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Pílulas anticoncepcionais é alternativa para aproveitar o verão sem os incômodos menstruais

Por Litiane Klein

Agência de Textos – Comunicação Integrada

Cólicas, nervos à flor da pele, sangramentos e até mesmo dor de cabeça e enjôos. Nada disso combina com calor, praia, biquíni, festas e verão. Para poder curtir plenamente a estação mais quente do ano, sem o incômodo da menstruação, as mulheres contam com um importante recurso. As pílulas anticoncepcionais, que revolucionaram a medicina e se constituíram em uma das maiores conquistas femininas, evoluíram e podem ser utilizadas hoje para que o sexo feminino possa controlar sua menstruação, tendo mais comodidade e lazer.

De acordo com o ginecologista Hugo Maia, do Instituto da Mulher do Itaigara Memorial Hospital Dia, existem hoje no Brasil pílulas anticoncepcionais próprias para uso contínuo, aprovadas pela ANVISA, que contém o hormônio drospirenona, e podem ser usadas também como forma de suprimir a menstruação por períodos curtos, como para aquelas mulheres que desejam curtir melhor seu verão. “Controlar a menstruação é um direito da mulher moderna. O uso de anticoncepcional de forma contínua, além de impedir doenças e melhorar sintomas, pode ser feito para o bem-estar da mulher, e para que ela possa aproveitar melhor alguns momentos de sua vida”, opina.

Maia salienta que o uso contínuo da pílula anticoncepcional é a método mais simples de supressão da menstruação, e, ao contrário do que muitas vezes se pensa, traz grandes benefícios para a saúde feminina e até mesmo para a preservação da fertilidade. “A menstruação é um processo inflamatório, e muitas doenças advém de repetidas inflamações. Antigamente, as mulheres ficavam grávidas várias vezes e por isso este processo não era repetido tanto como hoje. A repetição da menstruação é um problema da mulher moderna que pode ser evitado com o tratamento adequado”, explica o especialista. Segundo ele, o uso do anticoncepcional de forma contínua reduz o risco de diversas patologias, como miomas, endometriose, pólipos, cisto de ovário, câncer de colo de útero e intestino e anemias.

“Além disso, pode ser utilizado para uma melhor qualidade de vida. Um período em que se quer aproveitar a estação de praia, piscina, festas e calor não precisa ser pontuado por sintomas menstruais, como cólicas, sangramento e Tensão Pré-Menstrual“, salienta Maia. Segundo ele, a mulher que deseja utilizar este recurso deve consultar seu ginecologista e, junto com o profissional, decidir se o método pode ser adotado. “Existem mulheres que procuram o ginecologista para suprimir a menstruação durante o verão e ficam tão satisfeitas com o tratamento que seguem o uso depois que o verão acaba”, completa.

Técnica pioneira na Bahia ajuda a tratar o HPV

A laserterapia, técnica utilizada cada vez com maior sucesso no tratamento de doenças ginecológicas, tem se tornado um importante aliado no combate ao HPV (Papiloma Vírus Humano) e na prevenção de lesões pré-cancerígenas provocadas pelo vírus. O HPV, segundo a ginecologista Adriana de Oliveira Bruno, do Itaigara Memorial Hospital Dia, está relacionado com as verrugas e o câncer de colo de útero. Estimativas apontam que 75% dos homens e mulheres têm contato com o vírus em algum momento de suas vidas. No entanto, um pequeno número de pessoas desenvolve a doença, graças à defesa do sistema imunológico. “Contudo, se a infecção permanece por vários anos, existe maior risco de levar a alterações celulares e ao câncer”, explica ela.

A médica é atualmente uma das três profissionais que utilizam a técnica de cirurgia a laser ou laserterapia na ginecologia, em Salvador, e o Itaigara Memorial Hospital Dia é o único centro na Bahia a oferecer este tratamento. “A laserterapia é um método seguro com alta eficácia, mais conservador, feito frequentemente em única sessão, com rápida cicatrização e preservação da anatomia do trato genital. Proporcionando às pacientes um rápido retorno às suas atividades normais”, relata a médica Adriana Bruno.

De acordo com a especialista, existem pelo menos cem tipos de vírus que provocam o HPV. Destes, os denominados números 16 e 18 são responsáveis por 70% dos cânceres do colo do útero e o 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas, que é o sintoma mais comum, apesar destas infecções, normalmente, serem assintomáticas. “Por isso a importância de exames periódicos. A infecção HPV é freqüente, quase todas as pessoas terão contato com o vírus. Geralmente, esta infecção é passageira. Cerca de 90% das pessoas ficam livres do vírus em até dois anos”, afirma a médica.

O câncer do colo do útero, o mais sério problema associado ao HPV, pode ser prevenido com exames preventivos e com tratamentos eficazes das lesões pré-malignas. “Continuem a fazer seus exames regularmente e se você sabe que tem HPV, pare de fumar. É cientificamente comprovado que o tabagismo aumenta o risco de progressão das lesões para o câncer. Um grande problema que vejo no consultório é o quanto este vírus pode abalar emocionalmente as mulheres e o quanto comprometem o bem estar emocional, muito mais que o físico”, afirma a ginecologista.

Prevenção

Atualmente já é possível fazer a prevenção do Papiloma Vírus Humano através das vacinas quadrivalente (contra os tipos 6, 11, 16 e 18) e a bivalente (contra os tipos 16 e 18). A vacina é segura e não está relacionada a nenhum efeito colateral sério, além de ter eficácia, em 100% de proteção para os cânceres associados aos tipos virais. A vacina é apenas preventiva e não tem nenhum poder curativo.

A vacina é indicada antes que a primeira relação sexual ocorra. “Além do fato destas meninas não terem sido expostas ao vírus, através de relação sexual, os estudos mostraram que a respostas imunológicas são maiores para meninas jovens do que para as mulheres mais velhas. Importante ressaltar que todas as mulheres, mesmo vacinadas, devem continuar fazer seu exame preventivo anual”, aconselha Dra. Adriana.

“A prevenção das lesões associadas ao vírus também é extremamente importante e deve ser feita através de exames preventivos, como o papanicolau. Este exame pode detectar lesões pré-malignas e assim tratá-las com sucesso, evitando a tempo o câncer de colo do útero”, afirma a ginecologista.

Entre os avanços da medicina para a descoberta precoce do HPV, esta o teste DNA HPV, que pode detectar os 13 tipos virais mais comuns associados ao câncer de colo do útero. A presença persistente de qualquer destes tipos de HPV, pode levar a alterações celulares e indicar tratamento para prevenir o câncer de colo de útero. Os tratamentos para as lesões pré-malignas associadas ao vírus HPV, podem, ser através de medicamentos, cirurgias e laserterapia, cuja indicação dependerá do tipo de lesão.