Ilê Aiyê faz intercâmbio com comunidades quilombolas do Rio e de São Paulo

Integrantes do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro de Salvador, realizaram um intercâmbio de conhecimentos em comunidades tradicionais quilombolas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A troca de experiências com povos tradicionais de outros estados aconteceu após os músicos circularem por várias cidades das regiões Nordeste e Sudeste com o show Que Bloco É Esse?, contemplados pela Chamada Petrobras Cultural Música em Movimento e encerrando o mês da Consciência Negra.

Os quilombos da Fazenda, em Ubatuba-SP, e de Santa Rita do Bracuí, em Angra dos Reis-RJ, participam do Projeto Povos, realizado pela Petrobras. Os moradores remanescentes dessas comunidades quilombolas recepcionaram nos dias 26 e 27 de novembro os músicos e bailarinos do bloco afro Ilê Aiyê fundado há 47 anos, para um momento de partilha, em que depoimentos e saberes ancestrais puderam ser trocados com o objetivo de fortalecimento da luta antirracista e da difusão da cultura afro-brasileira.

Neste intercâmbio de culturas, os integrantes do Ilê Aiyê ministraram oficinas de percussão e de dança afro típicas da Bahia, criadas e executadas pelo grupo em suas apresentações, além de compartilhar com os presentes o histórico de lutas do grupo. Em retribuição os grupos locais de Jongo apresentaram para os integrantes do Ilê Aiyê vários aspectos dessa expressão cultural tradicional da região sudeste do país, vinculada aos povos de origem bantu e que tem por essência conectar os participantes através do uso de enigmas cantados, dança de umbigada e louvação aos antepassados, mesclando diversão e resistência em um só momento.

Para os músicos e bailarinos do Ilê Aiyê, a vivência de outras expressões culturais de povos tradicionais ajuda o grupo a desenvolver e divulgar suas atividades para também subsidiar novas percepções de fortalecimento da cultura afro em todo o Brasil.

Ilê Aiyê faz intercâmbio com comunidades quilombolas do Rio e de São Paulo
Músicos e bailarinos do Ilê Aiyê faziram intercâmbio com comunidades quilombolas do Rio e de São Paulo – Foto: Divulgação