O mundo em nossas mãos
Estou me sentindo tão sozinho. Mesmo cercado pelos amigos, por colegas de faculdade e de trabalho. Mesmo sabendo que existem pessoas que me acham interessante, mesmo sendo paquerado. Me falta algo mais! Estou mais exigente, não quero só alguém com quem ter momentos de prazer. Quero construir uma vida em comum, viver como diz a música do Jota Quest um “amor maior”.
Hoje (26) no ônibus, voltando para casa depois de mais uma manhã de aula na faculdade, vi um homem com uma criança de mais ou menos um ano e meio. Parecia-me ser pai e filho. Fiquei sentado alguns bancos atrás deles, pensando em Chistopher ou Chrystian Gabriel. Meu lado paternal me fez pensar em como seria bom ter um filho.
Ter alguém que dependesse de mim. Alguém que fosse meu companheiro para todas as horas. Cuidar de mim, em minha velhice, assim como minha mãe fez com meus avós. Uma pessoinha que ao chegar cansado do trabalho corresse para meus braços e me desse um abraço apertado chamando-me de “papai”. Acho que um dos momentos mais emocionantes da minha vida será quando Chistopher ou Chrystian Gabriel, falar: “pai, vem brincar comigo!”.
Estou direcionado a, assim que terminar a faculdade, ter um filho. Ter uma criança sob minha responsabilidade. Sei que a tarefa que estou me dispondo não é nada fácil. Pelo contrario, sei o quanto é ardo o trabalho que meus pais tem para criar eu e meus dois irmãos. Mas, me acho preparado para assumir essa responsabilidade. Leio tudo sobre psicologia infantil, vejo todas as entrevistas e matérias sobre como cuidar de crianças, desde os primeiros dias até os momentos de aflição quando eles ganham as ruas com sua “turma”.
De teoria tiro nota 10. Já dei vários conselhos a amigos que estavam se separando e queriam manter um bom relacionamento com seus filhos. Os aconselhava para fazer as coisas mais normais, tipo ir levar ou buscar a criança na escola. Para que não se tornassem aqueles “pais de fim de semana”. Aquele tipo de pai que só vêem o filho no sábado ou domingo, quando leva o garoto (a) para o parque, circo, cinema, zoológico ou para festinhas infantis.
Novamente no ônibus, agora no dia 27 de novembro, vi um pai com sua filhinha sentados a minha frente. Ele abria um bombom de chocolate que ela saboreou com muita alegria. A criança apontou o papel do bombom para a janela e o pai o segurou. Aplaudi no meu íntimo aquela atitude, achando que ali sairia a primeira lição de cidadania daquela menininha. Mas qual não foi a minha surpresa quando o pai da garotinha jogou o papel do bombom pela janela, mirando-o de modo que ele se desvencilhasse do coletivo e pudesse voar livremente até cair no bueiro mais próximo, contribuindo assim, para os alagamentos que tanto acomete as avenidas de vale de Salvador.
Quero poder passar para meu filho valores morais e éticos, que o torne um bom cidadão, cumpridor de seus deveres e consciente de seus direitos.
Foi o que falei para Olavo uma vez, quando estávamos na fila do caixa nas lojas Americanas e ele me mostrou o preço de um novo vídeo game. Disse-lhe que nunca daria um jogo daqueles para meu filho. Olavo me disse que Christopher ou Chrystianteria um pai carreta. Não é caretice não. É preocupação com a exaltação da violência por par da mídia. Quero que meu filho veja desenhos ingênuos como eu vi em minha infância.
Por enquanto, vou tentando me dedicar a faculdade e ao trabalho para poder concretizar mais esse sonho após minha formaura.