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“Que mundo deixaremos para nossas crianças?”, questionou Luc Ferry, durante sua conferência no Fronteiras Braskem do Pensamento 
​Foto: Ulisses Dumas / Ag. BAPress
​Foto: Ulisses Dumas / Ag. BAPress

 

As duas eras do Humanismo: do ideal democrático à revolução do amor. Esse foi o tema da conferência do filósofo francês Luc Ferry, no Fronteiras Braskem do Pensamento, que lotou a sala principal do Teatro Castro Alves, na noite dessa quarta-feira (dia 16/09), em Salvador. Defensor do Humanismo Secular – visão de mundo que se contrapõe à religião e coloca a razão crítica no lugar da fé – Ferry afirma que no mundo ocidental vivemos um dilema em torno do que é “o sagrado”. “O sagrado é tudo aquilo pelo que podemos nos sacrificar”, explicou.

Morremos em guerras pela religião, pela pátria e pelas grandes revoluções. São grandes sacrifícios da humanidade: Deus, a pátria e a revolução. Atualmente, esses ideias não são mais motivos de sacrifícios”, explica. O filosofo propôs que a plateia se perguntasse “por quem cada um estaria pronto para morrer?”. Ou seja, o que seria considerado como sagrado para cada um dos presentes. Para ele, o sagrado está encarnado atualmente na humanidade, nas pessoas. “A grande questão política da atualidade é que mundo deixaremos para nossas crianças?”, questionou o conferencista.

O evento foi apresentado por Fernando Marinho, músico, ator, diretor teatral e presidente do Conselho de Administração da Aliança Francesa de Salvador. A conferência teve ainda como debatedor, Genildo Ferreira da Silva, professor de Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre o público presente estavam acadêmicos, políticos, empresários, profissionais liberais e estudiosos do assunto. No próximo dia 1º de outubro, o psicanalista italiano Contardo Calligaris encerra a temporada 2015 do Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador.

Além da conferência, o público foi presenteado com a apresentação de alguns instrumentistas da Orquestra Plástica do NEOJIBA a qual utiliza instrumentos sinfônicos fabricados com plástico PVC, construídos pelo próprio projeto que desenvolve e difunde uma tecnologia social inovadora, que capacita jovens de Salvador e do interior da Bahia para produzirem seus próprios instrumentos a partir dos cano de PVC.

 

​Foto: Ulisses Dumas / Ag. BAPress
​Foto: Ulisses Dumas / Ag. BAPress
 

Revolução do Amor

Reconhecido mundialmente por propagar uma filosofia menos preocupada com discussões eruditas, Ferry explicou as razões dos casamentos na idade média. “Nos casávamos por três razões: para transmitir o nome, o patrimônio (ao filho mais velho) e para termos filhos, criando braços para o trabalho nas fazendas, mas nunca por amor”. O casamento servia para reconciliar famílias e unir fortunas. Assim era com os príncipes e princesas para unir países e conquistar territórios. O matrimônio era uma associação civil, o amor não tinha o seu lugar naquela época. “Como não existia casamento por amor, não havia ciúmes”, ressaltou.

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De acordo com o intelectual, que foi ministro da Juventude, Educação Nacional e Pesquisa da França no governo de Jacques Chirac (entre 2002 e 2004), o capitalismo moderno inventou o casamento por amor, ao inventar o mercado de trabalho, o mundo industrial, o salário, as grandes cidades, além do individualismo, conceito criado no final dos anos 30. Ferry explicou que naquela época, as jovens camponesas ao saírem de suas cidadezinhas criaram três grandes liberdades, o individualismo, o estado laico e a autonomia financeira. Foi assim que surgiu o casamento por amor, na Europa do século XIX.

Atualmente, nas grandes cidades do ocidente, 60% dos casamentos estabelecidos por amor terminam, em média, até o sétimo ano de relacionamento. Na sua visão, a partir do casamento por amor, da paixão amorosa, surge o divórcio e se não houvesse os filhos o índice de separações seria de 95%. Quando nos casamos por amor esse sentimento é transmitido para as crianças. “Na idade média, a expectativa de vida era, em média, de 18 anos, e os casamentos duravam seis anos, o que era uma eternidade na época. Hoje, uma eternidade é uma eternidade mesmo. Atualmente o casamento por amor exige um enorme engajamento. As mulheres casam com um príncipe encantado e três anos depois elas têm um marido apenas” afirmou, arrancando gargalhadas da plateia.

 
PRÓXIMA CONFERÊNCIA
CONTARDO CALLIGARIS (Itália, 1948)
01/10 – quinta

Psicanalista e cronista italiano, Contardo Calligaris é doutor em psicologia clínica pela Universidade de Provence e iniciou seus estudos nas áreas das letras e da filosofia. Em 1975, foi aceito como membro da Escola Freudiana de Paris, onde morou até 1989. Lecionou na Universidade Paris 8 e teve aulas com os filósofos franceses Roland Barthes e Michel Foucault, além de acompanhar os seminários ministrados pelo psicanalista francês Jacques Lacan, uma grande influência em sua formação.

Em 1985, veio ao Brasil para o lançamento de seu primeiro livro de psicanálise, Hipótese sobre o fantasma. Posteriormente, acabou fixando residência no País, onde reside até hoje. Suas reflexões se concentram na condição humana da sociedade marcada pela obrigatoriedade da felicidade, do gozo, da beleza e dos excessos. Estudioso das questões da adolescência, considera esta a etapa da vida que possui uma intensa carga cultural e que se caracteriza como uma das mais potentes fontes de energia da atualidade. A adolescência é um dos seus livros mais lidos e estudados.

Além de atender nos seus consultórios em São Paulo e Nova York, é colunista do caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, no qual escreve sobre psicanálise e cultura. Publicou mais de dez livros, incluindo dois romances e uma peça teatral. Criou a série de televisão intitulada Psi, exibida no canal a cabo HBO. Foi professor de estudos culturais na New School de Nova York e professor convidado de antropologia médica na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Também faz parte do corpo docente do Institute for the Study of Violence, em Boston.

Contardo Calligaris, em seu trabalho, conduz as pessoas à reflexão sobre a existência humana, contribuindo para amenizar as angústias provocadas pelos desafios contemporâneos e pelo confronto com o outro, que pode limitar os prazeres e contradizer as certezas e seguranças.

 
SOBRE O FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

Fronteiras do Pensamento é um projeto cultural múltiplo que propõe uma profunda análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro. Comprometido com a liberdade de expressão, a diversidade de ideias e a educação de alta qualidade, promove conferências internacionais e desenvolve diferentes conteúdos que apresentam os mais renomados pensadores, artistas, cientistas e líderes em seus campos de atuação.

Temas, ideias e personalidades que moldam o nosso tempo ocupam o palco do Fronteiras, que tem como valores básicos o pluralismo das abordagens e o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados. Dessa forma, o seminário internacional busca avaliar tendências, aceitando a provocação destes que são, hoje, alguns dos mais renomados pensadores em atuação no mundo, constituindo uma linha interdisciplinar de pensamento.

Em seus nove anos de existência, o Fronteiras do Pensamento conta com mais de duas centenas de conferências internacionais realizadas para milhares de espectadores, servindo como plataforma para a geração de filmes de curta e média metragens, séries de livros e fascículos educacionais, além de diversas outras publicações nas diferentes áreas contempladas.

O conhecimento e as ideias também estão acessíveis ao grande público através do portal www.fronteiras.com, que oferece centenas de vídeos – com legendas em português, espanhol e inglês –, além de artigos, notícias e entrevistas para refletir, comentar e compartilhar.

 
SOBRE A EDIÇÃO SALVADOR

Num mundo cada vez mais urbano e conectado, nosso destino é viver juntos. Essa nova forma efêmera e fluida de sociabilidade torna a vida um aprendizado de tolerância e cooperação. Para debater a urgência da cooperação e da convivência nos diversos âmbitos do conhecimento, a já tradicional série especial do Fronteiras Braskem do Pensamento traz a Salvador em 2015, para o palco do Teatro Castro Alves, três grandes nomes do cenário contemporâneo: o sociólogo espanhol Manuel Castells, no mês de maio; o filósofo francês Luc Ferry, em setembro; e o psicanalista italiano Contardo Calligaris, em outubro.

A urbanização e a tecnologia colocaram, em um mesmo ambiente, uma diversidade de ideias e culturas sem precedentes na história da humanidade. Atitudes, desejos, questionamentos e posicionamentos políticos e religiosos distintos precisam conviver em um único espaço. Como viver juntos? Este é o tema proposto pelo Fronteiras Braskem do Pensamento em Salvador, tema pelo qual a capital baiana é nacionalmente conhecida. 

Viver juntos não é alcançar a homogeneização cultural, tampouco a neutralidade de ações e reflexões. Viver juntos é aprender a conviver com a diferença em termos raciais, étnicos, religiosos, políticos ou econômicos. Este é o desafio mais urgente da atualidade. Viver juntos é nosso destino.

Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, e Secretarias de Cultura e da Fazenda com realização da Telos Cultural e Caderno 2 Produções.

“O Fronteiras Braskem do Pensamento é um evento singular em Salvador. É muito gratificante para a Braskem poder proporcionar ao público baiano a oportunidade de compartilhar o conhecimento de grandes pensadores contemporâneos, fomentando a reflexão e o debate sobre temas relevantes para a sociedade. Esta é uma forma de contribuirmos para a construção de consciência e para o desenvolvimento humano”, destaca Hélio Tourinho, diretor de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

 
FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTOSALVADOR 2015
PRÓXIMA CONFERÊNCIACONTARDO CALLIGARIS, 01/10 – INGRESSOS ESGOTADOS
LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.
INFORMAÇÕES: 4020.2050 e salvador@fronteiras.com

Saveiro O Tal Foto Luis Pereira - IMG_3662
Capitania dos Portos da Bahia realiza a 43ª Regata de Saveiros João das Botas

Aproximadamente 100 saveiros devem cruzaram o mar da Baía de Todos-os-Santos, durante a 43ª Regata João das Botas, no próximo dia 25 de janeiro. O evento, que é realizado pelo Comando do 2º Distrito Naval, através da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) e com patrocínio da Braskem, já que se tornou a mais importante competição de saveiros regionais à vela do Norte e Nordeste. As embarcações regionais dos tipos: saveiros de vela, de vela de içar e de pena, distribuídos nas respectivas classes, largarão às 13h, da praia do Porto da Barra, em Salvador. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Capitania dos Portos (Av. das Naus, s/nº, Comércio, Salvador ou pelo telefone 71 3507-3777).

As embarcações vencedoras receberão prêmios que variam de R$ 700 a R$ 200, além de troféus. A regata segue até próximo da Ilha de Itaparica, prossegue para a Cidade Baixa e retorna ao ponto de início. A chegada das primeiras embarcações está prevista para às 15h30. A partir das 6h, integrando a programação desta edição da regata, o Grupo de Escoteiros João das Botas realizará a limpeza da praia do Porto da Barra. Além disso, mergulhadores militares e de empresas de mergulho recolherão o lixo depositado no mar que será posteriormente reciclado. O objetivo da ação é conscientizar a população quanto à preservação do meio ambiente marinho e, em especial, despertar a importância de se manter limpa a areia das praias.

História da Regata João das Botas

Até a década de 1940, os saveiros eram o principal meio de transporte no Recôncavo baiano, responsáveis por quase 90% do abastecimento da capital. Nesta época mais de mil embarcações cruzavam o mar da Baía de Todos-os-Santos. A regata teve origem a partir de uma viagem de volta ao mundo realizada por baianos, a bordo de uma escuna. O visual da despedida dos iatistas, em 1969, composto por inúmeras embarcações, dentre elas vários saveiros, impressionou o então Capitão dos Portos da Bahia, que resolveu, a partir daquela época, organizar uma regata de saveiros. A regata foi realizada naquele ano e nos anos seguintes, até que, em 1972, foi nomeado seu patrono João Francisco de Oliveira, conhecido como João das Botas, herói da independência da Bahia e Oficial de Marinha que lutou contra as forças navais portuguesas na Baía de Todos os Santos, à frente de uma esquadra composta de saveiros.

 
Serviço:
O quê: 43ª Regata João das Botas;
Data: 25 de janeiro (domingo);
Horário: Largada a partir das 13h;
Largada: Praia do Porto da Barra.

44ª Regata de Saveiros João das Botas Foto: Mauricio Cunha
Saveiros colorem o mar da Baía de Todos-os-Santos na 42ª Regata João das Botas

Mais de 70 saveiros cruzaram o mar da Baía de Todos-os-Santos, durante a 42ª Regata João das Botas, na tarde do último domingo, dia 26 de janeiro. A tradicional competição realizada pelo Comando do 2º Distrito Naval, através da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) e com patrocínio da Braskem, encantou baianos e turistas que lotaram a praia do Porto da Barra, local de largada e chegada da prova. Nesta edição, o grande vencedor ou “Fita Azul” (primeira embarcação a cruzar a linha de chegada), foi o saveiro vela de içar “Novo Cruzeiro”, que também conquistou a primeira posição na classe popa torada. O primeiro lugar da classe saveiro vela de içar pequeno foi conquistado pelo “Vencedor das Lutas” e na classe saveiro vela de içar – lancha, o posto mais alto do pódio ficou com o barco “Rompe Nuvem”.

Além da entrega de troféus e da premiação em dinheiro para os três primeiros colocados de cada categoria, foram sorteados ainda eletrodomésticos para os participantes da regata. “Graças ao patrocínio da Braskem, que nos permite inclusive ofertar um prêmio em dinheiro para os três primeiros colocados, nos últimos anos temos conseguido manter a maioria dos saveiros não só de vela de içar, como os peneiros, em atividade, buscando manter vivo esse pedaço da nossa gloriosa historia”, lembra o comandante José Antonio Freitas Costa, Capitão-de-Mar-e-Guerra e organizador da Regata João das Botas.

Segundo Emmanuel Lacerda, gerente de relações institucionais da Braskem na Bahia, o patrocínio de ações e iniciativas culturais faz parte da política de Responsabilidade Social da petroquímica. “Ao apoiar a Regata João das Botas, temos como objetivo contribuir para a preservação de umas das mais belas tradições náuticas da Bahia, que são os saveiros de vela”, ressalta Lacerda.

Origem da Regata João das Botas

Até a década de 1940, os saveiros eram o principal meio de transporte no Recôncavo baiano, responsáveis por quase 90% do abastecimento da capital. Nesta época, mais de mil embarcações cruzavam o mar da Baía de Todos-os-Santos. Em 1969, o Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN), por intermédio da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), resolveu organizar uma regata de saveiros para que a população pudesse apreciar o belo espetáculo dasvelas ao mar. Em 1972, a Regata recebeu como patrono o Almirante João Francisco de Oliveira Botas, mais conhecido como João das Botas – herói da Guerra da Independência, na Bahia.

 
CONFIRA A LISTA COMPLETA DOS VENCEDORES:

  • Classe Fita Azul (Saveiro de Vela de Içar)

Novo Cruzeiro

  • Classe Saveiro de Vela de Içar Pequeno

1º Lugar – Vencedor das Lutas
2º Lugar – Feliz Ano Novo
3º Lugar – Cruzeiro da Vitória

  • Classe Saveiro de Vela de Içar Lancha

1º Lugar – Rompe Nuvem
2º Lugar – Mensageiro do Destino
3º Lugar – Ideal

  • Classe Saveiro de Vela de Içar Popa Torada

1º Lugar – Novo Cruzeiro
2º Lugar – Sombra da Lua
3º Lugar – É Da Vida

  • Saveiro Classe “A”

1º Lugar – Litutriba
2º Lugar – Fênix
3º Lugar – PIngote

  • Saveiro Classe “B”

1º Lugar – Ago
2º Lugar – Eva Mar
3º Lugar – Thutherirys

  • Saveiro Classe “C”

1º Lugar – Mestre Tampão
2º Lugar – Caixa Prego
3º Lugar – Mestre Lidio

  • Saveiro Classe “D”

1º Lugar – Spartack

  • Saveiro Classe “E” 2 Velas

1º Lugar – Bambolê

  • Saveiro Classe “Pesca”

1º Lugar – Sol Nascente
2º Lugar – Brinco da Costa
3º Lugar – Manezinho Pescador

  • Classe Catraia

1º Lugar – Celebridade
2º Lugar – O Guri
3º Lugar – Faz Parte

  • Classe Canoa “A”

1º Lugar – A Nova

  • Classe Canoa “B”

1º Lugar – Zuca

Regata João das Botas mantém tradição dos saveiros no mar da Baía de Todos-os-Santos

Imortalizados nos romances do escritor Jorge Amado e nos versos do compositor Dorival Caymmi, os saveiros da Bahiaresistem ao tempo e aos avanços tecnológicos. Até a década de 1940, os saveiros eram o principal meio de transporte no Recôncavo baiano, responsáveis por quase 90% do abastecimento da capital. Nesta época mais de mil embarcações cruzavam o mar da Baía de Todos-os-Santos. Ainda hoje os saveiros despertam o interesse em muitos apaixonados por esse tipo de embarcação, como o administrador carioca Ricardo Vega. Há quatro anos ele sai do Rio de Janeiro, onde mora, e vem a Salvador participar da tradicional Regata João das Botas com o saveiro de vela de içar Mensageiro do Destino. Organizada pelo Comando do 2º Distrito Naval, através da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) e com patrocínio da Braskem, a competição realiza sua 42ª edição neste domingo, dia 26, com largada da praia do Porto da Barra, a partir das 13h. A regata segue até próximo da Ilha de Itaparica, prossegue para a Cidade Baixa e retorna ao ponto de início.

Foto: Luis Pereira
Foto: Luis Pereira

“Considero os saveiros um dos barcos mais bonitos, apesar da simplicidade e rusticidade dos equipamentos de navegação. Nesse tipo de embarcação o que mais importa é a sensibilidade do mestre em velejar”, afirma Ricardo Vega, que levou nove meses para construir o Mensageiro do Destino, no município de Valença, distante 119 km da capital baiana. O saveiro, que têm 15 metros de convés e vela principal com 18 metros de altura é a caçula das embarcações do tipo e já ganhou a Regata João das Botas na categoria saveiro de vela de içar em três oportunidades.

Outro aficionado por saveiros é Antenor Neto do Nascimento Paixão, mais conhecido como “Palito”. O empresário do setor de transportes marítimos é o atual proprietário do O Tal, saveiro construído em 1949, pelo médico José Figueiredo, na comunidade de Amoreiras, na Ilha de Itaparica. “Esse saveiro foi comprado por meu pai que utilizava para transportar pescados e frutas de Salinas da Margarida para Salvador, além de participar dascompetições”, explica Palito. Desde 1969, a embarcação compete na Regata João das Botas, se destacando desde a primeira edição, ficando em 2º lugar, quando o percurso da competição saía da Praia da Inema em direção ao Porto da Barra. “Já ganhamos 10 regatas consecutivas”, ressalta o orgulhoso proprietário do barco, que têm 8,2 metros de comprimento e vela principal de 16 metros de altura, sendo uma das quatro embarcações deste modelo que ainda resiste. “Iguais ao O Tal, só existe o Ciclone, o Bambolê e o Noroeste”, afirma.

Um dos representantes mais antigos da categoria vela de pena é o saveiro Ciclone, que desde 1956 cruza o mar da Baía de Todos-os-Santos. A embarcação pertencente ao mergulhador profissional aposentado, Edson Rodrigues Saldanha, o “Abelha”, que integra o Clube dos Saveiros da Ilha de Itaparica. “Temos registrados no Clube 52 saveiros, mas atualmente esse número está reduzindo a 36 embarcações que ainda são utilizadas no transporte de produtos e na pesca artesanal”, diz Abelha.

Em 2010, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão do Ministério da Cultura, tombou o saveiro Sombra de Lua como Patrimônio Nacional. Com o tombamento, a embarcação que têm 85 anos, deverá ser conservada e restaurada apenas com peças originais. O saveiro que tem 12,5 metros de comprimento e um mastro com cerca de 18 metros de altura, semanalmente transporta cerâmicas produzidas em Maragogipinho para a Feira de São Joaquim, em Salvador.

“O Sombra de Lua, junto com o É da Vida e o Vendaval, são os únicos saveiros originais ainda existentes. Eu e meus sócios investimos R$ 20 mil na compra do barco e mais R$ 26 mil no restauro, incluindo calafate e pintura do barco”, explica Pedro Bocca, um dos donos da embarcação. Ele preside a Associação Viva Saveiro, que reúne os mestres e proprietários de saveiros de vela de içar da Bahia. Segundo inventário realizado pela Associação, em 2008, apenas 20 embarcações desse tipo estão em atividade no Estado.

Origem da Regata João das Botas

Em 1969, o Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN), por intermédio da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) resolveu organizar uma regata de saveiros para que a população pudesse apreciar o belo espetáculo das velas ao mar. Em 1972, a Regata recebeu como patrono o Almirante João Francisco de Oliveira Botas, mais conhecido como João das Botas – herói da Guerra da Independência, na Bahia. “O patrocínio de ações e iniciativas culturais faz parte da política de Responsabilidade Social da Braskem. Ao apoiar a Regata João das Botas, temos como objetivo contribuir para a preservação de umas das mais belas tradições náuticas da Bahia, que são os saveiros de vela”, ressalta Emmanuel Lacerda, gerente de relações institucionais da Braskem na Bahia.

O comandante José Antonio Freitas Costa, Capitão-de-Mar-e-Guerra e organizador da prova, afirma a importância do patrocínio para a manutenção da Regata. “Graças ao patrocínio da Braskem, que nos permite inclusive ofertar um prêmio em dinheiro para os três primeiros colocados, nos últimos anos temos conseguido manter a maioria dos saveiros não só de vela de içar, como os peneiros, em atividade, buscando manter vivo esse pedaço da nossa gloriosa historia”, lembra o comandante.

Serviço:

O que: 42ª Regata João das Botas;

Data: 26 de janeiro (domingo);

Horário: A partir das 13h;

Largada: Paia do Porto da Barra.

Ingressos para Bahia x Luverdense já estão à venda

O mando de campo do jogo é do tricolor, que precisa do apoio da torcida para incentivar o time. Todo ingresso adquirido nos pontos de venda dão direito a um acompanhante do sexo feminino

 

Os ingressos para o jogo de volta da 2º fase da Copa do Brasil entre o Bahia x Luverdense já estão à venda na internet, nas bilheterias da Itaipava Arena Fonte Nova (Norte) e nos balcões da Ticketmix – Shoppings Iguatemi, Salvador e Paralela. As mulheres podem entrar como acompanhantes de quem adquirir e ingresso ou de quem tem TOB.

As bilheterias funcionarão nesta segunda e terça-feira, das 10h às 19h. Já a Ticketimix, segue o horário dos shoppings, funcionando nesta segunda e terça-feira, das 9h às 22h. Na internet a venda segue até a meia-noite desta terça-feira (14). Os ingressos custam a partir de R$35 (meia entrada) e R$70 (inteira). No dia do jogo, as bilheterias da arena funcionarão das 10 às 21h45.

Os ingressos para os torcedores do Luverdense começarão a serem vendidos nas bilheterias Sul da arena, na quarta-feira (15), das 10h às 21h45. O limite por pessoa é de dois bilhetes por pessoa e dá direito a um acompanhante do sexto feminino. A troca de voucher para quem adquirir os ingressos pela internet será feita na bilheteria norte da arena até o dia do jogo.

A partida será realizada nesta quarta-feira, dia 15, às 22 horas, na Itaipava Arena Fonte Nova. O mando de campo do jogo é do Bahia, que precisa do apoio da torcida para incentivar o time a avançar na competição. O tricolor precisa vencer por 2 x 0 para levar a decisão para os pênaltis ou 3 x 0 para garantir a vaga na terceira fase da competição.

TORCIDA OFICIAL – Todos os torcedores participantes do TOB terão lugar garantido na Arena quarta-feira com sua carteira e poderão levar uma acompanhante. Os integrantes TOB arquibancada chegam pelo portão Norte (Ladeira Fonte das Pedras) e ficarão no setor Norte intermediário e inferior. Já quem tem o TOB cadeira, ficará no setor Oeste inferior, com acesso pelo portão Sul (Dique do Tororó).

Surpresa: Torcedor tricolor pede noiva rubronegra em casamento na Itaipava Arena Fonte Nova

Casal representa a paz e união entre as torcidas. Pedido será feito minutos antes da partida e a Itaipava já garantiu a cerveja do casamento!

Neste domingo, dia 12, momentos antes do início da primeira partida de decisão do Campeonato Baiano de 2013, entre o Esporte Clube Bahia e o Esporte Clube Vitória, a Itaipava Arena Fonte Nova será palco de uma emocionante surpresa. O torcedor do Bahia, Bruno Ferreira Barbosa, de 24 anos, pedirá sua namorada em casamento, tendo todos os torcedores presentes na arena como testemunhas.

A noiva Tamara Sampaio, de 20 anos, que é torcedora do Vitória, será surpreendida. “Ela não desconfia de nada porque desde o início do namoro costumamos ir juntos aos jogos. Acompanhamos a partida em torcidas separadas e nos reencontramos no final”, explica Bruno, que considera ser o casal que representa bem a paz e união entre as torcidas.

Bruno é técnico de segurança do trabalho e torcedor apaixonado do E. C. Bahia. “Meu pai é tricolor e passou a paixão pelo time para mim. Vou ao estádio desde que era criança de colo e não perco um jogo. Sempre frequentava o antigo estádio da Fonte Nova e agora vou a todos os jogos do meu Bahia na arena”, orgulha-se o torcedor tricolor.

O pedido de casamento será feito minutos antes do início da partida, através de um vídeo gravado por Bruno, que será exibido nos telões da arena. Em seguida, Tamara será conduzida por seu irmão e cúmplice de Bruno nessa romântica aventura até as arquibancadas temporárias, onde o noivo estará a sua espera para receber a resposta. A data não poderia ser mais oportuna já que o mês de maio é considerado o mês das noivas e neste domingo será comemorado o dia das mães. A ideia do inusitado pedido de casamento surgiu justamente da paixão pelo time. “Sempre pensei em fazer o pedido em algum jogo do Bahia e agora surgiu essa oportunidade, justamente no BAVI”, conta Bruno que fez a solicitação através de uma mensagem privada enviada à página oficial da Itaipava Arena Fonte Nova no Facebook.

Os noivos moram no bairro da Boca do Rio há muitos anos, mas foi a partir de novembro de 2009, quando Tamara se mudou para a mesma rua de Bruno, que o rapaz passou a cortejá-la. A rubronegra só cedeu aos encantos dele em janeiro de 2010, quando iniciaram o namoro. Ansioso, Bruno acredita que a Tamara ficará muito emocionada e não conseguirá falar. “Acho que ela vai chorar muito, mas espero que me diga sim”, afirma apreensivo.

O BAVI

A primeira partida da decisão do Campeonato Baiano de 2013 acontece neste domingo, dia 12, às 16 horas e tem mando de campo do tricolor. O Vitória tem a vantagem, já que teve melhor campanha na competição e por isso joga por dois resultados iguais, mas o tricolor está confiante após dois triunfos seguidos e quer vencer a primeira partida contra o maior rival na Itaipava Arena Fonte Nova. O BaVi do Dia das Mães será o primeiro jogo das finais do Baianão 2013. O jogo de volta será no Barradão, dia 19 de maio.