Espetáculo “Koanza: do Senegal ao Curuzu” volta a cartaz em Salvador

O ator baiano Sulivã Bispo volta a cartaz com o espetáculo Koanza: do Senegal ao Curuzu, no Teatro Sesi Rio Vermelho, em Salvador. Sucesso na Internet e de público em sua estreia no mês de julho, a personagem Koanza volta aos palcos em nova temporada a partir deste fim de semana, sábado (dia 17) e domingo (dia 18), sempre às 20h. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Sesi Rio Vermelho até o dia 1º de outubro. Os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) e estão à venda no Sympla

O roteiro da nova temporada traz novidades e vem embalado por fofocas e reflexões acerca de acontecimentos recentes, e sobretudo pelo clima de proximidade das eleições presidenciais. “Fazer Koanza nesse ano político é muito importante porque é um espetáculo que fala do futuro, do futuro que a gente está construindo, que tem a ver com o que a gente faz com a floresta amazônica, com os nossos, com o racismo, com a representatividade nas políticas sociais… Tudo que estamos discutindo vai estar no espetáculo, ele se renova a cada temporada”, ressalta o ator Sulivã Bispo, que criou e dá vida à Koanza.

Sulivã lembra do receio que tinha de levar Koanza ao teatro e sorri ao comentar sobre as três sessões extras que foram abertas diante da procura do público na temporada de estreia. “Quando eu faço Koanza, estou descortinando o preconceito, militando, enegrecendo cada vez mais a minha arte. Temos um riso, mas temos a reflexão também. Você ri e se pergunta, era pra eu ter rido disso?”.

Koanza

Senhora riquíssima nascida no Senegal, bem-sucedida no comércio de joias e tecidos senegaleses para a diáspora negra, makota (cargo feminino de grande valor no Candomblé), sofisticada e moradora do Corredor da Vitória, em Salvador (BA), Koanza (nome de um rio angolano e da moeda de Angola) – é uma mulher de saberes ancestrais, chique e consciente do mundo desigual em que vivemos, comprometida com um papel ativo na reafricanização das lutas antirracistas na diáspora negra, que ela refina com empenho, elegância e humor.

“Quando estava construindo a personagem, queria fazer de Koanza uma senhora muito elegante, capaz de discutir o racismo sem descer do salto, com retidão, força e também encanto, e ela é assim, tem uma fineza e uma classe que incomodam, e minha inspiração para criá-la veio de muitas mulheres negras empoderadas. Uma delas é minha tia Arany Santana, principal referência para esse personagem, mas Koanza também se inspira em Elza Soares, Ruth de Souza, Jovelina Pérola Negra, Maíra Azevedo, Michelle Obama, Oprah Winfrey, Rita Batista, Maju Coutinho, Aline Midlej e tantas e tantas outras”, conta Sulivã.

Em Koanza: do Senegal ao Curuzu, a personagem volta à Bahia, após um tempo morando na África, com a missão de combater o crescente domínio do cristianismo dos discursos que se voltam contra os cultos de matriz afro-brasileira. Ao chegar, ela encontra o Brasil imerso em um turbulento processo político e racial, tendo à frente um presidente evangélico. É quando ela se vê desafiada a salvar o Curuzu das mãos da opressão religiosa e política, e encontra muitas dificuldades para tal missão. Diante dessa encruzilhada, surge um espetáculo cômico.

O espetáculo tem direção de Thiago Romero, direção de movimento e coreografia de Nildinha Fonseca, direção musical de Filipe Mimoso, figurino de Renato Carneiro e cenário de Guilherme Hunder. Alisson de Sá assina a iluminação de Koanza: do Senegal ao Curuzu, Beberes a maquiagem, Larissa Libório a direção de produção, Bergson Nunes e Sidnaldo Lopes, a assistência de produção, e Carolina Magalhães o design/arte.

Serviço:

O quê: Espetáculo Koanza: do Senegal ao Curuzu

Onde: Teatro Sesi Rio Vermelho (Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho, Salvador – BA)

Quando: sábados e domingos (de 17/09 a 1º/10), às 20h

Quanto: ingressos a R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) à venda no Sympla