Exposição “Hansen Bahia 95 anos” será aberta nesta quarta, dia 24
Se estivesse vivo, o artista plástico alemão Karl Heinz Hansen, ou Hansen Bahia, como é conhecido, completaria 95 anos de idade em abril. Para marcar a data, a Fundação Hansen Bahia realiza uma exposição de xilogravuras e matrizes que compõem o acervo da casa em São Félix, interior da Bahia, onde o artista viveu os últimos anos de sua vida ao lado da esposa, Ilse Hansen.
A visitação acontece de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30 e aos sábados, das 9h até às 13h, na galeria do Instituto Cultural Brasil-Alemanha (ICBA), em Salvador, entre os dias 24 de fevereiro e 3 de abril. As matrizes que serão apresentadas na Exposição “Hansen Bahia 95 anos” estavam integradas às paredes da casa localizada na Fazenda Santa Bárbara e faziam parte da intimidade do artista.
O artista – Karl Heinz Hansen nasceu em 19 de abril de 1915, em Hamburgo, Alemanha. Foi marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo. Seus primeiros trabalhos artísticos surgiram no início dos anos 40. O homem foi o seu grande tema e a xilogravura – arte tradicional no seu país – a técnica mais utilizada. Autodidata na técnica que lhe garantiu sucesso internacional, Hansen talhava a madeira com precisão e perfeição partilhada por poucos.
Em 1950, deixou a Alemanha e veio conhecer o Brasil. Em São Paulo, trabalhou como artista gráfico de uma editora. Cinco anos mais tarde, mudou-se para a Bahia, onde viveu e produziu intensamente. A paixão pelo estado fez com que o gravador, depois de conquistar reconhecimento internacional, incorporasse o nome da terra e assumisse a assinatura Hansen Bahia. “Antes de vir para a Bahia era só marinheiro. Quando aqui cheguei, nasci pela segunda vez e tornei-me artista”, declarou em vida.
Amante da nova terra, Hansen doou à Bahia, especificamente à cidade de Cachoeira, as obras relevantes do seu acervo e criou a Fundação Hansen Bahia, através de testamento, em abril de 1976. Apenas dois meses depois de inaugurar a primeira sede da fundação, o artista faleceu no dia 14 de junho de 1978, deixando para a Bahia o seu legado mais valioso: um enorme acervo de obras de arte e trinta livros publicados.