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Prêmio Braskem de Teatro destaca os melhores nas artes cênicas baianas em 2016
Prêmio Braskem de Teatro destaca os melhores nas artes cênicas baianas em 2016

Rebola e Avesso são os vencedores nas categorias Espetáculo Adulto e Espetáculo Infantojuvenil, respectivamente, da 24ª edição do Prêmio Braskem de Teatro. A cerimônia de entrega dos troféus, que escolheu os destaques do teatro baiano em 2016, foi realizada na noite dessa quarta-feira (dia 19/04), no palco principal do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador.

Um momento inesperado marcou a noite. Alisson de Sá, vencedor da categoria Revelação, pela direção do espetáculo Malva Rosa, aproveitou o palco para fazer o pedido de casamento para sua noiva Rafaela. Outro ponto alto foi a homenagem aos funcionários do Teatro Castro Alves, cujos 50 anos foi o tema central da cerimônia. Com a direção artística de Márcio Meirelles, a história do TCA foi recontada num espetáculo, que uniu diversas linguagens artísticas, como música, teatro e audiovisual.

Pariré, de Vitoria da Conquista, foi a escolhida na categoria Espetáculo do Interior. O troféu de Direção ficou com Rino de Carvalho, por Mágico Mar, e Daniel Arcades venceu pelo texto de Rebola. Igor Epifânio conquistou a estatueta na categoria Ator, por seu desempenho na peça Egotrip, e Simone de Araújo foi escolhida melhor Atriz por Mágico Mar. Os vencedores das categorias de melhores espetáculos Adulto, Infantojuvenil e do Interior receberam R$ 30 mil, enquanto os contemplados nas outras seis categorias receberam R$ 5 mil cada, além de troféus.

“Mais do que um reconhecimento para o trabalho de artistas e técnicos envolvidos na produção teatral baiana, o Prêmio Braskem de Teatro, ao longo desses 24 anos de realização, se consolidou como uma referência para as artes cênicas no estado, o que resulta em uma grande realização para todos nós”, afirma Helio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia. O Prêmio Braskem de Teatro é uma realização da Caderno 2 Produções e patrocinada pela Braskem e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.

A trilha sonora do espetáculo foi executada ao vivo pelos músicos da Orquestra Castro Alves (OCA), que integra o Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), com a participação da cantora Manuela Rodrigues. A entrega dos troféus de cada categoria foi permeada pela exibição de vídeos que lembravam momentos memoráveis, que ocorreram no palco ou nos bastidores do Castro Alves ao longo das últimas cinco décadas. O evento ainda homenageou os atores Fernando Fulco e Nadja Turenkko, falecidos em 2016.

Foram avaliados 53 espetáculos adultos e infantojuvenis baianos considerados profissionais e inéditos, que estiveram em cartaz em Salvador no período de 1º de abril a 18 de dezembro de 2016. A indicação e a escolha dos vencedores ficaram a cargo da comissão julgadora, que nesta 24ª edição foi composta por Bertho Filho, ator, diretor teatral e dramaturgo; Gordo Neto, ator, diretor teatral e autor; Hilda Nascimento, diretora teatral, preparadora corporal e educadora; Jackson Costa, ator e apresentador e Kátia Borges, jornalista e doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

CONFIRA OS GANHADORES DO 24º PRÊMIO BRASKEM DE TEATRO:
 
ESPETÁCULO ADULTO

  • REBOLA

ESPETÁCULO INFANTOJUVENIL

  • AVESSO

ESPETÁCULO DO INTERIOR

  • PARIRÉ, da Cia OperaKata (Vitória da Conquista)

DIREÇÃO

  • RINO DE CARVALHO, por MÁGICO MAR

ATOR

  • IGOR EPIFÂNIO, pela atuação em EGOTRIP

ATRIZ

  • SIMONE DE ARAUJO, pela atuação em MÁGICO MAR

TEXTO

  • DANIEL ARCADES, por REBOLA

REVELAÇÃO

  • ALISSON DE SÁ, pela direção de MALVA ROSA

CATEGORIA ESPECIAL

  • MAURÍCIO PEDROSA, pelo desenho de cenário do espetáculo MÁGICO MAR
Debate sobre as pluralidades do novo século marca lançamento de revista
Debate sobre as pluralidades do novo século marca lançamento de revista

“A revolução digital é a revolução da comunicação. A tecnologia facilitou o acesso à informação e ao empoderamento”. Com essa frase Marcelo Branco, co-idealizador do projeto Conexões Globais, abriu o debate Comunicação, transformações e as pluralidades do novo século, que marcou o lançamento da terceira edição da Revista Objectiva, na noite dessa terça-feira (dia 6/12), no Teatro Vela Velha, em Salvador. A revista é uma publicação da Objectiva Comunicação – empresa liderada por Anaiçara Góes, Marta Dória e Miguel Silveira -, e tem como foco a discussão de temas inquietantes e tendência da sociedade. “Como profissionais de comunicação, nos sentimos na obrigação de assumir uma clara posição frente ao que entendemos e percebemos acerca do que está acontecendo à nossa volta”, ressalta Miguel Silveira, diretor da Objectiva Comunicação em sua fala inicial.

Segundo Marcelo Branco, que foi diretor geral da Campus Party Brasil – um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e cultura digital do mundo -, a revolução tecnológica não é só uma revolução da modernidade, mas provoca mudanças em como a sociedade se relaciona. “Nós podemos ter uma sociedade com mais liberdade, mas também podemos ter uma sociedade com hipervigilância. As escolhas é que vão definir o que vamos viver”, sentencia Branco. Ainda de acordo com o estudioso, “até os mass media estão mudando a forma de hierarquizar a informação devido a influência do público nas redes sociais”, completa.

Para o professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Nelson Pretto, que também participou do debate, “o desafio da contemporaneidade imposto pelo digital é encontrar as respostas quando as perguntas já não são as mesmas. O volume de informação muda a cada 11 horas”, afirma o doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

A Revista

Esta terceira edição da Revista Objectiva conta com colaboradores que lançam novos olhares sobre questões emergentes, sensíveis e importantes para o mundo. Sustentabilidade, Arte, Tecnologia e Cidades foram temas também tratados nas 104 páginas da publicação, editada pelo jornalista Flávio Novais. “Reunir tantas expressões foi uma tarefa árdua, especialmente quando vivemos em tempos imediatistas e sombrios, nos quais a sobrevivência não permite o investimento no pensamento crítico e transformador”, ressalta Miguel Silveira.

Entre os colaboradores desta terceira edição da revista estão, o deputado federal Jean Wyllys; o arquiteto e urbanista Baixo Ribeiro; o fotógrafo e artista plástico, Felipe Marozini; o jornalista Gabriel Marchi; o escritor e jornalista Flávio Costa; a jornalista e professora da URFB, Nadja Vladi; o doutor em Urbanismo, Washigton Drummond, entre outros. 

Salvador: revista debate comunicação, transformação e as pluralidades do novo século

Comunicação, transformações e as pluralidades do novo século. Esse é o tema do debate que marca o lançamento da terceira edição da Revista Objectiva, na próxima terça-feira (dia 6/12), às 19h, no Teatro Vila Velha, no Passeio Público, em Salvador. Participam do evento Marcelo Branco, co-idealizador do projeto Conexões Globais e ex-diretor geral da Campus Party Brasil; e Nelson Pretto, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

A revista é um produto da Objectiva Comunicação, uma empresa capitaneada pelos profissionais de comunicação Anaiçara Góes, Marta Dória e Miguel Silveira, e tem como foco a discussão de temas inquietantes e tendência da sociedade. “Comunicar é dever e direito, atitude e sedução, amor e paixão, humano e animal. Importante que estas questões sigam sendo refletidas e discutidas”, explica Anaiçara Góes, diretora da Objetiva Comunicação. Para Miguel Silveira, está publicação reflete o entendimento sobre o labor da nossa profissão. “Pensar comunicação é refletir os múltiplos ambientes sociais, culturais, ambientais e trazer reflexões que vão ao encontro de uma sociedade mais equânime e menos desigual”, opina Silveira.

Segundo Marcelo Branco, um dos palestrantes, as transformações deste século são, na verdade, provocadas pela revolução comunicacional. “A capacidade autônoma de comunicação individual está transformando os movimentos sociais e precisam ser acompanhadas pelo poder público, na construção de uma nova democracia mais participativa e menos representativa”, revela Branco, que foi diretor geral da Campus Party Brasil – um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e cultura digital do mundo. “Agora a plataforma de mídia dos editores e das empresas de comunicação é a mesma do público. Neste novo cenário, de relacionamento horizontal, o valor maior está no engajamento do público na construção das campanhas e das marcas do que uma simples difusão broadcasting. O intermediário entre o indivíduo e o público precisa se reinventar”, ressalta.

Para Nelson Pretto, pós-doutor pela Theory, Culture and Society Centre na Universidade Trent de Nottingham e pelo Centre for Cultural Studies de Goldsmiths College, da Universidade de Londres, na Inglaterra, estamos vivendo um mundo de muita intolerância e as ideias estão sendo muito pouco debatidas. “A grande mídia continua exercendo um papel de muita força, mas ao mesmo tempo, percebemos o positivo crescimento de um comportamento ativista da juventude que ocupa as escolas, vai para as ruas, questiona o instituído e, principalmente, se apropria das tecnologias digitais e faz a cobertura em tempo real de tudo que acontece em sua volta”, afirma Pretto. Para ele, esse é uma nova forma de enfrentamento e de cidadania. “Isso é muito bom e a escola precisa acompanhar esse movimento com olhos e corações muito mais abertos”, conclui.

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Capa da terceira edição da Revista Objectiva

Sobre a revista

A terceira edição da Revista Objectiva traz textos do deputado federal Jean Wyllys; do arquiteto e urbanista Baixo Ribeiro; do fotógrafo e artista plástico, Felipe Marozini; do jornalista Gabriel Marchi; do escritor e jornalista Flávio Costa; da jornalista e professora da URFB, Nadja Vladi; do doutor em Urbanismo, Washigton Drummond, entre outros. O evento de lançamento terá transmissão ao vivo pela fan page da Objectiva no Facebook.

Camerata Opus Lumên (Foto: Maurício Serra / Divulgação)
Cameratas da OSBA fazem novas apresentações gratuitas em dezembro

O mês de dezembro começa trazendo para o público baiano a música de concerto do projeto Cameratas da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA). Já nesta quinta-feira, dia 1º, o grupo Opus Lumen faz apresentação no Museu Geológico da Bahia (Corredor da Vitória), às 16h30, pelo projeto “Terças Musicais”. Apesar do nome, a apresentação ocorre excepcionalmente na quinta. Durante o mês, serão seis concertos com entrada gratuita em espaços alternativos de Salvador, a cargo dos grupos Quadro Solar, Opus Lumen, Bahia Cordas e Quarteto Novo, formados por músicos da OSBA.

O projeto Cameratas da OSBA tem como objetivo a formação de plateias, difundindo a música de concerto: os grandes mestres, épocas e estilos, focalizando ainda os compositores brasileiros, como Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Tom Jobim, entre outros. As apresentações são sempre gratuitas (confira abaixo a programação completa dos concertos em dezembro).

A OSBA tem como curador artístico o maestro Carlos Prazeres e é mantida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), através da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e do Teatro Castro Alves. O público também pode assistir aos ensaios abertos das Cameratas no Piso B, Sala Naipe 02, Ala B do Teatro Castro Alves.

Programação completa das Cameratas da OSBA em dezembro:

OPUS LUMEN

Data e horário: 01/12, às 16h30

Local: Museu Geológico da Bahia (Av. Sete de Setembro, 2195 – Vitória)

ENTRADA GRATUITA

*A apresentação integra o projeto “TERÇAS MUSICAIS”, que ocorrerá, excepcionalmente, na quinta-feira

OPUS LUMEN

Data e horário: 02/12, às 18h

Local: Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Praça Marquês de Olinda, 7 – Garcia)

ENTRADA GRATUITA

BAHIA CORDAS, QUADRO SOLAR e QUARTETO NOVO

Data e horário: 05/12, às 15h

Local: Espaço Xisto Bahia (Rua General Labatut, 27 – Barris)

ENTRADA GRATUITA*

* A apresentação integra o projeto “SEXTAS INSTRUMENTAIS”, que ocorrerá, excepcionalmente, na segunda-feira

QUADRO SOLAR

Data e horário: 13/12, às 17h

Local: Igreja de Santo Antônio da Barra (Praça Santo Antônio da Barra, Barra)

ENTRADA GRATUITA

BAHIA CORDAS

Data e horário: 15/12, às 15h

Local: Abrigo Mariana Magalhães (Ladeira dos Barris, 4 – Barris)

ENTRADA GRATUITA

QUARTETO NOVO

Data e horário: 19/12, às 15h

Local: Seicho-No-Ie (Rua General Labatut, 48 – Barris)

ENTRADA GRATUITA

ENSAIOS ABERTOS DAS CAMERATAS:

Local: Piso B, Sala 02, Ala B do Teatro Castro Alves (Praça 2 de Julho – Campo Grande)

Quarteto Novo: 05/12, das 8h às 9h; 02/12, das 14h às 15h

Quadro Solar: 05/12, das 8h às 9h; 12/12, das 10h às 11h

Bahia Cordas: 05/12, das 8h às 9h; 15/12, das 8h às 9h

Opus Lumen: 01/12, das 10h às 11h e das 11h às 12h

Anúncio do Sinapro-Bahia homenageia os 35 anos da Fenapro
Anúncio do Sinapro-Bahia homenageia os 35 anos da Fenapro

A propaganda do país inteiro se encaixa aqui. Esse é o mote do anúncio do Sindicato das Agências de Propaganda do Estado da Bahia – Sinapro-Bahia, em homenagem aos 35 anos de atividades da Fenapro, a Federação Nacional das Agências de Propaganda. A peça publicitária foi produzida pela Agência P55 Comunicação e será publicada pela Revista Propaganda, tradicional publicação especializada em publicidade e propaganda em circulação há quase 60 anos no Brasil.

“A Fenapro é a conexão nacional entre agências e as empresas de propaganda do país, oferecendo benefícios, proporcionando parcerias e garantindo a união do setor no Brasil”, afirma Gustavo Queiroz, presidente do Sinapro-Bahia. Para ressaltar essa união, o anúncio utiliza o Cubo de Rubik, também conhecido como cubo mágico. No objeto, foram dispostas as bandeiras dos 27 estados brasileiros onde a Fenapro está presente, reafirmando seu papel de ser o elo central dessa rede.

Ficha Técnica:

Diretor de Criação: André Portugal

Diretor de arte: Nerival Ferraz

Atendimento: Michelle Araújo

Cliente: Sinapro-Bahia

Aprovação: Gustavo Queiroz

Anúncio do Sinapro-Bahia homenageia os 35 anos da Fenapro
Foto: Reprodução
Clínica especializada em saúde mental é inaugurada em Salvador
Clínica especializada em saúde mental é inaugurada em Salvador

Numa cerimônia concorrida, que reuniu psiquiatras, psicólogos e profissionais que atuam na área de saúde mental no estado, foi inaugurada na noite dessa quinta-feira (dia 24/11), a nova sede da Clínica Holiste, no bairro de Pituaçu, em Salvador. O empreendimento, que ocupa uma área de 6 mil m², sendo 5 mil m² de área construída, é considerado o maior investimento do setor nos últimos 30 anos na Bahia. A nova clínica, idealizada pelo médico psiquiatra Luiz Fernando Pedroso e pela enfermeira psiquiátrica Sandra Siqueira, irá oferecer aos pacientes todos os recursos da psiquiatria moderna.

Em seu discurso, o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso afirmou que o objetivo com a nova sede, é de consolidar a Holiste como referência no tratamento em saúde mental no Norte e Nordeste. “Este projeto foi concebido para levar um atendimento de alta qualidade ao paciente com transtorno mental, seja no tratamento ambulatorial ou na internação psiquiátrica. O grande foco da estrutura é tornar a experiência do paciente a mais agradável possível, mesmo se tratando de uma Semi-UTI Psiquiátrica”, afirmou o diretor clínico da Holiste.

O psiquiatra lembrou, ainda, que com a nova estrutura será possível desenvolver melhor o conceito de ambientoterapia, que se baseia no trabalho psicológico das relações entre pacientes, terapeutas e demais profissionais da clínica. “Com isso, além de reduzir eventuais traumas da internação, a experiência institucional irá estimular e promover o desenvolvimento pessoal dos pacientes”, ressalta Pedroso.

Sustentabilidade

A nova sede está dividida em diferentes espaços. Primeiro temos o prédio principal, que abriga o setor administrativo, consultórios, sendo dois deles exclusivos para o atendimento infantil, salas de neuroestimulação (ECT e EMT), auditórios, salas para realização de atendimento familiar e reuniões. Em seguida vem o ambiente da internação psiquiátrica, que traz quartos individuais, duplos e triplos, piscina com raia e estrutura para hidroginástica, academia, quadra poliesportiva, salão de beleza, spa com hidromassagem e sauna, além de salas de atividade terapêutica, salão de jogos e áreas de convivência ao ar livre. Há, ainda, no projeto do arquiteto Eduardo Brandão uma estrutura destinada aos colaboradores da Holiste, com cozinha industrial, refeitório, vestiários e sala de descanso.

Outro diferencial do projeto são as ações de sustentabilidade, como aproveitamento de água da chuva, isolamento térmico dos ambientes e o aquecimento de água, através de placas de energia solar. Com dois geradores de energia para emergências, a nova sede tem sua autonomia operacional assegurada em situações de desabastecimento. Já a partir do dia 5 de dezembro, a Holiste passa a atender nas novas instalações. A antiga sede, localizada na rua Guilhard Muniz, na Pituba, passa a abrigar a Residência Terapêutica da Holiste, juntamente com as instalações do hospital dia da Holiste, localizado na Rua das Rosas, nº 658, na Pituba.

Psiquiatra e sociólogo debatem sobre as fronteiras entre terrorismo, fanatismo religioso e transtorno Mental
Psiquiatra e sociólogo debatem sobre as fronteiras entre terrorismo, fanatismo religioso e transtorno mental

As tênues fronteiras entre terrorismo, fanatismo religioso e transtorno mental foram tema de um instigante debate entre o sociólogo Demétrio Magnoli e o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, na terceira edição do Ciclo de Palestras Holiste realizado na noite dessa terça-feira (dia 22/11), em Salvador. “O ato terrorista é uma tentativa de persuadir uma parte da população de uma certa doutrina política, não apenas de obrigar um governo a fazer ou deixar de fazer uma coisa, como diz a Organização das Nações Unidas em sua definição de terror”, explicou Demétrio Magnoli, para uma atenta plateia que reuniu psiquiatras, psicólogos, terapeutas, advogados e outros profissionais.

O evento gratuito promovido pelo Centro de Estudos Holiste, foi aberto com uma palestra do médico psiquiatra, Luiz Fernando Pedroso, diretor clínico da Holiste sobre Radicalismo Político e Transtorno Mental. Ele abordou a questão do suicídio como manifestação política, alertando para a subestimação do transtorno mental nos casos de fanatismo. “O suicídio como manifestação política não é um fenômeno novo”, afirmou o psiquiatra, lembrando o caso o monge budista Mahayana Thich Quang Duc, que em junho de 1963, durante uma manifestação na cidade de Saigon, contra a política religiosa do governo do Vietnã, ateou fogo ao próprio corpo. “Atentados suicidas são exemplos da omissão com a saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o oitavo país em números absolutos de suicídios, com quase 12 mil casos registrados em 2012. Apesar de cada vez mais discutida, a doença mental ainda é muito subestimada”, declara Pedroso.

O convidado da noite, Demétrio Magnoli falou em seguida apresentando exemplos de organizações terroristas surgidas desde 1881, como a russa Narodnaya Volya (Vontade do Povo), que assassinou o czar Alexandre II. Também citou movimentos mais recentes como Exército Republicano Irlandês (IRA), o grupo separatista basco ETA (Espanha) e Sendero Luminoso (Peru). Ele esclareceu, ainda, a diferença de Fundamentalismo Islâmico; Fundamentalismo e Terror Tradicional, praticado por exemplo, por grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica; e o Jihadismo Global, que é adotado pela Al Qaeda e pelo Estado Islâmico.

“O fundamentalismo islâmico é a ideia de que a sociedade deve ser governada de acordo com o Corão, segundo o islã original do tempo de Maomé. O fundamentalismo islâmico não necessariamente gera terrorismo”, explicou o colunista do jornal Folha de São Paulo e comentarista de políticas internacionais do canal Globo News. Magnoli ressaltou também que existem inúmeros partidos fundamentalistas islâmicos que não são terroristas. “As organizações terroristas ligadas ao fundamentalismo islâmico não são organizações do terror global, como o Hamas e a Jihad Islâmica, que atuam somente na Palestina. Já o Jihadismo global busca a restituição do califado, que é o império islâmico”, pontuou.

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), Demétrio Magnoli explicou que “o lobo solitário”, aquele terrorista que age sem o amparo de uma organização por trás, não é tão solitário assim. “Existe uma família, uma mesquita, amigos no contexto desse terrorista”, afirmou, citando como exemplo o caso de Omar Saddiqui Mateen, atirador responsável pelo massacre na boate Pulse em junho desse ano em Orlando, na Flórida.

Palestras

O Ciclo de Palestras Holiste já realizou nos meses de julho e setembro desse ano palestras com o filósofo Luiz Felipe Pondé (Os desafios da Mudança); o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso (Psiquiatria para Além da Medicina); a pesquisadora e sexóloga Carmita Abdo (Comportamento Sexual) e a médica psiquiatra Fabiana Nery (Sofrer por amor: Qual o limite?). A quarta edição do Ciclo de Palestras Holiste está prevista para acontecer em janeiro de 2017. Os interessados podem acompanhar a programação no site: www.holiste.com.br/palestras.