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Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público
Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público

A 13ª edição da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que começou nesta sexta-feira (dia 1º) e segue até o dia 12 de outubro, terá programação híbrida ao público e contará com uma série de atividades e interações, incluindo lançamentos de livros e debates. Entre os convidados estarão o premiado escritor moçambicano Mia Couto e Itamar Vieira Junior, que venceu o Prêmio Jabuti 2020. O evento marca a retomada das atividades presenciais após o longo período de restrições no Centro de Convenções do estado, em Olinda, região metropolitana do Recife.

Por conta das limitações de público e dos desafios impostos pela pandemia, esta edição oferecerá programação virtual transmitida por meio da plataforma digital e-Bienal (www.ebienal.com), além do evento presencial, em espaço mais amplo do que o tradicional. A expectativa dos organizadores é de receber cerca de 450 mil visitantes (incluindo os virtuais) durante os 12 dias da feira literária.

“Com a realização do evento em formatos virtual e presencial encontramos uma forma de adaptação aos novos tempos, além de ser uma oportunidade de ampliação e renovação das atividades e do público. Nossa expectativa é movimentar cerca de R$ 12 milhões em negócios para o setor livreiro local”, afirma Rogério Robalinho, produtor do evento.

Sob a curadoria do jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani, a Bienal do Livro de Pernambuco fará homenagens a duas grandes personalidades. Uma delas é o educador pernambucano Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira, que em 2021 completaria 100 anos de idade. A segunda homenageada é a poetisa sertaneja Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti de Livro em 2020, na categoria Poesia.

Entre os participantes virtuais estão personalidades como Mia Couto, Itamar Vieira Junior, Lourival Holanda, Silviano Santiago, André Dahmer, Zoara Failla, Lucia Santaella, Christian Dunker, Ronaldo Correia de Brito, Heloisa Starling, Renan Quianalha, Josélia Aguiar, Kleber Mendonça Filho, Rodrigo Casarin, Rogério Pereira, Mariana Enriquez e Lavínia Rocha. Já no presencial, estão confirmados os nomes como Jessé de Souza, Fabrício Carpinejar, Breno Perrucho, Sri Prem Baba, Claudia Costin, Clarice Freire, Cida Pedrosa e Marcelo Batalha. Ao todo, o evento prevê a realização de 220 atividades presenciais e virtuais.

Com uma área de funcionamento maior – este ano a Bienal ocupará 9 mil m² do pavilhão interno do Centro de Convenções -, a feira de livros contará com expositores de todo o Brasil. Serão mais de 320 estandes e 89 livrarias e editoras participantes. A programação, com 120 horas de atividades ininterruptas, ainda promete mais de 60 lançamentos literários, 50 palestras presenciais e outras 30 virtuais, ações diversas, que passam por 20 oficinas presenciais, apresentações artísticas, debates e muito mais. A feira contará, ainda, com espaço e programação voltada para crianças de zero a seis anos de idade apoiada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o patrocínio da Petrobras. Durante a Bienal do Livro de Pernambuco, acontecerá também uma programação especial de Educação.

A 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que é uma produção da Vox Produções, Ideação e Cia de Eventos, seguirá todos os protocolos sanitários vigentes. O evento contará com circuito de câmera térmica, sistema de reconhecimento facial, medição da temperatura corporal e emissão de alertas para as pessoas que estiverem sem máscara. A feira terá ainda rede de internet de fibra óptica e máquina sanitizante contra vírus e bactérias.

Serviço:

O quê: 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco

Quando: de 1ª a 12 de outubro de 2021

Informações e inscrições: https://bienalpernambuco.com

Onde: na plataforma digital e-Bienal (www.ebienal.com) e no Centro de Convenções do Estado (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Olinda – PE)

Bienal Internacional do Livro de Pernambuco terá programação híbrida ao público
A 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco contará com espaço e programação voltada para crianças apoiada pela Câmara Brasileira do Livro. Foto: Divulgação
Foto: AG. BAPress
“Acredito na transformação social”, afirma Graça Machel durante conferência de encerramento do Fronteiras Braskem do Pensamento 2017

“É possível tornar a vida mais digna, tornando as relações mais humanas”, “a cultura liberta as pessoas” e “acredito na transformação social”. Essas foram algumas das declarações feitas pela ativista dos direitos humanos moçambicana Graça Machel, durante a conferência que encerrou, na noite dessa terça-feira (05/09), no palco principal do Teatro Castro Alves, em Salvador, a temporada 2017 do Fronteiras Braskem do Pensamento. Com o tema Civilização – A sociedade e seus valores, o projeto tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas.

Em frente a uma plateia atenta, a ex-ministra da Educação de Moçambique e desde 2010 gestora do fundo internacional que leva seu nome, Graça Machel falou sobre a onda de imigração, direitos humanos, diferença entre gêneros, racismo e exploração infantil. A conferência foi apresentada pelo doutor em Filosofia, Eduardo Wolf, curador-assistente do Fronteiras do Pensamento e com a mediação de Zulu Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon. Durante sua conferência, Graça assegurou que “o Brasil é um exemplo de integração de imigrantes”.

Ela questionou porque hoje em dia o fenômeno da imigração é visto com medo. “As imigrações fazem parte da experiência humana ao longo dos séculos e até de milênios, faz parte do DNA social”, afirmou a ativista. Para Graça, a desigualdade econômica é um fenômeno motivador das imigrações. “Atualmente existem presidentes que acham que podem construir muros para separar pessoas. É preciso algumas vozes mais esclarecidas para atentar que o islã é uma religião de paz. Existem alguns indivíduos que são terroristas, mas precisamos não generalizar”, adverte.

Formada em Filologia da Língua Alemã pela Universidade de Lisboa, Machel atuou como professora e lutou clandestinamente com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) durante a Luta Armada da Libertação Nacional. “Hoje somos uma África que temos marcas do coronelismo. Não somos um continente homogêneo. Temos duas mil línguas em África. A Nigéria sozinha tem 500 línguas. Apesar das várias colonizações conseguimos preservar muito de nossa tradição. Não somos nem franceses ou ingleses, somos africanos”, garante. Graça alerta que a globalização, com todas as vantagens que trouxe, também deixou muitas marcas da pobreza. “A grande maioria do nosso povo, nas zonas rurais africanas, tem muito pouco de globalização”.

Ligada desde muito cedo a organizações sociais para a manutenção dos direitos de mulheres e crianças, Graça Machel não chegou a conhecer o próprio pai, que morreu três semanas antes do seu nascimento. Filha mais nova de uma família de origem humilde, cresceu e acompanhou o empenho e o esforço de sua mãe para criar sozinha os setes filhos. Em 2010, a ativista fundou a Graça Machel Trust, organização de direito com foco na saúde e na nutrição de crianças, na educação, no empoderamento econômico e financeiro das mulheres, e no desenvolvimento de estratégias de governança e liderança femininas na África. “A única diferença que existe realmente entre o homem e a mulher é o gênero, mas fizeram o homem crer que pode matar as mulheres”, lamenta a conferencista.

Outras duas grandes causas levantadas por Graça Machel são o trabalho em favor das vítimas de casamentos infantis e o combate a quaisquer tipos de racismo. “A realidade é que pessoas de pele negra em qualquer continente lutam para sobreviver. Precisamos fazer uma introspecção para saber que tipo de pessoa nos tornamos”, provoca Graça. “Hoje a família humana tem dois grandes desafios, aceitar que homens e mulheres e pretos e brancos são iguais. Não há nada que nos diferencie”, garante. Ao finalizar sua fala, provocou a plateia questionando “o que podemos fazer para desmantelar esses mitos?”.

SOBRE O FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO
Fronteiras Braskem do Pensamento é um ciclo de conferências alinhado ao projeto cultural múltiplo Fronteiras do Pensamento – www.fronteiras.com – que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. O Fronteiras do Pensamento realiza anualmente edições em Porto Alegre e São Paulo, e na edição especial em Salvador abre espaço para o debate e a análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro, apresentando pensadores, artistas, cientistas e líderes que são vanguardistas em suas áreas de pesquisa e pensamento.

Os valores básicos do projeto são o pluralismo das abordagens, o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados e a interdisciplinaridade de ideias. Por isso o Fronteiras Braskem do Pensamento já trouxe à Bahia importantes nomes como Enrique Peñalosa, Leymah Gbowee, Wim Wenders, Edgar Morin, Manuel Castells, Contardo Calligaris, Luc Ferry, Salman Rushdie, Jean-Michel Cousteau e Valter Hugo Mãe, entre outros. Na temporada 2017, além de Graça Machel, o Fronteiras Braskem do Pensamento trouxe à capital baiana, o escritor moçambicano Mia Couto e a crítica cultural norte-americana Camille Paglia.

Fronteiras Braskem do Pensamento 2017 discute o tema "Civilização - A sociedade e seus valores"
Fronteiras Braskem do Pensamento 2017 discute o tema “Civilização – A sociedade e seus valores”

A última década vem alterando o panorama democrático no mundo: de acordo com a organização norte-americana Freedom House, 2016 marcou o décimo primeiro ano consecutivo de recuo da democracia e das liberdades civis no mundo. E ainda que especialistas não vislumbrem a necessidade de alternativas ao principal sistema político atual, os valores da sociedade de direito contrários ao autoritarismo são tensionados diariamente. É neste cenário de fronteiras desmontadas, migração de refugiados, desfragmentação das instituições, impacto entre culturas e consolidação de “pós-verdades” na internet que se coloca a proposta de discussão do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento.

Com o tema Civilização – A sociedade e seus valores, o Fronteiras Braskem do Pensamento traz ao palco principal do Teatro Castro Alves, em Salvador, o escritor moçambicano Mia Couto (3/07), a crítica cultural norte-americana Camille Paglia (15/08) e a ativista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel (5/09), sempre às 20h30. O Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas. “O propósito da Braskem em patrocinar mais uma edição do Fronteiras é contribuir para compartilhar o conhecimento de grandes pensadores contemporâneos com o público baiano, promovendo a reflexão sobre temas relevantes para a sociedade”, ressalta Hélio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

Vendas – A venda dos ingressos para o Fronteiras Braskem do Pensamento inicia na quarta-feira, dia 7 de junho, nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista, pelo site www.compreingressos.com ou pelo telefone (71) 4020-2050. Ingresso individual por conferência: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Combo de ingressos para as três conferencias: R$120 (inteira) e R$60 (meia), valido até dia 03/07. Outras informações sobre o projeto pela Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.
 
PROGRAMAÇÃO FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO
 
MIA COUTO (Moçambique, 1955)

3 de julho (segunda-feira)

Considerado um dos principais escritores do continente africano e também um dos mais traduzidos no mundo, Mia Couto é comparado a Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, suas obras recriam a língua portuguesa com influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa. Graduado em Biologia, dirige uma empresa que faz estudos de impacto ambiental e desenvolve trabalhos de pesquisa sobre mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. No projeto Fronteiras do Pensamento realizou as conferências Um repensar de fronteiras, em 2012, em Porto Alegre, e A peneira e a água, em 2014, em São Paulo. Resumos das conferências e entrevistas exclusivas disponíveis no portal www.fronteiras.com.
 
CAMILLE PAGLIA (Estados Unidos, 1947)

15 de agosto (terça-feira)

Ensaísta e crítica cultural norte-americana, Camille Paglia participou do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento em 2008, em Salvador, com a conferência Variedades do erótico na arte do século XX. É uma das intelectuais mais influentes da atualidade e a principal teórica do “pós-feminismo”. Graduada em língua inglesa, seus ensaios abordam as representações da arte na cultura ocidental e suas relações com política, sexo, religião e sociedade. Ganhou destaque ao analisar a interação entre sociedade e cultura na obra Personas sexuais, e valorizar o tema da cultura de massas no ambiente acadêmico com os livros Sexo, arte e cultura americana e Vampes & vadias, entre outros. Sua mais recente obra traduzida no Brasil é Imagens cintilantes – Uma viagem através da arte desde o Egito a Star Wars. No projeto Fronteiras do Pensamento, Camille Paglia realizou as conferências A mulher na arte: da idade da pedra até Hollywood, em 2007, em Porto Alegre, e Arte, cultura e feminismo, em 2015, em São Paulo. Vídeos exclusivos estão disponíveis no portal www.fronteiras.com.
 
Graça Machel (Moçambique, 1945)

5 de setembro (terça-feira)

Política e ativista dos direitos humanos, Graça Machel foi ministra da Educação e da Cultura de Moçambique entre 1976 e 1989, grande parte durante o governo de seu esposo, Samora Machel, morto em 1986. Defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianças, foi nomeada em 1990 pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, trabalho pelo qual recebeu a Medalha Nansen das Nações Unidas, em 1995. Em 1998, casou-se com Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, tornando-se a única pessoa no mundo a ser primeira-dama de mais de uma nação. Formada em Filologia Germânica, Graça Machel atuou como professora, militou na Frente da Libertação de Moçambique (FRELIMO), e é membro do Painel para o Progresso da África (APP), grupo constituído por dez distintas personalidades que defendem o desenvolvimento equitativo e sustentável da África.

Serviço:

O quê: FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2017

CONFERÊNCIAS: Mia Couto, 3/07; Camille Paglia, 15/8; Graça Machel, 5/09.

LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.

INGRESSOS INDIVIDUAIS: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia) para cada uma das conferências.

COMBO DE INGRESSOS PARA AS TRÊS CONFERENCIAS: R$120,00 (inteira) e R$60,00 (meia), valido até dia 3 de julho.

INFORMAÇÕES SOBRE VENDAS: 3003-0595

PONTOS DE VENDA: Nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos postos de vendas do SAC dos shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br.

INFORMAÇÕES PROJETO: Na Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.