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Chuva volta a trazer sofrimento a moradores da Baixa de Quintas

Rua José Mariz Pinto, n° 98, Estrada da Rainha, bairro da Baixa de Quintas, em Salvador. Esse é o endereço da casa de dona Aldete Macedo, que foi atingida com o desabamento parcial de uma oficina mecânica com as chuvas do sábado passado (dia 3), e nesta sexta-feira (dia 9), voltou a ser invadida pela lama proveniente da rua Joana D’Arc. A senhora de 75 anos e seu filho já não aquentam mais tanto sofrimento e com a ajuda dos vizinhos tentam conter a fúria da correnteza, abrindo valas para o escoamento da água.

Esse não é o primeiro ano que a residência da pensionista é invadida pela lama. “Eu moro aqui há 49 anos e após a construção desse edifício é que começaram os problemas. É a quinta vez que isso ocorre. Mas dessa vez foi pior”, informou a dona de casa, referindo-se ao prédio situado na rua a cima de sua moradia.

Funcionários da Superintendência Manutenção e Conservação Cidade (Sumac), aproveitando a presença de alguns órgãos de comunicação, tentam mostrar serviço e passar a impressão de que a Prefeitura de Salvador não é omissa. Mas, os vizinhos de dona Aldete, muitos também sofrendo com o mesmo problema, já não aguentam as providencias paliativas por parte dos governantes e exigem que uma solução definitiva seja tomada.

Salvador debaixo d’água: chuvas provocam estragos

Já são evidentes os estragos causados pelo temporal que cai em Salvador, desde o início da noite deste sábado (dia 3). No bairro da Baixa de Quintas, vários imóveis foram inundados pela enxurrada proveniente da rua situada acima ao antigo Beco do Cirilo. Moradores passaram a noite em claro retirando águas de suas casas e com o risco iminente de desabamento de algumas residências. A dona de casa Maria Conceição Barros, residente no bairro há 22 anos, diz que não é a primeira vez que a chuva causa prejuízos, mas que desta vez ficou assustada com a intensidade da chuva e o desespero de seus vizinhos.

Para Aldete Macedo, os danos foram maiores. Sua casa foi invadida pelas águas que desciam da rua Joana D’Arc e saiam pela porta da frente, na Rua José Mariz Pinto. Uma oficina mecânica localizada na parte de cima do morro nos fundos da casa de dona Aldete, teve seu piso dragado pela força da enxurrada, deixando dois automóveis pendurados no barranco. A pensionista, de 75 anos, ficou em pânico e teve de contar mais uma vez com a solidariedade dos vizinhos para abrigar seus móveis e eletrodomésticos.

O corpo de bombeiros foi chamado e duas viaturas chegaram, por volta das 10h30 da manhã, para fazer a remoção dos carros pendurados. Mas as viaturas não eram equipadas adequadamente para realizar o serviço. Uma equipe da Codesal esteve no local, conversando com as famílias prejudicadas e garante que a Prefeitura de Salvador tomará providências. A culpa pelo alagamento das ruas Joana D’Arc e José Mariz Pinto, segundo os próprios moradores, é a construção de imóveis em locais que a águas escoava e da Prefeitura que não faz a limpeza dos bueiros entupidos. Até o momento foram registrados só no bairro dois desabamentos e sete casas inundadas, mas sem vítimas.