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Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980

O dramaturgo Paulo Atto lança nesta quarta-feira (dia 14), o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. A publicação da Editora do Teatro Popular de Ilhéus, será lançada, de forma virtual, às 19h, no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga. Em um vídeo especialmente criado para o momento, o autor irá falar sobre sua obra, formada pela trilogia de textos teatrais nos anos 1980: A Confissão, As Máquinas ou A Tragédia em Desenvolvimento e Até Delirar / O Banquete. O livro é uma espécie de inventário emotivo, histórico, dramatúrgico e artístico do período em que um grupo de atores e artistas vivenciaram a sua produção na Bahia.

“A escolha desses textos para o livro é justamente porque, por coincidência, eles são todos da década de 1980 e acontecem nesse período de transição democrática, onde a gente tem a presença e o aparato da censura. Nós tínhamos de submeter os textos de teatro a um departamento da Polícia Federal, que era a Divisão de Censura de Diversões Públicas, onde primeiro eram analisados, geralmente se levava três semanas, depois emitido um certificado de censura”, explica o dramaturgo, que apresenta alguns desses documentos no livro. “Esses textos também trazem em uma certa constância de temas como: enfrentamento, liberdade, direito ao sonho, ao delírio, a livre expressão e ao poder, sobretudo em A Confissão. Por isso, a razão desse livro ser essa trilogia da minha origem como dramaturgo, como diretor de teatro”, ressalta Paulo.

Em suas 298 páginas, a obra recorre à trilogia inicial do autor – que completa em 2021 exatos 38 anos de carreira – para recuperar e contribuir com a história do teatro de grupo na Bahia, num período que, embora em processo lento e gradual de abertura, o teatro enfrentava a censura, que em alguns momentos chegou a ser branda, mas que criava um permanente conflito dos criadores e grupos com os censores. No livro, Paulo relata um episódio em Recife (PE), em que os censores não queriam aceitar o certificado de censura da Bahia. “Eles queriam ver o espetáculo, mas chegaríamos num sábado e eles não tinham censores que trabalhassem nesse dia para ir assistir. E, apesar da gente já tem um certificado de censura da Bahia, decidiram que não iam permitir apresentação do espetáculo sem ser novamente avaliado. Foi uma situação muito complicada”, desabafa.

Além dos textos, o livro apresenta as matérias publicadas na imprensa sobre as montagens, fotos dos espetáculos, relatos do próprio autor sobre as condições de produção, processos criativos e contexto da época. Fazem parte ainda do volume uma apresentação sobre cada montagem e uma espécie de “memorial afetivo” – como o próprio dramaturgo define, composto de bilhetes deixados pelos autores, histórias de bastidores, anotações de cena, fac-símiles dos programas, cartazes, convites, folhetos e panfletos, anotações da direção, pequenas histórias, cartas, observações sobre ensaios. Na obra estão descritas, ainda, as relações do dramaturgo com o grupo Artes & Manhas do diretor Paulo Cunha, em seus processos criativos de escrita e montagem e por outro lado, o autor apresenta uma série de fatos decorrentes da conturbada relação que vivenciou com os censores e o aparato da censura no período.

“Da década de 80 para cá, a obra artística de Paulo Atto vem se desenvolvendo numa escala ascendente, crescendo em complexidade estrutural e temática, ele sempre inventando voos. Na fornada da última década, vale destacar A Conferência (2013), escrita a partir do livro As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, e Teatro La independência (2018), ambas reconhecidas e indicadas ao Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Texto. Justos reconhecimentos a quem vem na contracorrente da massificação, em busca de um teatro pleno de inquietações, que recusa o apelo fácil, e se impõe como marca de atitude e presença no mundo“, afirma o dramaturgo Luiz Marfuz, no prefácio do livro.

Lançamento e debate sobre a censura às artes cênicas

Para o lançamento o livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura, nesta quarta-feira (dia 14), foram gravados em vídeo depoimentos e interpretação de trechos do livro por atores e atrizes consagrados que participaram das montagens como Hebe Alves, Frank Menezes, Andrea Elia, Selma Santos, Hamilton Lima e Rafael Magalhães. Foram também especialmente convidados a atriz Claudia di Moura e o ator Ricardo Castro, que não atuaram nas montagens, mas que eram profissionais que Paulo Atto desejava ver interpretando seus textos. Os jovens atores de Irecê, Marcos de Assis e Mozar Nunes, do Núcleo Caatinga da Cia Avatar também interpretarão textos do livro.

Já no dia 21 de julho, às 19h, será transmitido um debate, também através do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga, sobre teatro e censura, tendo como eixo o contexto do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura. Participam do debate o diretor, professor e dramaturgo Luiz Marfuz e o próprio autor do livro, Paulo Atto. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura

Quando: quarta-feira, dia 14 de julho, às 19h

Onde: no canal do YouTube do Festival de Teatro da Caatinga

Dramaturgo Paulo Atto lança livro sobre censura ao teatro em 1980
Capa do livro (Imagem: Reprodução)

Ouça no episódio #05 do podcast Destaques da Semana, a entrevista com o dramaturgo Paulo Atto fala sobre seu livro Atto em 3 Atos & Memórias da Censura

Projeto do Balé Teatro Castro Alves apresenta o espetáculo Pedro e o Lobo
Projeto do Balé Teatro Castro Alves apresenta o espetáculo Pedro e o Lobo

Por meio de enquete nas redes sociais, o público escolheu que a próxima edição do #BTCAPlay, projeto do Balé Teatro Castro Alves (BTCA), apresente o espetáculo Pedro e o Lobo. A gravação em vídeo da montagem de 2011 será disponibilizada no canal oficial do BTCA no YouTube, a partir das 19h, desta quinta-feira (dia 24). Os espectadores poderão ver o espetáculo até às 23h59 deste sábado (dia 26). Pedro e o Lobo foi selecionada numa enquete concorrendo com outras sete obras do acervo BTCA: A História do Soldado (2019); Atlântico (2016); Engenho (2008); A Quem Possa Interessar (2010); Lub Dub (2017); Generxs (2016); e Dê Lírios (2016).

Pedro e o Lobo é a primeira coreografia do Balé Teatro Castro Alves voltada para o público infantojuvenil e fez parte das comemorações dos 30 anos da companhia. A famosa fábula musical do compositor russo Sergei Prokofiev tem a participação especial da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), já que a história é contada através da música. As coreografias são de Ângela Bandeira, Dina Tourinho, Fátima Berenguer, José Antonio Sampaio (China), Luis Molina e Rita Brandi. A concepção e a direção artística é de Jorge Vermelho. O maestro Carlos Prazeres assina a direção musical. 

A narrativa gira em torno de Pedro, um menino muito bom, que estava cansado de ver suas ovelhas serem mortas pelo lobo mau. Enfurecido e contra a vontade de seu avô, o menino vai à caça do lobo com sua espingarda de rolha. Ele tem a companhia de seu gato Ivan, sua pata Sônia, e a passarinha Sasha, que são seus grandes amigos. Cada personagem da história é representada por um instrumento diferente ou por um conjunto de instrumentos que compõe a orquestra: Pedro (instrumentos de corda); Lobo (trompas); Avô (fagote); Pássaro (flauta); Pato (oboé); Gato (clarinete); Caçadores (tímpanos). 

Compositor russo dos mais celebrados do século XX, Sergei Prokofiev nasceu na Ucrânia, em 1891, em Somsovka. Iniciou seus estudos de música com a mãe, e compôs a sua primeira obra, uma pequena peça para piano, aos cinco anos de idade. Depois de abandonar a União Soviética em 1918, volta a Moscou em 1936, recebendo encomendas oficiais de várias obras, entre elas uma composição para para crianças, com o objetivo pedagógico de mostrar as sonoridades dos diversos instrumentos musicais. Em uma semana Prokofiev compôs Pedro e o Lobo – Conto musical para crianças, uma obra para narrador e orquestra. A estreia aconteceu em maio de 1936 com a Filarmônica de Moscou sob a regência do próprio autor.

Espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra temporada no Teatro Vila Velha
Espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra temporada no Teatro Vila Velha

O espetáculo Do Outro Lado do Mar encerra, neste fim de semana, temporada no Teatro Vila Velha, em Salvador. Primeira versão brasileira da obra de Jorgelina Cerritos, uma das mais importantes dramaturgas de El Salvador, Do Outro Lado do Mar ganhou encenação em formato digital assinada pelo diretor baiano Marcio Meirelles. A última apresentação da montagem acontece neste domingo (dia 20), às 19h, com transmissão ao vivo, no canal Novo Vila Virtual, palco virtual do Teatro Vila Velha no YouTube. Os ingressos custam a partir de R$ 10 e estão à venda pelo site www.sympla.com.br/vilavelha.

O elenco de Do Outro Lado do Mar é formado pela atriz Andréa Elia e pelo ator Edu Coutinho, que também assina a tradução do texto para o português, com a colaboração de Meirelles. O texto, que rendeu à autora Jorgelina Cerritos o prêmio Casa de las Américas, em 2010, já foi montado em países como Cuba, Costa Rica, Guatemala, Panamá, República Dominicana e Estados Unidos. “O texto estava entre uma série de livros latino-americanos de dramaturgia que comprei numa espécie de feira, num festival de teatro, e que ainda não tinha lido. Edu e eu tínhamos o desejo de montar uma nova peça juntos, então entreguei os livros para que ele lesse e propusesse. Um dia ele me falou que era este, mandou parte da tradução e topei”, conta Marcio Meirelles.

“É um texto que nos pega primeiro pela poesia, pela beleza das imagens contidas nas palavras, e que vai sutilmente nos virando de frente para as contradições dessa sociedade ocidental, capitalista, que padroniza os modos de vida e determina quais vidas valem mais, quais valem menos, quais aquelas que nem sequer existem”, comenta Edu Coutinho, ator e produtor do espetáculo. “Me encantei na primeira leitura e imediatamente comecei a traduzir. Eu e Marcio convidamos Andréa Elia para interpretar a personagem feminina e, em poucas semanas, já estávamos ensaiando, revendo juntos a tradução, montando a equipe, conversando com a autora”, explica Edu.

Do Outro Lado do Mar acontece em uma praia deserta, onde foi instalado um balcão de atendimento da prefeitura para serviços burocráticos. Ali, uma funcionária pública dedicada e prestes a se aposentar espera sozinha alguém que apareça precisando do seu trabalho. De um barco chega um homem jovem, sem nome ou sobrenome, que não sabe onde nasceu, em busca da emissão de um documento que comprove a sua existência. Assim surge uma história sobre identidade real e identidade oficial carregada de poesia que, com aparente simplicidade, provoca uma profunda reflexão sobre o trabalho, a solidão e a busca de identidade.

A autora salvadorenha Jorgelina Cerritos tem também sido uma parceira do projeto desde o início. É a primeira vez que um texto seu é montado por artistas brasileiros. “É muito significativo que a peça tenha a capacidade de dialogar com criadores, criadoras e espectadores da cena internacional, pois me confirma a universalidade e a força da palavra dramática, essa palavra que nos habita e nos fecunda para além das fronteiras”, ressalta Cerritos.

A direção musical do espetáculo Do Outro Lado do Mar é assinada por Caio Terra e Ramon Gonçalves. Integram ainda a equipe artística da montagem brasileira Clara Trocoli, responsável pela assistência de direção; Rafael Grilo, responsável pela produção audiovisual; Erick Saboya, que assina o cenário; e Moisés Victório, que assina o desenho de luz e a transmissão ao vivo.

Serviço:

O quê: Espetáculo Do Outro Lado do Mar

Quando: domingo (dia 20/06), às 19h

Quanto: ingressos a partir de R$ 10 a venda pelo site www.sympla.com.br/vilavelha

Onde: Transmissão on-line pelo canal Novo Vila Virtual – palco virtual do Teatro Vila Velha no YouTube

Espetáculo O Encantado abre temporada de junho do TCA de Braços Abertos
Espetáculo O Encantado abre temporada de junho do TCA de Braços Abertos

O espetáculo O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião abre temporada do mês de junho do TCA de Braços Abertos. Neste mês o projeto do Teatro Castro Alves (TCA) apresenta obras que se debruçam sobre as temáticas nordestinas. O Especial Nordestes, que homenageia o período de festejos juninos, começa nesta quarta-feira (dia 2/06), às 19h, com o espetáculo do Coletivo Canduras e Artes. A obra poderá ser assistida até o próximo domingo (dia 6), no canal do TCA no YouTube. O registro em vídeo foi feito na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador, com direção e edição de Edinilson Motta Pará, e direção de fotografia de Denilson Mota. A trilha sonoro do espetáculo é executada pelo músico Igor Reis com a atuação de Ricardo Stewart.

O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião se baseia em fatos que marcaram o movimento Sebastianista. Com trilha sonora original, executada ao vivo, o ator Ricardo Stewart transita por personagens da cultura sertaneja. A trama acompanha momentos históricos ocorridos no século 19, em Pernambuco, onde líderes messiânicos pregavam vida próspera para o povo do Sertão. Nesses lugares, formavam-se comunidades com centenas de pessoas que seguiam os beatos e suas pregações de que o rei português Dom Sebastião (morto no século 16 em batalha contra os mouros) ressuscitaria ali, trazendo riqueza e prosperidade para os pobres e necessitados.

Assim, nasceria um reino encantado, liderado pelo monarca, revivendo a lenda lusitana sobre o rei que restauraria a soberania do Império Português, para livrar o povo das mazelas, distribuir riqueza e terras, enriquecer os pobres e libertar as pessoas negras da escravidão. Dom Sebastião foi um Rei português, morto em 1578, aos 24 anos, ao se lançar numa Cruzada, rumo ao Marrocos, na tentativa de converter mouros em cristãos. Ele despareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, e o seu corpo nunca fora encontrado.

A dramaturgia do espetáculo se constrói a partir de informações coletadas, principalmente, na obra Memória sobre o Reino Encantado na Comarca de Villa Bella, de Antonio Ático de Sousa Leite; primeiro registro escrito sobre os acontecimentos da Pedra Bonita. E também colhe material nas citações de outras obras da literatura brasileira, como O Reino Encantado: Crônicas Sebastianistas, de Tristão de Alencar Araripe Jr.; Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna; Pedra Bonita, de José Lins do Rego, além de relatos de historiadores e artigos de pesquisadores.

Criado em 2013 pelo diretor de teatro Edinilson Motta Pará e pela atriz, escritora e arte-educadora Cilene Canda, o Coletivo Canduras e Artes nasceu parar criar um espaço do fazer artístico, através de montagens teatrais, espetáculos de contação de estórias, cursos e workshops.

Próximos espetáculos do TCA de Braços Abertos em junho

Nesta sexta-feita (dia 4), o espetáculo Golpes no Ventre, solo de Jane Santa Cruz, com texto e direção de Fernando Santana, integra a programação do mês de junho no TCA de Braços Abertos, mas não compõe o Especial Nordestes. Na quarta-feira (dia 9), ainda na temporada de junho do TCA de Braços Abertos, será apresentado o documentário A Construção da Travessia. O registro audiovisual, que aborda o processo de montagem do espetáculo A Travessia do Grão Profundo, com texto e direção de Paulo Atto, ficará disponível no YouTube do TCA.

Lançado em 2020, o TCA de Braços Abertos é uma janela oferecida pelo Teatro Castro Alves para exibição de iniciativas culturais em seu canal de YouTube, assim como ocorria na ocupação dos palcos do Complexo antes da pandemia. O projeto TCA de Braços Abertos teve apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo/Governo Federal. 

Serviço:

O quê: Projeto TCA de Braços Abertos” apresenta o espetáculo O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião

Quando: quarta-feira (dia 2/06), às 19h

Onde: Exibição no canal do Teatro Castro Alves no YouTube

Classificação: 14 anos

Domingo no TCA apresenta o espetáculo "Em família"
Domingo no TCA apresenta o espetáculo “Em família”

O projeto Domingo no TCA apresenta neste domingo (dia 30) o espetáculo Em Família. A peça dirigida por Marcelo Flores conta, de forma emocionante e bem humorada, a história de despejo do casal de idosos Dona Lu e Seu Sousa, vividos por Harildo Deda e Neyde Moura. Situações vividas cotidianamente, por grande parte das famílias brasileiras, aparecem no texto assinado por Oduvaldo Vianna Filho. O registro audiovisual do espetáculo será transmitido às 11h, simultaneamente, pelo canal do Teatro Castro Alves (TCA) no YouTube e também pela TVE Bahia. No YouTube do TCA, o espetáculo gravado pela Olho de Vídeo Produções poderá ser assistido até o dia 6 de junho.

Indicada ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria Espetáculo Adulto em 2018, Em Família celebrou os 80 anos do mestre Harildo Deda e as duas décadas da Cia. de Teatro Os Argonautas. A narrativa apresenta, de forma divertida e cheia de emoções, os problemas de uma típica família brasileira. Por não terem condições financeiras de manter a propriedade, Dona Lu e Seu Sousa serão despejados da casa onde moram. Com leveza, humor e poesia, o texto expõe o problema da velhice, da crise econômica e do sistema previdenciário, ao denunciar as dificuldades de se viver em uma sociedade centrada nas relações de capital e trabalho, que marginaliza os mais velhos. Para o ator Harildo Deda, esta é uma peça muito importante para a dramaturgia nacional, já que trata de um assunto que nem sempre é abordado no teatro: a velhice. “Aliás, eu prefiro dizer velhice do que melhor idade. É preciso estar atento a como o Brasil trata os seus velhos”, resume.

Em Família é um retrato afetivo, humorado e melancólico da crise do homem velho que já não pode prover a si mesmo e aos seus, e acaba preso a uma engrenagem social de falência que o separa de seus afetos e do conforto esperado no final da vida. A peça propõe a discussão dos conceitos de abrigo, trabalho, aposentadoria, relevância e papel do idoso na sociedade. A montagem adiciona um sentido à família do texto: o da comunidade artística que reúne diferentes gerações em torno de um mestre – Harildo Deda – e da aprendizagem teatral de seus discípulos, em que se incluem a própria Cia. de Teatro Os Argonautas e o restante do elenco, em sua maioria ex-alunos da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Nomes consagrados de diferentes gerações do teatro baiano estão em torno do casal protagonista: os filhos, parentes e amigos do casal são vividos por Alethea Novaes, Gil Teixeira, Marcelo Praddo, Márcia Andrade, Socorro de Maria, Vivianne Laert, Valéria Fonseca e Widoto Áquila.

A equipe conta com Marcelo Flores na direção, cenografia, sonoplastia e produção; Eduardo Tudella na cenografia e iluminação; Alethea Novaes no figurino e produção; George Vladimir como diretor assistente, sonoplastia e produção; Amanda Steinbach como dramaturgista e na consultoria da obra de Vianinha; Ricardo Fagundes na técnica de movimento e preparação Corporal; Guto Chaves é o responsável pela identidade visual e design gráfico; Otávio Correia como assistente de direção e técnico de luz; Amando Damásio como assistente de produção; Andressa Mascarenhas é a assistente de cenografia; Adriano Passos como chefe de cenotecnia; Diney Araújo e Marta Torres no registro fotográfico; Ricardo Cavalcanti como produtor associado e co-produção da RCD Produção De Arte.

O Domingo no TCA é uma iniciativa do Teatro Castro Alves, Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), que se compromete em ampliar e diversificar o seu público frequentador, oferecendo-lhe acesso a espetáculos qualificados, das mais diversas linguagens artísticas. Desde 2007, com mais de 150 edições e cerca de 200 mil espectadores, o projeto engloba apresentações de música, teatro, dança, circo, cinema, de variados estilos e proposições estéticas, da Bahia, do Brasil e do mundo.

Serviço:

O quê: Espetáculo Em Família no projeto Domingo no TCA

Quando: domingo, dia 30 de maio, às 11h

Onde: no canal do Teatro Castro Alves no YouTube e exibição pela TVE Bahia. No YouTube do TCA, o espetáculo poderá ser assistido até o dia 6 de junho

Replay Gamboa reapresenta o espetáculo "Leituras de Prima" com Aícha Marques
Replay Gamboa reapresenta o espetáculo “Leituras de Prima” com Aícha Marques

O projeto Replay Gamboa reapresenta o espetáculo Leituras de Prima com a atriz Aícha Marques neste fim de semana. A montagem será transmitida pelo canal no YouTube do Teatro Gamboa, em Salvador, neste sábado (29), às 17h, reunindo as atrizes e primas Aícha Marques e Analu Tavares, que se revezam na atuação e direção. Nesta apresentação elas fazem a leitura dramática do texto “A Boa, de Aimar Labaki, quando Analu assume a direção e Aícha Marques apresenta o texto ao lado do ator convidado Edlo Mendes. No palco, o DJ Jerônimo Sodré faz a trilha sonora. Os ingressos para o espetáculo Leituras de Prima podem ser adquiridos no site do Teatro Gamboa e custam R$10 (meia-entrada) e R$20 (inteira).

A programação on-line do Replay Gamboa apresenta ainda oficinas gratuitas. Nesta sexta-feira (28), às 17h, a instrutora de Yoga Annalice Mascarenhas ministra a oficina gratuita YoGamboa, com o tema Inteligência Corporal. Essa aula tem a intenção de descobrir a inteligência que está escondida no corpo, através da atenção plena na respiração consciente, dos movimentos fluidos e da permanência em alguns asanas (posturas). Annalice é formada em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (Ucsal), em 2002, e como Instrutora de Yoga desde 2003 por Eliane Callado e em 2012 por Virgínia Mie e Fábio Cantalice.

Também nesta sexta-feira (28), só que às 19h, será a vez do projeto Replay Gamboa reexibir a Pilhagem: Oficina de Escrita não-Criativa, que busca testar modos de usar a palavra e experimentar o imprevisível como um procedimento de escrita. A prática da escrita literária, nessa oficina, considera o rumo tomado por outras artes como, por exemplo, a música eletrônica e suas técnicas de sampleamento e a estética do recorte e da colagem das artes dadaístas. A oficina gratuita acontece ainda no sábado (29) e domingo (30), às 19h.

Espetáculo musical O Encantado volta a cartaz em sessões on-line
Espetáculo musical O Encantado volta a cartaz em sessões on-line

O espetáculo cênico musical O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião volta a cartaz com duas sessões únicas on-line. A peça, que tem direção de Edinilson Motta Pará, música ao vivo de Igor Reis e atuação de Ricardo Stewart, terá transmissão gratuita através do Facebook e YouTube do Coletivo Candura e Artes, nesta sexta e sábado (dias 21 e 22), sempre às 20h. Logo após a sessão de sexta-feira (dia 21), o público é convidado a participar de um bate-papo musical e interativo, através da plataforma Google Meet, na live intitulada Canções Encantadas.

Participam do encontro a pesquisadora da cultura popular Sálua Chequer, o autor e diretor de O Encantado Edinilson Motta Pará, o diretor musical e compositor Igor Reis e o ator Ricardo Stewart. Nesse encontro, serão apresentadas as composições feitas exclusivamente para espetáculo. Canções de cunho sertanejo que serviram de inspiração para a criação da peça e músicas de domínio público presentes no universo nordestino.

A trama de O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião se baseia em acontecimentos históricos ocorridos no século 19, em Pernambuco, nos quais líderes messiânicos pregavam vida próspera para o povo do Sertão. Nessas localidades, comunidades eram formadas com centenas de pessoas comandadas por esses beatos, pregando que o rei português Dom Sebastião (morto no século 16 em batalha contra os mouros) ressuscitaria ali trazendo riqueza e prosperidade para os mais pobres e necessitados. Sendo assim, seria criado um reino encantado, liderado pelo monarca, cumprindo-se a lenda lusitana sobre o rei que retornaria para restaurar a soberania do Império Português, livrar o povo das mazelas, distribuir riqueza e terras, enriquecer os pobres e libertar os negros da escravidão.

A dramaturgia do espetáculo se constrói a partir de informações coletadas, principalmente, na obra Memória sobre o Reino Encantado na Comarca de Villa Bella, de Antonio Ático de Sousa Leite; primeiro registro escrito sobre os acontecimentos da Pedra Bonita. Também nas citações sobre os fatos presentes nas obras da literatura brasileira, como O Reino Encantado: Crônicas Sebastianistas, de Tristão de Alencar Araripe Jr.; Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna; Pedra Bonita, de José Lins do Rego, além de relatos de historiadores e artigos de pesquisadores.

Além de assinar o texto e a direção, Edinilson Motta Pará é também o responsável pela iluminação de O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião. O espetáculo tem cenografia, figurino e adereços de Yoshi Aguiar, assistentes de cenografia, figurino e adereços de Milena Leite e Meire Marques, produção executiva de Geovane Nascimento, trilha sonora executada pelo músico Igor Reis.

As apresentações on-line do espetáculo O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião integram a Ação de contrapartida da Canduras e Artes com uso do subsídio pago pelo Mapa Cultural de Salvador da Fundação Gregório De Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Trabalho de arte-educação

O Coletivo Candura e Artes foi criado em 2013 pelo diretor teatral Edinilson Motta Pará e pela atriz, escritora e arte-educadora Cilene Canda. O objetivo é construir um espaço do fazer artístico, através de montagens teatrais, espetáculos de contação de estórias, cursos e workshops. Com a música e educadora Sálua Chequer produziu, em 2013, o esquete de contação de estórias infantis Essa Toalha Tem Estória; em 2014, o espetáculo A Atriz Que Não Sabia Morrer, com Marcos Machado e Irema Santos; em 2015, o recital de poesia Nós por Acaso: Um Caso de Poesia, com os atores Marcos Machado, Alda Valéria, Cilene Canda e o músico Ives Sahar; o espetáculo teatral Quaderna, O Encantado, inspirado no protagonista do romance A Pedra do Reino de Ariano Suassuna, com o ator Ricardo Stewart, o músico Igor Reis e direção e texto de Edinilson Motta Pará.

Em 2018 o Coletivo Candura e Artes produziu O Encantado – Uma Saga Nordestina em Busca de Dom Sebastião, com Ricardo Stewart, texto e direção de Edinilson Motta Pará; no mesmo ano, A Menina que Queria Ter Asas, texto de Cilene Canda, direção de Edinilson Motta Pará e atuação de Cilene Canda, Ricardo Stewart e Vinícius Caires; em 2019, estreou Vincent… Um possível Van Gogh!, com texto e atuação de Lago Junior e direção de Edinilson Motta Pará; e o projeto de contação de estórias Sarauzinho para Crianças, idealizado por Cilene Canda, com Cilene Canda e Ricardo Stewart.

Serviço:

O quê: Espetáculo O Encantado, do Coletivo Canduras e Artes

Quando: sexta e sábado (dias 21 e 22 de março), às 20h

Quanto: ingresso gratuito

Onde: no Facebook e no YouTube do Coletivo Canduras e Artes

Classificação: 14 anos