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Escritor Marcus Borgón lança o livro "O que sobrou do mundo", em Salvador
Escritor Marcus Borgón lança o livro “O que sobrou do mundo”, em Salvador

O escritor carioca, mas radicado na Bahia, Marcus Borgón lança o livro de crônicas O que sobrou do mundo, em Salvador. Em 28 crônicas permeadas de ironia, humor ácido e boa dose de ceticismo, o escritor aborda temas como o fracasso, a infância e a feiúra, permitindo-se rir de si mesmo e das pequenas desventuras cotidianas que a maior parte das pessoas enfrenta, fazendo com que o leitor se reconheça entre suas linhas. O lançamento acontece no sábado (dia 15), a partir das 15h, na Blá! Blá! Blá! Arte e Cultura, novo espaço cultural recém-inaugurado no Rio Vermelho, na capital baiana.

Este é o segundo livro que o autor da novela O Pênalti Perdido (P55 edições, 2016) apresenta, além dos textos publicados em revistas literárias e coletâneas de contos. “Ele não vem como militante, armado ou enfático, vestido a caráter para o confronto retórico. Ao contrário, chega quase como um anacoreta, tomando refrigerante ruim e acompanhado de cachorros que nem sabem fazer serviço de cachorro, e da escória de um bairro popular. Parece que não tem grandes pretensões, mas esse é justamente um dos diferenciais desta obra”, afirma o jornalista e escritor Franklin Carvalho, no texto da orelha.

A matéria-prima das 28 crônicas se alterna entre a evocação das memórias de infância, e as observações de quem vê a vida passar diante dos olhos sem forças ou desejo para interferir em seu curso. Há diversas situações nos textos de Borgón que farão com que o leitor se reconheça ou reconheça alguém conhecido. O autor demonstra um olhar irônico ao retratar o cotidiano, extraindo dele humor e lirismo, tal como faz ao retratar entrevistas de emprego fracassadas ou, ainda, se colocando na pele de personagens donos de pequenas sortes, ganhadores de brindes de pouco valor.

Ao tratar da feiúra, por exemplo, mostra uma tranquilidade desconcertante ao se comparar a um sapo: “O veneno sob a pele rugosa não assusta ninguém. Sua aparência, sim. Calafrios”. Músicas, mitos e contos de fadas se entrelaçam nos interesses que tecem o livro. Com linguagem irreverente, inteligência e humor ácido, Marcus Borgón leva o leitor a descobrir nestas crônicas o quão risível é nosso mundo de paixões violentas e ambições desmesuradas. Ao fim de suas páginas, a sensação que fica é de ser a amizade nosso bem mais valioso. E nele certamente o leitor encontrará O que sobrou do mundo.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro de crônicas O que sobrou do mundo, de Marcus Borgón

Quando: sábado (dia 15), às 15h 

Onde: Blá! Blá! Blá! Arte e Cultura (Rua do Meio, 141, Rio Vermelho, Salvador – BA)

Quanto: o livro custa R$ 45 [140 páginas]

Escritor Marcus Borgón lança o livro "O que sobrou do mundo", em Salvador
Capa do livro de crônicas “O que sobrou do mundo”, de Marcus Borgón – Fotos: Fernando Lopes
Livro retrata a vida e obra do geógrafo baiano Milton Santos
Livro retrata a vida e obra do geógrafo baiano Milton Santos

Uma palestra do professor e doutor Pedro de Almeida Vasconcelos marca o lançamento do livro que retrata a vida e a obra do geógrafo baiano Milton Santos. O encontro vai acontecer na próxima segunda-feira (dia 20), às 17h, no auditório Bernardino de Souza do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), localizado no bairro da Piedade, região central de Salvador.

O livro O universo conceitual de Milton Santos , publicado pela Editora CRV traz, inicialmente, um resumo de três períodos diferenciados da vida de Milton Santos, mas a ênfase é dada ao exame de 30 dos seus principais livros. A segunda parte Ideias científicas e contribuição ao pensamento geográfico, traz o capítulo Principais conceitos e categorias, a parte mais original do livro, pois trata das noções, conceitos e categorias propostos por Milton Santos, analisados um por um, à medida que aparecem nos textos em exame, o que permite verificar a utilização de noções da Geografia, noções originárias de outras disciplinas, assim como noções modificadas ou criadas pelo autor.

Nascido no dia 3 de maio de 1926, o mais eminente geógrafo brasileiro iniciou sua trajetória geográfica na Bahia em 1948, ao prestar concurso para professor catedrático de Geografia no renomado Ginásio de Ilhéus. Dali sairia sua primeira tese e livro: O povoamento da Bahia: suas causas econômicas. Nos anos em que viveu na Bahia, publicou uma série de artigos e livros, alguns em parceria com colegas nacionais e internacionais, onde já se esboçava uma história de reformulação profunda das bases epistêmicas da ciência geográfica. Trata-se, hoje, de uma fase menos conhecida de sua obra. Já em 1978, elabora o seu projeto mais bem estruturado ao qual denominou de Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. Faleceu no dia 24 de junho de 2001.

Pedro de Almeida Vasconcelos é professor titular em Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), possui pós-doutorado pela Sorbonne e Ph.D em Geografia pela universidade de Ottawa, no Canadá. Ele é mestrado em Urbanismo (Louvain, Bélgica, 1973); (1987); Professor do Programa de Pós-Graduação em Território, Ambiente e Sociedade da UCSAL; e é membro titular da Academia de Ciências da Bahia e sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

Serviço:

O quê: Palestra e lançamento do livro O universo conceitual de Milton Santos, de Pedro de Almeida Vasconcelos, sobre a vida e obra do geógrafo baiano

Quando: segunda-feira, dia 20 de junho, às 17h

Onde: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (Av. Joana Angélica, 43, Piedade, Salvador – BA)

Os bastidores do maior caso de crime sexual do Brasil no livro “João de Deus – O abuso da fé”

A jornalista Cristina Fibe acaba de lançar o livro João de Deus – O abuso da fé. Em setembro de 2018 a jornalista deu início a uma apuração que revelaria, três meses depois, os estupros cometidos pelo autoproclamado médium João de Deus. O maior caso de crime sexual do Brasil ainda lhe tomaria três anos de trabalho até a publicação desta obra lançada pela Globo Livros.

Em seu livro de estreia, a jornalista – que fez carreira nas principais redações do país -, desconstrói o mito em torno do garimpeiro goiano, desde a fundação de seu centro espiritual, na década de 1970, até a rede de crimes que o protegeu por quase 50 anos. A obra é um livro-reportagem investigativo, com informações apuradas e checadas em viagens a cidade goiana de Abadiânia, visitas a IMLs, delegacias e tribunais, além de um mergulho em mais de mil páginas de processos criminais.

João de Deus – O abuso da fé conta com centenas de entrevistas, inclusive depoimentos exclusivos de figuras públicas próximas de João, como o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.

Com a sensibilidade e as ferramentas de quem se especializou na cobertura dos direitos das mulheres, Cristina Fibe dá voz também a algumas das mais de 300 sobreviventes dos abusos, em relatos muitas vezes chocantes, mas necessários para interromper o silêncio que leva à impunidade. O resultado é uma narrativa profunda e corajosa sobre a ascensão e queda de João Teixeira de Faria, permeada por bastidores da revelação de seus crimes pela imprensa, que levou à condenação a mais de 70 anos de prisão.

“Se, por um lado, chorei com a atrocidade sofrida por mulheres que já se encontravam em situação de vulnerabilidade, por outro, comemorei o fim de um silêncio. De mais um. A gente não vai parar de lutar. Nós somos muitas. E temos coragem”, declara a atriz Maria Ribeiro, que assina o prefácio do livro.

Serviço:

O quê: Livro João de Deus – O abuso da fé, de Cristina Fibe

Páginas: 240

Editora: Globo Livros

Preço: R$ 49,90 – e-book: R$ 34,90

Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público
Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público

A 13ª edição da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que começou nesta sexta-feira (dia 1º) e segue até o dia 12 de outubro, terá programação híbrida ao público e contará com uma série de atividades e interações, incluindo lançamentos de livros e debates. Entre os convidados estarão o premiado escritor moçambicano Mia Couto e Itamar Vieira Junior, que venceu o Prêmio Jabuti 2020. O evento marca a retomada das atividades presenciais após o longo período de restrições no Centro de Convenções do estado, em Olinda, região metropolitana do Recife.

Por conta das limitações de público e dos desafios impostos pela pandemia, esta edição oferecerá programação virtual transmitida por meio da plataforma digital e-Bienal (www.ebienal.com), além do evento presencial, em espaço mais amplo do que o tradicional. A expectativa dos organizadores é de receber cerca de 450 mil visitantes (incluindo os virtuais) durante os 12 dias da feira literária.

“Com a realização do evento em formatos virtual e presencial encontramos uma forma de adaptação aos novos tempos, além de ser uma oportunidade de ampliação e renovação das atividades e do público. Nossa expectativa é movimentar cerca de R$ 12 milhões em negócios para o setor livreiro local”, afirma Rogério Robalinho, produtor do evento.

Sob a curadoria do jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani, a Bienal do Livro de Pernambuco fará homenagens a duas grandes personalidades. Uma delas é o educador pernambucano Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira, que em 2021 completaria 100 anos de idade. A segunda homenageada é a poetisa sertaneja Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti de Livro em 2020, na categoria Poesia.

Entre os participantes virtuais estão personalidades como Mia Couto, Itamar Vieira Junior, Lourival Holanda, Silviano Santiago, André Dahmer, Zoara Failla, Lucia Santaella, Christian Dunker, Ronaldo Correia de Brito, Heloisa Starling, Renan Quianalha, Josélia Aguiar, Kleber Mendonça Filho, Rodrigo Casarin, Rogério Pereira, Mariana Enriquez e Lavínia Rocha. Já no presencial, estão confirmados os nomes como Jessé de Souza, Fabrício Carpinejar, Breno Perrucho, Sri Prem Baba, Claudia Costin, Clarice Freire, Cida Pedrosa e Marcelo Batalha. Ao todo, o evento prevê a realização de 220 atividades presenciais e virtuais.

Com uma área de funcionamento maior – este ano a Bienal ocupará 9 mil m² do pavilhão interno do Centro de Convenções -, a feira de livros contará com expositores de todo o Brasil. Serão mais de 320 estandes e 89 livrarias e editoras participantes. A programação, com 120 horas de atividades ininterruptas, ainda promete mais de 60 lançamentos literários, 50 palestras presenciais e outras 30 virtuais, ações diversas, que passam por 20 oficinas presenciais, apresentações artísticas, debates e muito mais. A feira contará, ainda, com espaço e programação voltada para crianças de zero a seis anos de idade apoiada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o patrocínio da Petrobras. Durante a Bienal do Livro de Pernambuco, acontecerá também uma programação especial de Educação.

A 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que é uma produção da Vox Produções, Ideação e Cia de Eventos, seguirá todos os protocolos sanitários vigentes. O evento contará com circuito de câmera térmica, sistema de reconhecimento facial, medição da temperatura corporal e emissão de alertas para as pessoas que estiverem sem máscara. A feira terá ainda rede de internet de fibra óptica e máquina sanitizante contra vírus e bactérias.

Serviço:

O quê: 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco

Quando: de 1ª a 12 de outubro de 2021

Informações e inscrições: https://bienalpernambuco.com

Onde: na plataforma digital e-Bienal (www.ebienal.com) e no Centro de Convenções do Estado (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Olinda – PE)

Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público
A 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco contará com espaço e programação voltada para crianças apoiada pela Câmara Brasileira do Livro. Foto: Divulgação
Carlinhos Brown e Fernanda Takai lançam música em apoio a doença rara - Foto: Divulgação
Carlinhos Brown e Fernanda Takai lançam música em apoio a causa de doença rara

Em parceria inédita, Carlinhos Brown e Fernanda Takai se unem para lançar a música Amor Raro. A iniciativa celebra a história de crianças e jovens com uma doença rara, a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), caracterizada pela deterioração muscular progressiva, que afeta um a cada 3,5 mil a 5 mil meninos no mundo e ainda não tem cura. Setembro é o mês de conscientização sobre a doença.

A canção escrita pelos artistas foi inspirada no livro Amor Raro, obra também narrada por Carlinhos Brown e Fernanda Takai, em conjunto com outras personalidades como Daiane dos Santos, Márcio Canuto, Mario Sergio Cortella e Mauricio de Sousa. Lançado em dezembro de 2020, o projeto da Agência de Narrativas Construtores de Memória reúne histórias de famílias que convivem com a DMD e contornam as dificuldades do cotidiano para oferecer às crianças mais qualidade de vida e tempo para se desenvolverem da forma mais saudável e segura possível.

Toda renda arrecadada com a venda dos exemplares da obra é destinada à Aliança Distrofia Brasil, associação de pacientes que lidera ações nacionais em prol de inclusão, representatividade e melhores condições de acesso a cuidados de pessoas com distrofias musculares. Para dar vida ao livro composto por imagens capturadas por Lailson Santos, os artistas passaram o dia ao lado das famílias para que pudessem entrevistá-las e vivenciar os valores e vínculos fortes que as unem. A partir desse convívio, surgiu a inspiração para a canção que transforma em melodia as histórias de tantas famílias que enfrentam a DMD sem deixar o sorriso de lado.

“Doenças raras, como já revela o conceito, não afetam a grande maioria das pessoas, mas qualquer família pode ter que enfrentá-las. Por isso, é tão importante batalhar para que mais e mais gente conheça situações pelas quais quem tem DMD passa. E poder fazer isso por meio de obras tão delicadas e produzidas por artistas que se comoveram pela causa, é ainda mais especial”, pontua Karina Züge, presidente da Aliança Distrofia Brasil.

Assim como o livro, a composição busca chamar atenção para o diagnóstico precoce da Distrofia Muscular de Duchenne, além de sensibilizar a população brasileira em relação a doença genética. No videoclipe da música, essa mensagem é reforçada, ao exibir breves filmes das famílias junto aos artistas que narram o livro. Amor Raro já está disponível em todas as plataformas digitais e o livro pode ser adquirido no link https://comprarlivroamorraro.com.br.

Aliança Distrofia Brasil (ADB) é uma instituição privada, sem fins econômicos, que tem como finalidade agregar associações, fundações e outras formas de movimentos sociais, além de pessoas jurídicas representativas de pessoas com distrofia muscular, com o intuito de mudar a história destes pacientes, potencializando o advocacy e a defesa dos mesmos, seja pela cura, tratamento ou pela formulação e aperfeiçoamento de políticas públicas que possam melhor assistir pacientes, seus familiares, cuidadores e profissionais de saúde.

Atualmente, 16 associações integram a ADB, presentes nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Recife, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Serviço:

O quê: Livro Amor Raro

Preço: R$ 49,90

Link para compra: https://comprarlivroamorraro.com.br

Ouça a música Amor Raro, parceria de Carlinhos Brown e Fernanda Takai
YouTube player
Assista ao clipe de Amor Raro, parceria de Carlinhos Brown e Fernanda Takai
- Foto: Leonardo Papini
Velejador Aleixo Belov lança o livro “Minhas viagens com outros comandantes”

O velejador e engenheiro civil Aleixo Belov lança o seu mais novo livro, Minhas viagens com outros comandantes. A publicação, concebida durante a pandemia, será lançada na próxima quinta-feira (dia 23), a partir das 18h, no salão de festas do Yacht Clube da Bahia, na Ladeira da Barra, em Salvador. O evento aberto ao público contará com uma sessão de autógrafos com o autor seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. O lançamento de Minhas viagens com outros comandantes faz parte das ações para a inauguração prevista para o mês de novembro, do Museu do Mar, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador.

A mais recente obra de Belov, de 78 anos, mostra sua construção como navegador e o aprendizado que pôde adquirir, ao longo de sua juventude, em uma série de viagens que fez em barcos comandados por velejadores como o francês Oleg Bely, grande mentor do ucraniano que escolheu a Bahia como lar.

Essas experiências, que são compartilhadas com os leitores em ordem cronológica, contribuíram para que o velejador se tornasse um dos maiores navegadores do Brasil. Dentre os feitos que reforçam a importância desse baiano de coração estão cinco voltas ao mundo, sendo três delas em solitário a bordo do veleiro Três Marias. Por conta dessas viagens, ele ganhou um diploma da Marinha do Brasil por ter sido o primeiro a dar uma volta ao mundo sozinho em uma embarcação com a bandeira brasileira.

As outras duas viagens foram feitas com o veleiro-escola Fraternidade, construído pelo próprio Belov, assim como o Três Marias. Nas expedições, ele viajou acompanhado de mais 12 tripulantes – alunos entre 18 e 30 anos – pré-selecionados pelo próprio comandante para compreender as lições do mar, assim como aprendeu com os velejadores que constam na atual obra.

“Na época, não sabia da importância que Oleg iria exercer na minha vida de navegador, nem que se tornaria meu mentor e me ajudaria muito, dando sugestões no projeto e na construção do Fraternidade”, revela Belov, no capítulo intitulado A primeira viagem com Oleg Bely a bordo do Kotic.

No prefácio do livro, Belov, que venceu a Covid-19, ainda fala sobre como a crise sanitária que o mundo vive o ajudou na construção da obra. “Talvez este livro nunca tivesse sido escrito se não ocorresse a pandemia do novo coronavírus, que me deixou recolhido em casa. Revirando as coisas e separando o que ia ser exposto no Museu do Mar, que estava construindo, encontrei 11 cadernos com diários que escrevi, inclusive, quando ainda era jovem”, afirmou ele, antecipando que, para trazer à tona a veracidade presente nas anotações, manteve o estilo de escrita de cada época.

“Considerei mais importante manter como estava escrito para se ter a imagem do Aleixo Belov de cada época, nos diversos relatos em anos diferentes, e poder perceber como ele foi mudando com o tempo”, contou o velejador, que é autor de outros oito livros que narram suas as viagens ao redor do mundo.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Minhas viagens com outros comandantes, de Aleixo Belov

Quando: Quinta-feira (dia 23), às 18h

Onde: salão de festas do Yacht Clube da Bahia, na Ladeira da Barra

Foto: Reprodução
Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980

O dramaturgo Paulo Atto lança nesta quarta-feira (dia 14), o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. A publicação da Editora do Teatro Popular de Ilhéus, será lançada, de forma virtual, às 19h, no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga. Em um vídeo especialmente criado para o momento, o autor irá falar sobre sua obra, formada pela trilogia de textos teatrais nos anos 1980: A Confissão, As Máquinas ou A Tragédia em Desenvolvimento e Até Delirar / O Banquete. O livro é uma espécie de inventário emotivo, histórico, dramatúrgico e artístico do período em que um grupo de atores e artistas vivenciaram a sua produção na Bahia.

“A escolha desses textos para o livro é justamente porque, por coincidência, eles são todos da década de 1980 e acontecem nesse período de transição democrática, onde a gente tem a presença e o aparato da censura. Nós tínhamos de submeter os textos de teatro a um departamento da Polícia Federal, que era a Divisão de Censura de Diversões Públicas, onde primeiro eram analisados, geralmente se levava três semanas, depois emitido um certificado de censura”, explica o dramaturgo, que apresenta alguns desses documentos no livro. “Esses textos também trazem em uma certa constância de temas como: enfrentamento, liberdade, direito ao sonho, ao delírio, a livre expressão e ao poder, sobretudo em A Confissão. Por isso, a razão desse livro ser essa trilogia da minha origem como dramaturgo, como diretor de teatro”, ressalta Paulo.

Em suas 298 páginas, a obra recorre à trilogia inicial do autor – que completa em 2021 exatos 38 anos de carreira – para recuperar e contribuir com a história do teatro de grupo na Bahia, num período que, embora em processo lento e gradual de abertura, o teatro enfrentava a censura, que em alguns momentos chegou a ser branda, mas que criava um permanente conflito dos criadores e grupos com os censores. No livro, Paulo relata um episódio em Recife (PE), em que os censores não queriam aceitar o certificado de censura da Bahia. “Eles queriam ver o espetáculo, mas chegaríamos num sábado e eles não tinham censores que trabalhassem nesse dia para ir assistir. E, apesar da gente já tem um certificado de censura da Bahia, decidiram que não iam permitir apresentação do espetáculo sem ser novamente avaliado. Foi uma situação muito complicada”, desabafa.

Além dos textos, o livro apresenta as matérias publicadas na imprensa sobre as montagens, fotos dos espetáculos, relatos do próprio autor sobre as condições de produção, processos criativos e contexto da época. Fazem parte ainda do volume uma apresentação sobre cada montagem e uma espécie de “memorial afetivo” – como o próprio dramaturgo define, composto de bilhetes deixados pelos autores, histórias de bastidores, anotações de cena, fac-símiles dos programas, cartazes, convites, folhetos e panfletos, anotações da direção, pequenas histórias, cartas, observações sobre ensaios. Na obra estão descritas, ainda, as relações do dramaturgo com o grupo Artes & Manhas do diretor Paulo Cunha, em seus processos criativos de escrita e montagem e por outro lado, o autor apresenta uma série de fatos decorrentes da conturbada relação que vivenciou com os censores e o aparato da censura no período.

“Da década de 80 para cá, a obra artística de Paulo Atto vem se desenvolvendo numa escala ascendente, crescendo em complexidade estrutural e temática, ele sempre inventando voos. Na fornada da última década, vale destacar A Conferência (2013), escrita a partir do livro As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, e Teatro La independência (2018), ambas reconhecidas e indicadas ao Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Texto. Justos reconhecimentos a quem vem na contracorrente da massificação, em busca de um teatro pleno de inquietações, que recusa o apelo fácil, e se impõe como marca de atitude e presença no mundo“, afirma o dramaturgo Luiz Marfuz, no prefácio do livro.

Lançamento e debate sobre a censura às artes cênicas

Para o lançamento o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura, nesta quarta-feira (dia 14), foram gravados em vídeo depoimentos e interpretação de trechos do livro por atores e atrizes consagrados que participaram das montagens como Hebe Alves, Frank Menezes, Andrea Elia, Selma Santos, Hamilton Lima e Rafael Magalhães. Foram também especialmente convidados a atriz Claudia di Moura e o ator Ricardo Castro, que não atuaram nas montagens, mas que eram profissionais que Paulo Atto desejava ver interpretando seus textos. Os jovens atores de Irecê, Marcos de Assis e Mozar Nunes, do Núcleo Caatinga da Cia Avatar também interpretarão textos do livro.

Já no dia 21 de julho, às 19h, será transmitido um debate, também através do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga, sobre teatro e censura, tendo como eixo o contexto do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. Participam do debate o diretor, professor e dramaturgo Luiz Marfuz e o próprio autor do livro, Paulo Atto. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura

Quando: quarta-feira, dia 14 de julho, às 19h

Onde: no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga

Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Capa do livro (Imagem: Reprodução)

Ouça no episódio #05 do podcast Destaques da Semana, a entrevista com o dramaturgo Paulo Atto fala sobre seu livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura