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Descoberta da sexualidade é tema da versão audiovisual do espetáculo Dois a Duas
Descoberta da sexualidade é tema da versão audiovisual do espetáculo Dois a Duas

A descoberta da sexualidade de mulheres lésbicas é o tema central do espetáculo Dois a Duas, que ganhou versão audiovisual nesta pandemia. A montagem será apresenta nesta quarta-feira (dia 28), às 21h, no canal da FundArt – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (SP), no YouTube. Escrito por Maria Fernanda de Barros Batalha e dirigido por Erica Montanheiro e Mariá Guedes, o espetáculo foi o vencedor do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), em 2018, na categoria melhor espetáculo para público jovem.

Bruna Betito, Daniela Flor, Jhenny Santine, Luis Seixas e Luzia Rosa formam o elenco que dá vida a história de Lígia, uma estudante de uma escola particular de São Paulo, na qual sua mãe trabalha como bedel. Por ser a aluna mais dedicada da turma, acaba ficando muito próxima da professora de literatura, Cecília. Seus melhores amigos, Ana e Márcio, vivem uma conturbada relação e Ligia só quer que o ensino médio acabe logo.

Dois a Duas nasceu da vontade da dramaturga Maria Fernanda de Barros Batalha (que é mulher, lésbica e trabalha com adolescentes há cerca de uma década e meia) de falar com o público jovem sobre problemas e questões que sempre afligem adolescentes: amadurecimento, conquista de espaço, descobertas sexuais, racismo, machismo, ética e choque de gerações.

“Quando recebi o convite para dirigir a montagem, fizemos uma leitura do texto e surgiu a ideia de alterarmos a história e para falarmos de uma jovem negra. Foi aí que vi que a direção não podia ser assinada só por mim e resolvemos chamar a Mariá para compartilhar essa tarefa”, explica Erica. Mariá completa que, já que estavam contando a história de uma mulher, resolveram também se cercar de profissionais femininas na montagem (o que se repete nessa versão online), tendo alguns poucos homens na equipe. “Cerca de 90% dos profissionais envolvidos são mulheres”, contabiliza Mariá, explicando que a decisão contribui para que signos e a comunicação com o público ganhe proximidade.

O espetáculo para a versão audiovisual foi captado e editado pela Bruta Flor Filmes. Para as diretoras, transpor o espetáculo dos palcos para as telas não foi tão complicado porque na cabeça delas, Dois a Duas sempre teve uma pegada cinematográfica, às vezes funcionando como videoclipe. A principal questão foi como estabelecer a relação que se tinha com o público no palco. “O público ficava inserido na cena e, dependendo de onde estava sentado, acompanhava uma peça diferente sempre. Na versão audiovisual, nós trabalhamos mais a questão de que os personagens, assim como pessoas normais, não são maniqueístas e possuem diversas facetas. Ninguém é, essencialmente, mau ou bom. Além do que, em vez de o público acompanhar diferentes versões, ganham diferentes versões de um mesmo acontecimento dependendo do personagem que narra o fato”, conta Érica.

A trilha sonora de Dois a Duas inclui músicas de Nina Simone, Tim Maia, As Bahias e a Cozinha Mineira, Mc Linn da Quebrada, Cássia Eller e outros. A banda, que na versão teatral era uma das grandes atrações, agora entra no espetáculo de algumas outras maneiras, como compondo os alunos da escola onde se passa o espetáculo, mas as músicas continuam de maneira forte. A trilha traz músicas que conversam com o universo da dramaturgia, seja pela temática ou pelos intérpretes. São elas: Ain’t got no life, de Nina Simone, Leiam o livro, de Tim Maia, Jaqueta Amarela, As Bahias e a Cozinha Mineira, All you need is love, dos Beatles, Romeu and Juliet love theme, de Nino Rota, I’ll be seeing you, Billie Holiday, Natural Woman, Aretha Franklin, Bixa Preta, Mc Linn da Quebrada, e Gatas extraordinárias, Cássia Eller.

Oficina gratuita

Com o intuito de compartilhar o processo de concepção e criação do espetáculo Dois a duas e o diálogo entre dramaturgia e direção, as diretoras Erica Montanheiro e Mariá Guedes e a dramaturga e idealizadoras do projeto, Maria Fernanda Batalha, farão uma oficina que funciona como uma provocação teórica e prática sobre a escrita cênica e a direção, a partir do olhar criativo da potencia intuitiva e pessoal para transformá-la em ficção levando em consideração o lugar de fala, podendo ou não deslocá-lo. O trio parte de materiais de pesquisas e vivências pessoais dos participantes como ponto motor para a criação artística. A atividade acontecerá de maneira remota, pela Oficina Cultural Oswald de Andrade, nos dias 16 e 17 de agosto, das 18h30 às 21h30.

Serviço:

O quê: Espetáculo Dois a Duas

Quando: quarta-feira (dia 28), às 21h

Onde: no canal da FundArt – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (SP), no YouTube

Quanto: Gratuito

Classificação etária: maiores de 12 anos.

Espetáculo musical abre as comemorações pelos 57 anos do Teatro Vila Velha
Espetáculo musical abre as comemorações pelos 57 anos do Teatro Vila Velha

O musical As canções que Jarbas fez para nossos espetáculos abre a programação em comemoração pelos 57 anos do Teatro Vila Velha, em Salvador. O espetáculo será transmitido neste sábado, dia 31 de julho, data do aniversário do Vila, um dos mais atuantes centros de formação, criação e difusão das artes cênicas baianas. A celebração, que segue até 10 de setembro, é composta pela exibição on-line de espetáculos dos grupos residentes que passaram pelo teatro ao longo da história. Todas as exibições são gratuitas e acontecem sempre às 19h, no canal do Vila no YouTube. Após cada sessão, irá ocorrer também bate-papos com convidados que fizeram parte da equipe dos espetáculos.

As canções que Jarbas fez para nossos espetáculos relembra trechos de peças que ganharam canções do músico Jarbas Bittencourt e foram encenadas no Vila Velha. A obra foi montada e apresentada para comemorar o aniversário do teatro em 2012. O registro apresenta espetáculos como: Cabaré da Raça, Erê, Ó pai ó, Fausto, A Mãe e Dom Quixote. Após a transmissão gratuita, o diretor teatral Marcio Meirelles, a coreógrafa Cristina Castro, o músico Jarbas Bittencourt e outros criadores que colaboraram com o Teatro Vila Velha se reúnem para um bate-papo sobre o tema: A música no Vila. O debate aborda a relação do Vila Velha com a música e como ela está sempre presente em todas as produções e projetos do teatro.

Além dos registros, acontece também o Viladança Convida, série de bate-papos mediados por Cristina Castro, criadora do Núcleo Viladança. Os encontros irão acontecer nos dias 5 e 21/08, às 17h, também no YouTube do Vila. O Bando de Teatro Olodum também marca presença na programação de aniversário do Vila. O espetáculo Já fui!, será exibido pela primeira vez ao público geral dia 6 de agosto, às 19h. O espetáculo, criado para um projeto interno do DETRAN em 1999, tem caráter educativo ao tratar da educação no trânsito, mas de forma lúdica, divertida e tipicamente baiana. A obra conta com encenação de Marcio Meirelles e traz no elenco os atores Lázaro Ramos e Valdinéia Soriano. 

A programação conta ainda com os espetáculos Paparutas, da Companhia Novos Novos, no dia 13/08; A Sacanagem da Outra, da A Outra Companhia de Teatro, no dia 20/08; Primeiro de Abril, do Vilavox, no dia 27/08; Muvuca, do Núcleo Viladança, no dia 3/09; e Do outro lado do Mar, da Companhia Teatro dos Novos, no dia 10/09 finalizando a programação comemorativa. 

Serviço:

O quê: espetáculo As canções que Jarbas fez para nossos espetáculos – Abertura da programação dos 57 anos do Teatro Vila Velha

Onde: no canal do Vila no YouTube (youtube.com.br/teatrovilavelha)

Quando: sábado (dia 31/07), às 19h

Quanto: Gratuito

Apresentação de quatro espetáculos encerra 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia
Apresentação de quatro espetáculos encerra 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia

O 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia apresenta neste fim de semana quatro dos doze espetáculos selecionados em sua mostra competitiva. As peças vão concorrer à categoria Espetáculo do Interior do Prêmio Braskem de Teatro. As apresentações acontecem ao vivo, neste sábado (dia 23) e domingo (dia 24), às 11h e às 16h, no canal do Prêmio Braskem no YouTube e na página Teatro da Bahia no Facebook. As quatro montagens que compõem a etapa final desta quarta edição do festival são: Marama, Nem Tanto, Nem Tão PoucoNelson em Jogo, e As Fabulosas Viagens de Frederico, espetáculos que representam as cidades de Lauro de Freitas, Feira de Santana e Itabuna, respectivamente.

Os outros oito espetáculos selecionados foram apresentados nas etapas anteriores da mostra competitiva e três deles, que foram encenado de forma on-line, foram gravados e estão disponíveis no canal do Prêmio Braskem no YouTube. A programação do 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia também promoveu oficinas gratuitas de dramaturgia e produção cultural, que aconteceram no mês de maio. O 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia é patrocinado pela Braskem e Governo da Bahia, por meio do Fazcultura, com apoio institucional do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado da Bahia (Sated-BA).

Serviço:

O quê: 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia

Quando: sábado (24/07), às 11h – Marama (Lauro de Freitas)

sábado (24/07), às 16h – Nelson em Jogo (Feira de Santana)

domingo (25/07), às 11h – Nem Tanto, Nem Tão Pouco (Lauro de Freitas)

domingo (25/07), às 16h – As Fabulosas Viagens de Frederico (Itabuna)

Onde: no canal do Prêmio Braskem no YouTube e na página Teatro da Bahia no Facebook

Quanto: ingresso gratuito

Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980

O dramaturgo Paulo Atto lança nesta quarta-feira (dia 14), o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. A publicação da Editora do Teatro Popular de Ilhéus, será lançada, de forma virtual, às 19h, no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga. Em um vídeo especialmente criado para o momento, o autor irá falar sobre sua obra, formada pela trilogia de textos teatrais nos anos 1980: A Confissão, As Máquinas ou A Tragédia em Desenvolvimento e Até Delirar / O Banquete. O livro é uma espécie de inventário emotivo, histórico, dramatúrgico e artístico do período em que um grupo de atores e artistas vivenciaram a sua produção na Bahia.

“A escolha desses textos para o livro é justamente porque, por coincidência, eles são todos da década de 1980 e acontecem nesse período de transição democrática, onde a gente tem a presença e o aparato da censura. Nós tínhamos de submeter os textos de teatro a um departamento da Polícia Federal, que era a Divisão de Censura de Diversões Públicas, onde primeiro eram analisados, geralmente se levava três semanas, depois emitido um certificado de censura”, explica o dramaturgo, que apresenta alguns desses documentos no livro. “Esses textos também trazem em uma certa constância de temas como: enfrentamento, liberdade, direito ao sonho, ao delírio, a livre expressão e ao poder, sobretudo em A Confissão. Por isso, a razão desse livro ser essa trilogia da minha origem como dramaturgo, como diretor de teatro”, ressalta Paulo.

Em suas 298 páginas, a obra recorre à trilogia inicial do autor – que completa em 2021 exatos 38 anos de carreira – para recuperar e contribuir com a história do teatro de grupo na Bahia, num período que, embora em processo lento e gradual de abertura, o teatro enfrentava a censura, que em alguns momentos chegou a ser branda, mas que criava um permanente conflito dos criadores e grupos com os censores. No livro, Paulo relata um episódio em Recife (PE), em que os censores não queriam aceitar o certificado de censura da Bahia. “Eles queriam ver o espetáculo, mas chegaríamos num sábado e eles não tinham censores que trabalhassem nesse dia para ir assistir. E, apesar da gente já tem um certificado de censura da Bahia, decidiram que não iam permitir apresentação do espetáculo sem ser novamente avaliado. Foi uma situação muito complicada”, desabafa.

Além dos textos, o livro apresenta as matérias publicadas na imprensa sobre as montagens, fotos dos espetáculos, relatos do próprio autor sobre as condições de produção, processos criativos e contexto da época. Fazem parte ainda do volume uma apresentação sobre cada montagem e uma espécie de “memorial afetivo” – como o próprio dramaturgo define, composto de bilhetes deixados pelos autores, histórias de bastidores, anotações de cena, fac-símiles dos programas, cartazes, convites, folhetos e panfletos, anotações da direção, pequenas histórias, cartas, observações sobre ensaios. Na obra estão descritas, ainda, as relações do dramaturgo com o grupo Artes & Manhas do diretor Paulo Cunha, em seus processos criativos de escrita e montagem e por outro lado, o autor apresenta uma série de fatos decorrentes da conturbada relação que vivenciou com os censores e o aparato da censura no período.

“Da década de 80 para cá, a obra artística de Paulo Atto vem se desenvolvendo numa escala ascendente, crescendo em complexidade estrutural e temática, ele sempre inventando voos. Na fornada da última década, vale destacar A Conferência (2013), escrita a partir do livro As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, e Teatro La independência (2018), ambas reconhecidas e indicadas ao Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Texto. Justos reconhecimentos a quem vem na contracorrente da massificação, em busca de um teatro pleno de inquietações, que recusa o apelo fácil, e se impõe como marca de atitude e presença no mundo“, afirma o dramaturgo Luiz Marfuz, no prefácio do livro.

Lançamento e debate sobre a censura às artes cênicas

Para o lançamento o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura, nesta quarta-feira (dia 14), foram gravados em vídeo depoimentos e interpretação de trechos do livro por atores e atrizes consagrados que participaram das montagens como Hebe Alves, Frank Menezes, Andrea Elia, Selma Santos, Hamilton Lima e Rafael Magalhães. Foram também especialmente convidados a atriz Claudia di Moura e o ator Ricardo Castro, que não atuaram nas montagens, mas que eram profissionais que Paulo Atto desejava ver interpretando seus textos. Os jovens atores de Irecê, Marcos de Assis e Mozar Nunes, do Núcleo Caatinga da Cia Avatar também interpretarão textos do livro.

Já no dia 21 de julho, às 19h, será transmitido um debate, também através do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga, sobre teatro e censura, tendo como eixo o contexto do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. Participam do debate o diretor, professor e dramaturgo Luiz Marfuz e o próprio autor do livro, Paulo Atto. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura

Quando: quarta-feira, dia 14 de julho, às 19h

Onde: no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga

Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Capa do livro (Imagem: Reprodução)

Ouça no episódio #05 do podcast Destaques da Semana, a entrevista com o dramaturgo Paulo Atto fala sobre seu livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura

Balé Teatro Castro Alves promove aulas abertas de Balé Clássico e Pilates
Balé Teatro Castro Alves promove aulas abertas de Balé Clássico e Pilates

O Balé Teatro Castro Alves (BTCA), companhia oficial de dança da Bahia, promove neste mês de julho aulas abertas on-line de Balé Clássico e Pilates. Os encontros são gratuitos e ministrados por profissionais do corpo artístico do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. As atividades, que começam a partir desta segunda-feira (dia 5), serão realizadas em sala virtual na ferramenta Zoom Meeting, sempre às 15h.

Segundas e quartas-feiras acontecem as aulas de Balé Clássico com Leonard Henrique e Anna Paula Drehmer, respectivamente. As quintas-feiras serão destinadas às aulas de Pilates com Ticiana Garrido. São 10 vagas por turma para pessoas com nível de experiência intermediária ou avançada em dança. Para participar, é necessário garantir vaga, por ordem de inscrição no dia de cada aula através do link que estará disponível das 9h às 11h na bio do perfil do BTCA no Instagram (@btca.oficial).

Serviço:

O quê: Aulas abertas on-line do Balé Teatro Castro Alves (BTCA)

Onde: Exibição em salas virtuais na ferramenta Zoom Meeting (link a ser divulgado aos participantes) 

Balé Clássico 

Com: Leonard Henrique 

Quando: segundas-feiras (dias 5, 12, 19 e 26 de julho), às 15h


Balé Clássico 

Com: Anna Paula Drehmer 

Quando: quartas-feiras (dias 7, 14, 21 e 28 de julho), às 15h 


Pilates 

Com: Ticiana Garrido 

Quando: quintas-feiras (dias 8, 15, 22 e 29 de julho), às 15h 

TCA de Braços Abertos apresenta no Dia do Orgulho LGBTQ+ o espetáculo PARA-ÍSO
TCA de Braços Abertos apresenta no Dia do Orgulho LGBTQ+ o espetáculo PARA-ÍSO

O projeto TCA de Braços Abertos apresenta nesta segunda-feira, 28 de junho, celebrando o Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+, o espetáculo PARA-ÍSO, do Corre Coletivo Cênico. São oito episódios, que vão ao ar às 19h, desta segunda-feira, e ficarão disponíveis até domingo (dia 4/07), no canal do YouTube do Teatro Castro Alves (TCA).

PARA-ÍSO fala sobre a construção identitária LGBTQ+. A obra, com dramaturgia e direção assinadas por Luiz Antônio Sena Jr., o LUI, narra a vida de um homem gay morto, que tem a sua trajetória revisitada pelo olhar de cinco personagens que tiveram suas vidas atravessadas por Ele. A inspiração documental e histórica vem do livro Devassos no Paraíso, do José Silvério Trevisan.

PARA-ÍSO propõe uma reflexão sobre o modo como o HIV/Aids e a Covid-19 atingem corpos gays, numa tentativa de correlacionar as epidemias, que têm quatro décadas de distância. As personagens Leka, Tito, Miguel, Rogério e Paul são vividas por integrantes do Corre Coletivo Cênico: Anderson Danttas, Igor Nascimento, Luiz Antônio Sena Jr., Marcus Lobo e Rafael Brito. Elas se encontram na Casa PARA-ÍSO, lugar onde o homem morava, na noite em que ele morre. Ao longo do passeio pelo espaço, memórias transbordam. O enredo provoca reflexões sobre o Brasil e sua colonialidade cis, hétero e branco, que atracou em terras baianas no século XVI.

Ao correlacionar as epidemias, o coletivo mira para os modos como ambas foram e são abordadas. A ideia de grupo de risco como alvo para contágio e proliferação do vírus. No caso HIV/Aids, a ideia atravessa corpos gays, vistos como propensos a positivarem para o vírus, numa culpabilização (“peste gay”, “câncer gay”); além da prerrogativa do isolamento – fechamento de fronteiras, solidão dos corpos que padecem diante de um “diagnóstico”.

“É um espetáculo onde a gente faz uma correlação entre a epidemia HIV/Aids e a Covid-19. Tentando enxergar como os corpos que essa necropolítica escolhe extinguir, tendo em visto uma possibilidade de afirmação de uma comunidade imune, mas o que quê é essa imunidade, interessa a quem, quais são os corpos eleitos, quem pode ter acesso isso”, questiona Luiz Antônio.

O Corre se baseia nesses marcadores para entender um vírus social que afeta e mata muito mais. “É importante mudar o foco do olhar, perceber os preconceitos estabelecidos e como podemos quebrá-los, usando as estratégias desse tempo, mas sempre se inspirando nas narrativas deixadas por aqueles e aquelas que vieram antes de nós”, afirma Marcus Lobo, co-diretor do espetáculo. 

A ficha técnica de PARA-ÍSO tem Roquildes Junior e Gabriel Carneiro na trilha sonora, com música original de LUI, criada especialmente para a obra; figurino de Luiz Santana; e captação de imagens de Dante Vicenzo. A produção executiva é de Anderson Danttas e Igor Nascimento. A direção de fotografia é da tríade Dante Vicenzo, Luiz Antônio Sena Jr. e Marcus Lobo. A iluminação da Casa tem assinatura de Luiz Antônio Sena Jr. e Marcus Lobo, com técnica de Alisson de Sá.

Próximas edições – Na quarta-feira (dia 30), o espetáculo de música e poesia Do Cordel Remoçado ao Cibercordel, de Omar Tolstói, vai ao ar no YouTube do Teatro Castro Alves como parte do Especial Nordestes do mês de junho. Lançado em 2020, o TCA de Braços Abertos é uma janela oferecida pelo Teatro Castro Alves, em Salvador, para exibição de iniciativas culturais em seu canal de YouTube, assim como ocorria na ocupação dos palcos do Complexo antes da pandemia.

Serviço:

O quê: TCA de Braços Abertos apresenta o espetáculo PARA-ÍSO 

Quando: segunda-feira (dia 28), às 19h

Onde: no canal do Teatro Castro Alves no YouTube

Projeto do Balé Teatro Castro Alves apresenta o espetáculo Pedro e o Lobo
Projeto do Balé Teatro Castro Alves apresenta o espetáculo Pedro e o Lobo

Por meio de enquete nas redes sociais, o público escolheu que a próxima edição do #BTCAPlay, projeto do Balé Teatro Castro Alves (BTCA), apresente o espetáculo Pedro e o Lobo. A gravação em vídeo da montagem de 2011 será disponibilizada no canal oficial do BTCA no YouTube, a partir das 19h, desta quinta-feira (dia 24). Os espectadores poderão ver o espetáculo até às 23h59 deste sábado (dia 26). Pedro e o Lobo foi selecionada numa enquete concorrendo com outras sete obras do acervo BTCA: A História do Soldado (2019); Atlântico (2016); Engenho (2008); A Quem Possa Interessar (2010); Lub Dub (2017); Generxs (2016); e Dê Lírios (2016).

Pedro e o Lobo é a primeira coreografia do Balé Teatro Castro Alves voltada para o público infantojuvenil e fez parte das comemorações dos 30 anos da companhia. A famosa fábula musical do compositor russo Sergei Prokofiev tem a participação especial da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), já que a história é contada através da música. As coreografias são de Ângela Bandeira, Dina Tourinho, Fátima Berenguer, José Antonio Sampaio (China), Luis Molina e Rita Brandi. A concepção e a direção artística é de Jorge Vermelho. O maestro Carlos Prazeres assina a direção musical. 

A narrativa gira em torno de Pedro, um menino muito bom, que estava cansado de ver suas ovelhas serem mortas pelo lobo mau. Enfurecido e contra a vontade de seu avô, o menino vai à caça do lobo com sua espingarda de rolha. Ele tem a companhia de seu gato Ivan, sua pata Sônia, e a passarinha Sasha, que são seus grandes amigos. Cada personagem da história é representada por um instrumento diferente ou por um conjunto de instrumentos que compõe a orquestra: Pedro (instrumentos de corda); Lobo (trompas); Avô (fagote); Pássaro (flauta); Pato (oboé); Gato (clarinete); Caçadores (tímpanos). 

Compositor russo dos mais celebrados do século XX, Sergei Prokofiev nasceu na Ucrânia, em 1891, em Somsovka. Iniciou seus estudos de música com a mãe, e compôs a sua primeira obra, uma pequena peça para piano, aos cinco anos de idade. Depois de abandonar a União Soviética em 1918, volta a Moscou em 1936, recebendo encomendas oficiais de várias obras, entre elas uma composição para para crianças, com o objetivo pedagógico de mostrar as sonoridades dos diversos instrumentos musicais. Em uma semana Prokofiev compôs Pedro e o Lobo – Conto musical para crianças, uma obra para narrador e orquestra. A estreia aconteceu em maio de 1936 com a Filarmônica de Moscou sob a regência do próprio autor.