellos protagoniza o suspense “A Cisterna”, inspirado em fatos reais

A atriz Fernanda Vasconcellos é a protagonista do filme A Cisterna, escrito e dirigido por Cristiano Vieira. O suspense, que é inspirado em fatos reais, entrou nas plataformas de streaming essa semana. O filme conta a história de Lorena Ribeiro, personagem interpretada por Fernanda Vasconcellos, uma jornalista premiada, reconhecida nacionalmente, que vive um momento de plena ascensão na carreira. Seus planos são interrompidos da noite para o dia, quando ela é sequestrada e presa em uma cisterna. Lutar contra seus medos para sobreviver e desvendar o motivo do sequestro é o que move a trama deste thriller.

Em seu programa jornalístico em Brasília, a personagem Lorena revela o envolvimento de um importante político no desvio de recursos para obras, denuncia um suposto caso de pedofilia, fazendo com que um padastro perca a guarda de sua enteada, e vai contra as orientações do diretor, alegando liberdade editorial. Enquanto brilha profissionalmente e atrai inimigos por conta de suas matérias, a protagonista tenta conciliar o trabalho com a criação de uma filha pequena.

Segundo o diretor, Lorena foi inspirada na história de diversas mulheres, mães, que precisam se submeter a um mundo predominantemente machista e jogar pelas regras dos homens. O longa também levanta a discussão sobre audiência a qualquer custo e julgamentos precipitados. “O filme discute muitas coisas, mas minha intenção prioritária era levar o espectador a fazer um julgamento baseado nas poucas informações que recebe e depois confrontá-lo a olhar por outro ângulo“, comenta o diretor Cristiano Vieira.

O elenco do filme traz ainda o ator chileno Cristobal Tápia Montt como algoz da protagonista, além de Juan Alba e Luíza Guimarães. O filme foi rodado antes da pandemia, em setembro de 2019, na cidade de Brasília, e chegou este mês as plataformas iTunes, Now, Google Play, Vivo e Oi. A Cisterna faz parte da seleção oficial do New York Cinema Festival, tendo sua estreia internacional no festival que começará a partir do dia 24 de outubro. O filme também integrou a seleção oficial do Festival de Havana na edição de 2020.

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- Foto: Mauro Samagaio
Clássico Teatro do Copacabana Palace será reaberto após 27 anos

O hotel Copacabana Palace, famoso cartão postal arquitetônico do Rio de Janeiro, anunciou para novembro de 2021 a reabertura do seu clássico teatro, após 27 anos fechado. O Teatro Copacabana Palace, considerado um dos grandes palcos do país, por onde já passaram nomes como Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Tônia Carrero, Renata Sorrah e Marieta Severo, estava fechado desde 1994 – quando recebeu a peça Desejo, estrelada pela atriz Vera Fischer.

Copacabana Palace – O Musical será o primeiro espetáculo a estrear no espaço, em dezembro desde ano. Na peça serão recriados momentos emblemáticos da história do hotel, fazendo com que a plateia se transporte para a atmosfera do Copa e conheça alguns dos personagens que já passaram por lá, ajudando a escrever e cantar a história do hotel. A idealização e direção é de Gustavo Wabner e Sergio Módena, com texto das autoras e produtoras Ana Velloso e Vera Novello e do jornalista e escritor Luis Erlanger e produção executiva e artística da Sábios Projetos.

“Após um trabalho excepcional de toda a equipe envolvida na reforma do Teatro Copacabana Palace, estamos muito felizes em anunciar a reabertura deste que é um verdadeiro patrimônio cultural da cidade. Será um presente para as próximas gerações e esperamos ansiosos para compartilhar momentos inesquecíveis com o público”, afirma Ulisses Marreiros, gerente Geral do Copacabana Palace, hotel do grupo Belmond.

O Teatro Copacabana Palace foi inaugurado em 1949, com a peça A Mulher do Próximo, de Abílio Pereira de Almeida. Em 1953, um incêndio de grandes proporções o atingiu. O espaço foi recuperado e reinaugurado em 1954 com a peça Diálogos das Carmelitas. Em 1994, o teatro fechou as portas e, em 2018, iniciaram os preparativos e obras do novo projeto de revitalização do icônico Teatro Copacabana Palace.

Desde sua abertura, já passaram por seu palco renomadas companhias teatrais nacionais, entre elas a de Abílio Pereira de Almeida, Cia. Fernando de Barros, Cia. Os Artistas Unidos, Cia Dramática Nacional, Teatro Brasileiro de Comédia, Cia. Maria Della Costa, Teatro dos Sete. Além disso, consagrados artistas brasileiros já atuaram no Teatro Copacabana Palace, como Cacilda Becker, Cleyde Yáconis, Henriette Morineau, Procópio Ferreira, Bibi Ferreira, Marília Pêra, Susana Vieira, Jorge Dória e Vera Holtz.

O novo teatro terá capacidade para 332 lugares, sendo 238 na plateia e 70 no balcão, além de 18 assentos distribuídos entre 4 frisas e 6 camarotes. A acessibilidade e a mobilidade estão contempladas no projeto, com poltronas para pessoas obesas e com mobilidade reduzida e espaços destinados a cadeirantes. A acessibilidade se estende ao palco através de elevador e aos camarins.

Com projeto do arquiteto Ivan Rezende, a revitalização do Teatro Copacabana Palace contempla os elementos decorativos do espaço em sincronismo com a atmosfera do Copacabana Palace. “A sensação é de que o teatro além de rejuvenescido em suas áreas históricas, tombadas pelo patrimônio histórico, ganhou em grandeza com as novas perspectivas arquitetônicas” , afirma o arquiteto. “Mantivemos o estilo clássico e elegante do Copa, mas com toda a tecnologia e modernidade de 2021”, destaca Paulo André Pozzobon, diretor de Engenharia da Divisão América do Sul da Belmond e coordenador Geral do projeto de renovação do Teatro Copacabana Palace.

Exposição baiana sobre cachaça celebra o dia do destilado mais famoso do país

Antecipando o Dia Nacional da Cachaça, celebrado em 13 de setembro, a exposição Semana Baiana da Cachaça com a mostra de grandes rótulos ressalta a importância social, cultural e econômica do destilado mais famoso do país. A ação, promovida pela Quitanda do Baianinho em parceria com o Salvador Shopping, pode ser visitada gratuitamente até o dia 20 de setembro, no Espaço Gourmet – Piso L1, na capital baiana.

O crescimento da produção de cachaça genuinamente nacional é destaque no Brasil e no exterior e representa cerca de 80% do segmento de destilados, sendo que a produção de cana-de-açúcar no Brasil, somente para a fabricação de cachaça, chega a 10 milhões de toneladas por ano, o equivalente a uma área plantada de 125 mil hectares.

Um dos destaques da Semana Baiana da Cachaça é a exposição da Cachaça Salinas, natural de Minas Gerais, que desde 2018 é considerada a capital mundial da bebida. A cachaça começou a ser produzida na cidade mineira com a chegada dos primeiros fazendeiros que seguiram os rastros da pecuária. Alguns deles chegaram da Bahia no século XIX (entre 1880 e 1890), passaram a desbravar as redondezas e reservar áreas de suas fazendas para o plantio de cana. A mostra ainda possui outros itens históricos de Salinas.

Na Semana Baiana da Cachaça, o público ainda vai saber mais sobre a tradição e cultura da Cachaça de Alambique na Bahia e no Brasil, além de apresentar produtos da região do Recôncavo Baiano de cooperativas ligadas ao universo da agricultura familiar, tais como: geleias, rapaduras, pimentas e mandioca.

Serviço:

O quê: Exposição Semana Baiana da Cachaça

Onde: Espaço Gourmet – Piso L1 do Salvador Shopping (Av. Tancredo Neves, 3133, Caminho das Árvores)

Quando: segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 12h às 21h (até 20 de setembro)

Quanto: visitação gratuita

MAM-Bahia abre inscrições para oficinas com os artistas J. Cunha e Maxim Malhado - Foto: Robson Mendes / GovBA
MAM-Bahia abre inscrições para oficinas com os artistas J. Cunha e Maxim Malhado

Estão abertas as inscrições para a segunda etapa em 2021 das Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-Bahia) com os artistas J. Cunha e Maxim Malhado sobre Processos Criativos em Cenografia, Pintura e Desenho e Processos Criativos …canteiro de obras… instalações, respectivamente. Os dois artistas estão com trabalhos expostos na atual mostra O Museu de Dona Lina, que tem entrada gratuita até 10 de dezembro, no MAM-Bahia, em Salvador. As inscrições gratuitas devem ser feitas até o dia 15 de setembro pelo site www.oficinasdomam.com.br.

As oficinas acontecem em formato hibrido, com aulas remotas e presenciais e são voltadas para artistas, estudantes de arte ou pessoas que desejaram experimentar o fazer artístico. O curso de J. Cunha começa no dia 29 de setembro e será sempre às quartas-feiras. Já o de Maxim Malhado terá início no dia 30 de setembro e acontecerá às quintas-feiras. O horário das duas oficinas será sempre das 14h30 às 17h30. “A intenção é promover cursos com absoluta segurança para a saúde de todos”, explica a diretora da Trevo Produções, Vanessa Vieira, que realiza as Oficinas do MAM-Bahia em 2021.

Mais de mil pessoas se inscreveram na primeira etapa das Oficinas do MAM-Bahia, que começou em 6 de julho deste ano, com nomes como: Vauluizo Bezerra, Iêda Oliveira, Francisco Barretto, André Bahiense, Thiago Moreira e Renato Fonseca.

O museu de Dona Lina

Até o dia 10 de dezembro, o público que for ao MAM-Bahia poderá ver a exposição O museu de Dona Lina, em homenagem à idealizadora do museu baiano, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi. A mostra pode ser vista de terça a sexta-feira, das 13h às 17h. Brevemente abrirá aos sábados. O Café também fica aberto, por enquanto, de terça à sexta-feira, das 12h às 19h. A entrada e o estacionamento com capacidade para 50 veículo são gratuitos.

Serviço:

O quê: Oficinas do MAM-Bahia com os artistas J. Cunha e Maxim Malhado sobre Processos Criativos em Cenografia, Pintura e Desenho e Processos Criativos …canteiro de obras… instalações

Quando: inscrições on-line até 15 de setembro. Início das aulas on-line em 29 e 30 de setembro, respectivamente, sempre das 14h30 às 17h30

Onde: pelo site www.oficinasdomam.com.br

Informações: (71) 31176132

Cantora baiana Xenia França participa do projeto Inhotim em Cena - Foto: Brendon Campos
Cantora baiana Xenia França participa do projeto Inhotim em Cena

A cantora e compositora baiana Xenia França participa do projeto Inhotim em Cena desta semana. A performance musical inédita foi gravada entre as Patas de Elefante, um dos elementos do Jardim do Inhotim, em Brumadinho (MG), e será transmitida neste sábado (dia 11), a partir das 11h, pelo site e pelo canal do Instituto Inhotim no YouTube. “A arte me emociona de todas as formas possíveis. Estar no Inhotim é como estar em outra dimensão, uma outra atmosfera. E vejo na natureza a capacidade de criar com tanta facilidade coisas simples e complexas”, ressalta a cantora.

O repertório do show mescla jazz, música eletrônica, ritmos cubanos e afro brasileiros. Entre os destaques do repertório, está a música Pra que me chamas?, do álbum XENIA. O disco, lançado em 2017, teve produção musical de Lourenço Rebetez e Pipo Pegoraro, e coprodução da própria artista. A música e o álbum, inclusive, renderam à Xenia a indicação ao Grammy Latino em duas categorias.

Xenia França nasceu na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, e começou a carreira artística como modelo em São Paulo. Em 2008, passou a cantar em bares da capital paulista, quando foi descoberta pelo rapper Emicida, que a convidou para participar das gravações do EP Sua Mina Ouve Meu Rep Tamém e do álbum Emicídio, ambos de 2010.

A cantora está inserida em um cenário artístico de reverência e valorização da cultura afro-brasileira. Foi por meio de sua música que a artista construiu pontes para além dela. À convite do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, ela participou da criação da rede UNIDAS – uma iniciativa para aproximar mulheres da Alemanha, Caribe e América Latina.

Já passaram pela programação do Inhotim em Cena 2021, projeto que tem apoio do Instituto Cultural Vale, nomes emblemáticos da música brasileira como Arnaldo Antunes, Otto e Pedro Luís. Todos os shows estão disponíveis no canal do Instituto Inhotim no YouTube.

Serviço:

O quê: Projeto Inhotim em Cena com a cantora baiana Xenia França

Quando: sábado (dia 11), às 11h

Onde: Transmissão no site e no canal do instituto no YouTube.

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Documentário "Danças Negras" trata do processo de descolonização sócio-cultural no Brasil - Foto: Divulgação
Documentário “Danças Negras” trata do processo de descolonização sociocultural no Brasil

Refletir sobre importantes aspectos das artes negras no processo de emancipação e descolonização sociocultural no Brasil foi o que motivou João Nascimento a realizar o documentário Danças Negras, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (dia 9). A ideia surgiu há cerca de seis anos, quando Nascimento, artista e pesquisador de cultura negra em diáspora, protagonizou ao lado do Fórum de Artes Negras e Periféricas a luta anti-racista e democrática em torno do programa de Fomento à Dança na cidade de São Paulo. Somatizando à experiência junto a Cia de Dança Negra Treme Terra o qual o João Nascimento é diretor-fundador desde 2006, o filme costura uma trama pavimentada no olhar artístico contemplativo com forte viés político, antropológico e cultural.

Além de figuras ilustres do campo das artes do corpo, da capoeira, dos terreiros de candomblé, do movimento negro e ambiente acadêmico, o filme conta com entrevistas exclusivas de Raquel Trindade (falecida em abril de 2018) e Makota Valdina (falecida em março de 2019). “Danças Negras trilha caminhos poéticos fundamentados na ancestralidade, nas memórias marcadas em corpos que dançam histórias, movimentações estéticas, políticas e sonoras oriundas das diásporas africanas no Brasil e outros desdobramentos urbanos marcados pela transculturalidade”, ressalta João Nascimento, diretor do documentário em parceria com Firmino Pitanga.

“Registrar em formato de documentário as matrizes negras da diáspora africana na dança contemporânea brasileira é resistir ao soterramento e ao embranquecimento das nossas identidades e tradições, estratégia criada pelos colonizadores desde o período escravocrata, quando os negros e negras antes de passar pela “porta do não retorno”, eram submetidas ao “ritual de esquecimento em volta do Baobá” no Benin, com o propósito de apagar nossas histórias, culturas, origens e nossa ancestralidade, afirmam os diretores.

Em seu depoimento ao documentário, o antropólogo Kabengele Munanga diz que “o racismo é uma ideologia que consiste em inferiorizar os outros, negar a humanidade dos descendentes de africanos, a sua capacidade de produzir obras de arte e culturas que marcaram a história da ciência e da tecnologia. Todo esse processo de hierarquização faz parte do fenômeno chamado racismo, que permeia todas as áreas. As artes africanas foram consideradas inferiores, primitivas, infantilizadas mesmo, e foi preciso um tempo para se dar conta que a arte negra tem expressões e raízes profundas que vêm da cultura de um povo, porque arte não cai do céu”.

Além de Kabengele Munanga, Raquel Trindade e Makota Valdina, Danças Negras tem depoimentos exclusivos de Clyde Morgan, Edileusa Santos, Lia Robatto, Enoque Santos, Helena Katz, Dinho Nascimento, Salloma Salomão, Mestre Felipe, Fernando Ferraz, Mestre Lumumba, Carlos Moore e do coreógrafo Firmino Pitanga que também assina a direção do filme.

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