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Gilberto Gil é eleito para uma vaga na Academia Brasileira de Letras
Gilberto Gil é eleito para a Academia Brasileira de Letras

O músico baiano Gilberto Gil foi eleito para ocupar a Cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na tarde desta quinta-feira (dia 11), em sucessão ao acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, falecido em 27 de maio de 2020. Gil, de 79 anos, recebeu 21 votos dos 34 acadêmicos que participaram da eleição de forma presencial ou virtual.

“Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria”, afirmou Marco Lucchesio, presidente da ABL.

Gil usou uma rede social para comemorar a eleição à ABL. “Muito feliz em ser eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha”, escreveu o novo imortal, autor do livro Todas as letras, lançado em 1996 e que reúne cerca de 470 canções compostas por ele.

A cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo, foi ocupada anteriormente por Salvador de Mendonça (fundador), Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares. Permanecem vagas ainda as cadeiras de número 12, do professor Alfredo Bosi, morto no dia 7 de abril de 2021; a 39, do vice-presidente da República Marco Maciel, morto no dia 12 de junho deste ano; e a cadeira 2, ocupada pelo professor Tarcísio Padilha, que morreu no dia 9 de setembro.

Um músico na política

Gilberto Gil iniciou sua carreira no acordeon, ainda nos anos 1950, inspirado por Luiz Gonzaga e pela sonoridade do Nordeste. Com a ascensão da Bossa Nova, Gil troca o instrumento pelo violão, e em seguida pela guitarra elétrica. Seu primeiro disco, Louvação, lançado em 1967, já trazia sua forma particular de apresentar elementos regionais, como nas canções Louvação, Procissão, Roda e Viramundo.

Em 1963 inicia com Caetano Veloso uma parceria e juntos lançam a Tropicália. O movimento gera descontentamento da ditadura vigente, que o considera nocivo à sociedade com seus gestos e criações libertárias, e acaba por exilar os parceiros. O exílio em Londres contribui para a influência do mundo pop na obra de Gil, que grava inclusive um disco em Londres, com canções em português e inglês. Ao retornar ao Brasil, Gil dá continuidade a uma bem sucedida produção fonográfica. Ao todo, são quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com 9 Grammys.

Em janeiro de 1987, Gil assumiu a presidência da Fundação Gregório de Mattos, autarquia da Prefeitura de Salvador responsável pela gestão cultural do município. Em 1988, se elege vereador de Salvador pelo então PMDB. Em 1999, filia-se ao Partido Verde (PV). Em 2002 retorna a vida política, ao ser nomeado como titular do Ministério da Cultura, na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atriz Fernanda Montenegro é eleita nova imortal da Academia Brasileira de Letras - Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
Atriz Fernanda Montenegro é eleita nova imortal da Academia Brasileira de Letras

A atriz Fernanda Montenegro foi eleita, nesta quinta-feira (dia 4), nova imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e irá ocupar a cadeira de número 17. Ela era candidata única e foi eleita por 32 dos 35 votos à vaga, em sucessão ao acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, morto em 15 de março de 2020. “É um momento importante, primeiro pela renovação que se dá com a eleição na Academia Brasileira de Letras. É um sinal de novos horizontes. Por outro lado, Fernanda é uma grande intelectual, uma representante importante da cultura brasileira”, ressalta o presidente da ABL, Marco Lucchesi.

Fernanda Montenegro, nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torres, nasceu em 16 de outubro de 1929, no bairro do Campinho, zona norte do Rio de Janeiro. Atuou em um palco pela primeira vez aos 8 anos de idade, para participar de uma peça na igreja. Sua estreia oficial no teatro, entretanto, ocorreu em dezembro de 1950, ao lado do marido Fernando Torres, no espetáculo 3.200 Metros de Altitude, de Julian Luchaire.

Considerada uma das maiores atrizes do Brasil, Fernanda Montenegro foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Central do Brasil, em 1998. Foi, ainda, a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de Melhor Atriz pela atuação na série Doce de Mãe, da TV Globo, em 2013. A atriz, que completou 92 anos de idade no dia 16 de outubro, é autora de dois livros: Prólogo, Ato e Epílogo, da editora Companhia das Letras, de 2019, em que narra suas memórias; e Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico, da editora SESC SP, de 2018, em que conta através de imagens sua trajetória pessoal e profissional.

Os ocupantes anteriores da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras foram Sílvio Romero (fundador), Osório Duque-Estrada, Roquette-Pinto, Álvaro Lins e Antonio Houaiss. Permanecem vagas ainda as cadeiras 20, do jornalista Murilo Melo Filho, morto no dia 27 de maio de 2020; a 12, do professor Alfredo Bosi, morto no dia 7 de abril de 2021; a 39, do vice-presidente da República Marco Maciel, morto no dia 12 de junho deste ano; e a cadeira 2, ocupada pelo professor Tarcísio Padilha, que morreu no dia 9 de setembro.

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Com informações da Agência Brasil.

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão