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Wanderley Meira retorna à direção artística do Balé Teatro Castro Alves
Wanderley Meira retorna à direção artística do Balé Teatro Castro Alves

O produtor, diretor, ator e gestor Wanderley Meira retorno à direção artística do Balé Teatro Castro Alves (BTCA), companhia oficial de dança da Bahia. Meira, que esteve no cargo entre abril de 2019 e julho de 2021, retorna à tarefa após uma breve passagem da bailarina e atriz Ana Paula Bouzas, que se afasta da função para investir em novos trabalhos de sua trajetória profissional.

Bouzas, que já havia integrado o elenco da companhia entre 1989 e 1990 e que participou de variados projetos especiais do BTCA desde então – a exemplo da direção de coreografia do filme Abraço no Tempo (2020) –, foi responsável, em pouco mais de um ano, por feitos relacionados à comemoração dos 40 anos do Balé, como o lançamento do premiado documentário em vídeo-dança A Cidade que Habita em Mim (2021). Ela foi responsável pela idealização e coordenação geral do espetáculo Viramundo, encenado em parceria com a Orquestra Afrosinfônica e estreado este ano para homenagear os 80 anos de vida de Gilberto Gil, incluindo mais uma grandiosa montagem ao repertório do BTCA.

Wanderley Meira foi coordenador de Teatro na Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) entre 2017 e 2019, desenvolvendo as políticas públicas estaduais deste setor, antes de se transferir ao BTCA. Na direção da companhia, além da estreia de A História do Soldado (2019), conduziu o desafio de gerir as atividades durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, criando estratégias para manter com eficiência as metas de criação, formação, qualificação, intercâmbio e difusão da dança.

Na formação artística, Meira é licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), mas construiu sua carreira profissional nas artes cênicas. Iniciou-se como ator em Curso de Manoel Lopes Pontes em 1994 e trabalhou em diversas montagens, com nomes marcantes da cena local, como Harildo Déda, Fernando Guerreiro, João Sanches, Nadja Turenkko, Gil Vicente Tavares e Rino Carvalho.

O Balé da Bahia

Companhia pública de dança contemporânea fundada em 1981, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) é um corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), vinculado à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). Conta no seu repertório com mais de 100 montagens de importantes coreógrafos. Em sua história recente, destacam-se Lub Dub (2017), Urbis in Motus (2017), Tamanho Único (2018), CHAMA: Coreografia para artistas incendiárixs (2018), A História do Soldado (2019), em parceria com a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), e Viramundo (2022), junto à Orquestra Afrosinfônica.

Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, Balé Teatro Castro Alves e Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) mais uma vez se conectaram para promover colaborações artísticas em parceria, estreando seis criações inéditas encenadas e transmitidas ao vivo pela internet, dentro do projeto Voltando aos Palcos. Também neste período, BTCA e OSBA estrelaram os filmes Um Concerto para o Guarda-Roupa e Abraço no Tempo. Em 2021, celebrando seus 40 anos, o BTCA lançou o longa-metragem A Cidade que Habita em Mim.

Balé Teatro Castro Alves volta a cartaz com espetáculo em homenagem a Gilberto Gil
Balé Teatro Castro Alves volta a cartaz com espetáculo em homenagem a Gilberto Gil

O Balé Teatro Castro Alves (BTCA) volta a cartaz com o espetáculo Viramundo em homenagem aos 80 anos de Gilberto Gil em duas novas apresentações, nesta sexta-feira (dia 28) e sábado (dia 29), às 20h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Inspirado pela riqueza da obra deste imortal baiano, a companhia oficial de dança da Bahia, sob direção e criação coreográfica de Duda Maia, se une à Orquestra Afrosinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques, para colocar no palco uma montagem de beleza em dança e música. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e estão à venda na bilheteria do TCA ou no Sympla.

Todo o elenco do BTCA estará em cena, ressoando as danças que Gilberto Gil, em sua figura e em sua produção, desperta em seus corpos. Um roteiro musical dançado – ou um roteiro de dança musicada – nasce do acordo criativo entre Duda e Ubiratan. Na conexão entre ancestralidade e futuro, raízes e profecias, sertão e litoral, ecologias e tecnologias, despontam a diversidade, a atemporalidade, a generosidade. “Mais do que transformar a obra de Gil em dança, a ideia foi de apropriar a musicalidade de Gil e produzi-la com o corpo”, revela Duda Maia, que conduziu uma verdadeira imersão com o Balé Teatro Castro Alves durante dois meses de processo criativo.

“Ao levarmos à cena a imensa riqueza da produção de Gil através de outras linguagens, e tudo o que ela é capaz de gerar e ecoar nos corpos envolvidos, nós dizemos mais uma vez do poder da arte, do que ela inspira, transforma e revoluciona”, detalha a idealizadora do projeto, Ana Paula Bouzas, diretora artística do BTCA.

Para a criação da trilha sonora original, Ubiratan Marques se baseou em três movimentos de percepção da obra do homenageado: o 1º movimento, Sertão; o 2º, Tropicália; e o 3º, Expresso 2222. São sonoridades que representam sua leitura e remetem às características próprias de Gilberto Gil, misturadas a trechos de suas canções em novos arranjos. A Orquestra Afrosinfônica ocupa o palco junto com a companhia de dança, movendo e cantando juntos. “A Orquestra Afrosinfônica é exatamente o que Gilberto Gil falou sobre a Oralidade dos Sertões ao lado dos letrados clássicos da Academia Brasileira de Letras. Acredito que é dessa forma que apresentamos Viramundo ao lado do BTCA para nosso povo”, atesta o maestro.

No elenco de intérpretes-criadores do espetáculo Viramundo, estão Adriana Bamberg, Agnaldo Fonsêca, Ângela Bandeira, Cristian Rebouças, Dayana Brito, Dina Tourinho, Douglas Amaral, Evandro Macedo, Fátima Berenguer, Fernanda Santana, Gilmar Sampaio, Jai Bispo, Joely Pereira, Konstanze Mello, Lílian Pereira, Luís Molina, Luíza Meireles, Maria Ângela Tochilovsky, Mirela França, Mônica Nascimento, Paullo Fonseca, Renivaldo Nascimento (Flexa II), Rosa Barreto, Ruan Wills e Solange Lucatelli.

Completando a ficha técnica, Renata Mota assina a cenografia, Adriana Ortiz está na iluminação, Hisan Silva e Pedro Batalha, dupla dirigente da marca Dendezeiro, criaram o figurino e o Centro Técnico do TCA assumiu as soluções de cenotecnia. Anna Paula Drehmer e Ticiana Garrido, membros do BTCA, são assistentes de coreografia e Marcelo Jardim é preparador vocal convidado.

Serviço:

O quê: Balé Teatro Castro Alves (BTCA) volta a cartaz com o espetáculo Viramundo, em homenagem a Gilberto Gil

Quando: sexta-feira (dia 28) e sábado (dia 29), às 20h

Recepção da camerata Quarteto Novo da OSBA: 19h20 às 19h50

Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves (Praça Dois de Julho, s/n, Campo Grande, Salvador – BA)

Quanto: os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada), filas A a Z11, e estão à venda na bilheteria do TCA ou no Sympla

Classificação indicativa: 12 anos

Ana Paula Bouzas substitui Wanderley Meira na direção artística do Balé Teatro Castro Alves
Ana Paula Bouzas substitui Wanderley Meira na direção artística do Balé Teatro Castro Alves

A atriz e bailarina baiana Ana Paula Bouzas vai assumir a direção artística do Balé Teatro Castro Alves (BTCA), corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Artista com mais de 30 anos de carreira, Ana Paula já integrou o elenco da companhia oficial de dança da Bahia entre 1989 e 1990 e, no final do ano passado, assinou a coreografia do filme Abraço no Tempo. A artista substitui Wanderley Meira, que estava no cargo desde abril de 2019.

No período em que esteve a frente do BTCA, Meira deixa uma exitosa trajetória de realizações no corpo artístico do Teatro Castro Alves, mesmo enfrentando os desafios criativos impostos pela pandemia da Covid-19. “Foram dois anos em situações extremamente diferentes: em 2019 fizemos viagens pela Bahia, aqui no Brasil e fomos até a Colômbia; no ano seguinte, ficamos confina dos em casa. Nessas duas condições tão diferentes, o que pude perceber foi a força incrível de acontecimento que têm aqueles bailarinos, como eles se jogam, se arriscam, e encaram de frente as dificuldades para fazer o BTCA acontecer”, destaca Wanderley.

Ele ressalta, ainda, a experiência neste período a frente da direção do BTCA. “Como artista, aprendi ainda mais sobre disciplina, dedicação e resiliência e, sobretudo, como trabalhar nas diferenças individuais e nas adversidades comuns. Como gestor, é muito nítido perceber o quanto o BTCA pode ser um potencial imenso de política cultural para a dança em formação de público e, especialmente, em compartilhamento de experiências e mobilização do campo junto aos artistas independentes”. Wanderley Meira, que é produtor, diretor, ator e gestor cultural, acaba de ingressar em um mestrado em Educação, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced/Ufba) e além de se dedicar aos estudos e pretende, é claro, voltar à cena como ator.

Nova gestora tem experiência em teatro, dança, cinema e televisão

Além de bailarina, atriz e coreógrafa, Ana Paula Bouzas atua também como diretora cênica, diretora de movimento e preparadora de elenco em teatro, dança, cinema e televisão. Tem licenciatura em Dança e pós-graduação em Preparação Corporal em Artes Cênicas pela Faculdade Angel Vianna (RJ). Desenvolve, como bailarina, pesquisa como artista solo, criando diversos trabalhos apresentados em eventos de dança e teatro no Brasil e em vários países.

Para Bouzas, é com emoção e responsabilidade que recebeu o convite para assumir a gestão do Balé Teatro Castro Alves. “Sinto com isso, antes de tudo, uma oportunidade de colaborar com o pensar agora sobre o território rico e profundo que é o BTCA, de histórias plurais, memórias tantas e sonhos diversos e resistentes. Atualizar essas conexões e contextualizá-las no momento presente, na Bahia de hoje, no Brasil de 2021 talvez seja uma das nossas tarefas”, afirma sobre o trabalho que pretende desenvolver à frente do Balé.  

Ana Paula Bouzas coleciona diversos prêmios, dentre eles o APTR, da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro, de melhor atriz coadjuvante (2008) pelo espetáculo Dona Flor e seus dois maridos, o Prêmio Dança Tápias 2007 de melhor intérprete pelo solo Do lugar de onde estou já fui embora, e o Prêmio Copene 1999, atual Prêmio Braskem de Teatro, de melhor atriz em Idiotas que falam outra língua.

Ela assinou a preparação corporal, direção de movimento, coreografia e assistência de direção de vários projetos, como O frenético dancin’ days (Deborah Colker), Namíbia, não (Lázaro Ramos), Os Cafajestes (Fernando Guerreiro), entre outros. Dos espetáculos que participou como atriz em teatro, destacam-se Inferno e Carmen, de Cervantes (Fábio Espírito Santo), Arlequim, servidor de dois patrões (Luís Arthur Nunes), Cuida bem de mim (Luiz Marfuz), e Carne fraca (Fernando Guerreiro). 

Na televisão, Ana Paula atuou em novelas, especiais e minisséries da TV Globo, como Sob pressão, Malhação, Saramandaia, Cheias de charme, além do programa educativo Tecendo o saber (canais Globo e Futura). No cinema, participou dos longas Marighella (Wagner Moura), Urubus (Claudio Borrelli), Medida provisória (Lázaro Ramos), Pixinguinha (Denise Sarraceni), Dona Flor e seus dois maridos (Pedro Vasconcelos), Cilada.com (José Alvarenga), Histórias da Bahia e do documentário Legítima defesa (Susanna Lira).

A atriz Ana Paula Bouzas, encena o espetáculo "Inferno" (Foto: Maurício Maia)
Gamboa Nova transmite on-line shows de blues e espetáculo teatral

O projeto Replay Gamboa, promovido pelo Teatro Gamboa Nova em seu canal no YouTube, apresenta uma programação bem diversificada neste fim de semana. Durante a pandemia a plataforma reapresenta on-line espetáculos que foram exibidos do palco do Gamboa. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada) e estão à venda no site do teatro.  

A programação começa nesta sexta-feira (23), a partir das 19h, com o show Bate Papo Musicado – 40 Anos de Carreira, em que o cantor Amadeu Alves mostra um compilado das quatro décadas de sua trajetória musical e artística. O show, apresenta um pouco da origem, influências e produção autoral de Amadeu Alves, além do trabalho com o teatro e o Circo Picolino, o forró, As Ganhadeiras de Itapuã, a Casa da Música e a Rede Sonora.

No sábado (24), às 17h, o Replay Gamboa abre espaço para o blues no show Julio Caldas Blues Trio. O multi-instrumentista e pesquisador dos instrumentos de cordas populares Julio Caldas, ao lado do baixista Maurício Roque e do baterista Eric Dutra apresenta músicas autorais e releituras de clássicos do blues, como BB King, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Robert Johnson e Freddie King. 

À noite, a partir das 19h, a peça Inferno é reexibido no canal do Gamboa no YouTube. No espetáculo solo, a atriz Ana Paula Bouzas dá vida à Vânia, a “moça da faxina”, que provoca reflexões ao falar sobre as zonas de preconceito e invisibilidade em que muitos personagens são colocados. Subestimada na complexidade de sua existência e no poder de sua narrativa, Vânia cria um raciocínio extremamente ácido e bem-humorado a partir do olhar enclausurado no canto da casa por onde se guarda os entulhos da vida.

No domingo (25) uma dobradinha de shows encerra o final de semana do espaço. Às 17h, o público pode rever show Num Canto de Bar, da cantora Rita Soll e do multi-instrumentista André Luba. A dupla apresenta canções que são constantemente pedidas pelos frequentadores de bares e restaurantes, aguçando memórias divertidas e românticas. Já às 19h é a vez do show Naturalmente ganhar reexibição. Nele a cantora Guida Moira apresenta releituras de canções de artistas como Raul Seixas, Mercedes Sosa, Caetano Veloso, Lô Borges e Gilberto Gil. O show abre espaço também para canções autorais e novas.