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Espetáculos de dança que abordam gênero e sexualidade serão apresentados no Teatro Vila Velha

As montagens Generxs, do Balé do Teatro Castro Alves e Salão, do Casa 4 – coletivo de dança formado por Alisson George, Guilherme Fraga, Jônatas Raine, Leandro de Oliveira e Marcelo Galvão -, serão apresentadas nos dias 14 e 15 de novembro.

Foto: Davi Celuque

Gênero e sexualidade compõem o universo dos espetáculos de dança Generxs e Salão, que serão apresentados nos dias 14 e 15 de novembro, às 19h, no Teatro Vila Velha, em Salvador. Nesta curta temporada, a proposta é aproximar a maturidade adquirida ao longo dos mais de 30 anos do Balé do Teatro Castro Alves (BTCA) com o Casa 4, coletivo que estreia seu primeiro espetáculo e é formado por intérpretes-criadores com experiência em dança de salão.
Em cena, o Casa 4 apresentará Salão, espetáculo que promete muito amor, breguice e viadagem, com o intuito de repensar o jeito tradicional de dançar a dois. Em Generxs, por sua vez, o BTCA explora os limites simbólicos impostos aos indivíduos e as relações de poder estabelecidas entre eles dentro do contexto interperssoal. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 e podem ser adquiridos nas bilheterias do próprio teatro ou pelo site ingressorapido.com.br.

Foto: Fábio Bouzas

Generxs discute identidade de gênero e sexualidade através da dança. As cenas tomam como base a criminalização e o preconceito contra a diversidade e apresenta corpos num trânsito que pretende levar o público a refletir sobre o tema a partir de imagens e contextos que revelam a crueldade a que os indivíduos são submetidos.
Salão é a primeira montagem do Casa 4, coletivo de Salvador (BA) formado pelos dançarinos-criadores Alisson George, Guilherme Fraga, Jônatas Raine e Marcelo Galvão. Com direção de Leandro de Oliveira, este espetáculo busca romper com os estereótipos de gênero que tradicionalmente envolvem as danças de salão e excluem outras possibilidades de dançar a dois.
O projeto busca refletir sobre as relações construídas pela dança de salão nos corpos dos artistas envolvidos. “O Casa 4 surge da necessidade de falar sobre dança de salão no século XXI, uma dança que foi criada a partir da cultura patriarcal, heterossexista e de padrões muito bem definidos. Não dá mais para pensar essa dança com um único padrão de comportamento”, afirma Marcelo Galvão, dançarino formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Os ensaios para a montagem acontecem desde junho deste ano e para viabilizar a realização do espetáculo, o grupo lançou em outubro uma campanha de financiamento coletivo pelo site www.catarse.me/casaquatro.
A equipe desta ação artística-política-amorosa reúne, exclusivamente, colaboradores LGBTQI+. Durante o processo de criação de Salão, os dançarinos do Casa 4 mergulharam em suas experiências, nos preconceitos velados e nas microviolências diárias para falar sobre ser gay neste universo. “As danças de salão têm uma perspectiva muito machista, em vários aspectos e nós enquanto dançarinos de salão, já passamos por várias ofensas nestes ambientes. Durante o processo foi possível recordar vários destes momentos e ver o quão agressivo eles foram. Agora, mais do que antes, é possível defender o que acreditamos através das nossas experiências”, ressalta Alisson George, técnico em Dança formado pela Escola de Dança da FUNCEB.
Para Jônatas Raine, o projeto é um reencontro com a linguagem da dança de salão. “As marcas negativas, como a heteronormatividade e as regras de ser e agir na dança de salão acabaram me afastando dela. Com o Caso 4 percebi que existe uma outra possibilidade de dançar a dois”, destaca o dançarino licenciado e bacharel em Dança pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Em cena, a proposta é não se limitar a binarismos como condutor-conduzido, ativo-passivo, masculino-feminino. Desejos, amor, breguice e viadagem conduzem os “dois pra lá, dois pra cá” deste projeto. “Não me encaixo no padrão heteronormativo da dança de salão; não gosto de conduzir. E isso não é um problema. Nossas práticas me fazem repensar meu posicionamento no mundo e me levam a respeitar ainda mais minha sexualidade”, garante Guilherme Fraga, mestre em Dança pela UFBA e professor da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
Figurinos e cenários – Para a cenografia do espetáculo, o arquiteto e cenógrafo Davi Caluque, se apropria das amarrações bondage, enquanto elemento estético e conceitual em sua proposta. “As amarrações que a sociedade faz em nós, enquanto gays, e as amarrações que nós mesmo gays e detentores dos nossos corpos e das nossas vontades, fazemos uns nos outros com o fim do prazer e do gozo”, sentencia. Ele explica, ainda, que “a dualidade que as cordas e amarrações podem trazer contrasta com as flores que surgem no lugar da sutileza, poesia e romance diante de um contexto opressor ou empoderador”.
O figurino, assinado por Diego Solon, traz referências da estética Kitsch e signos do universo fetichista em uma mistura com peças clássicas do universo masculino. “O resultado é um mix de muito close”, orgulha-se Solon. Para acompanhar o trabalho do Casa 4, sigam o grupo nas redes sociais @casa04producoes.
 
Ficha Técnica – Generxs
Concepção e direção coreográfica: Leandro de Oliveira
Assistência: Dina Tourinho
Design de Luz: Thelma Gualberto
Pesquisa de trilha sonora e figurino: Leandro de Oliveira
Intérpretes: Adriana Bamberg, Douglas Amaral, Felipe Silva, Leonardo Muniz, Lila Martins, Loreta Pelosi, Mônica Nascimento, Solange Lucatelli, Taís Alves e Tutto Gomes
 
Ficha Técnica – Salão
Direção: Leandro de Oliveira
Dançarinos criadores: Alisson George, Guilherme Fraga, Jonatas Raiane e Marcelo Galvão.
Figurino: Diego Solon
Cenário, fotografia e bondage: Davi Celuque
Iluminação: Leonardo Santos e Igor Nascimento
Designer: Diego Moreno
Produção de texto: Guilherme Fraga
Produção: Marcelo Galvão e Bergson Nunes
Assistente de produção: Marcelo Costa
Assessoria de comunicação: Guilherme Fraga e Rafael Veloso
 
Serviço:
Evento: Espetáculos Generxs e Salão – BTCA e Coletivo Casa 4
Local: Teatro Vela Velha (Av. Sete de Setembro, s/n, Passeio Público)
Datas: 14 e 15 de novembro (terça e quarta-feira)
Horário: às 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) a venda nas bilheterias do Teatro Vila Velha e no site ingressorapido.com.br
Informações da bilheteria: (71) 3083-4600

Coletivo propõe dança de salão entre homens gays

Em quê implica ser homem e gay na dança de salão? Este é um dos questionamentos que vem provocando o Casa 4, projeto artístico desenvolvido em Salvador pelos dançarinos-criadores Alisson George, Guilherme Fraga, Jônatas Raine, Leandro de Oliveira e Marcelo Galvão. No formato de espetáculo de dança e com estreia prevista para novembro, o projeto busca refletir sobre as relações construídas pela dança de salão nos corpos dos artistas envolvidos. “Corpos viados, afeminados, fechativos, brutos, sensíveis e mais um bocado de coisa”, ressalta Marcelo Galvão, dançarino formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Os ensaios acontecem desde junho deste ano e agora o grupo lança uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar a realização do espetáculo pelo site www.catarse.me/casaquatro. Tradicionalmente as danças de salão carregam signos e regras que reforçam os estereótipos de gênero e excluem outras possibilidades de dançar a dois. Neste sentido, os dançarinos do Casa 4 têm mergulhado em suas experiências, nos preconceitos velados e nas microviolências diárias para falar sobre ser gay neste universo. “Acreditamos não dá mais para gente não fazer, não falar, não dançar respeitando o que a gente é”, afirma Guilherme Fraga, mestre em Dança pela UFBA e professor da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).

Em cena, a proposta é não se limitar a binarismos como condutor-conduzido, ativo-passivo, masculino-feminino. Desejos, amor, breguice e viadagem conduzem os “dois pra lá, dois pra cá” deste projeto em processo de criação. Destaque para a equipe desta ação artística-política-amorosa que reúne, exclusivamente, colaboradores LGBTQI+. Integram o Casa 4, Caio Figueiredo (artista visual), David Calluque (arquiteto/cenógrafo) Diego Moreno (designer gráfico), Diego Solon (estilista) e Maiana Brito (cineasta). Para acompanhar o trabalho sigam o grupo nas redes sociais @casa04producoes.