Broncas do Rafa – Carnaval de participação popular?

Como popular se o número de camarotes cresceu 52%, como informa reportagem do jornal “A Tarde” de hoje (18/02)? Na mesma reportagem, o coordenador do Carnaval de Salvador 2006, Misael Tavares (empresário!), tenta justificar o aumento dos camarotes e a eminente diminuição de espaço físico para os “foliões pipoca” (aqueles que não tem dinheiro para pagar os abadás dos blocos, as camisas dos camarotes ou porque, simplesmente, preferem esse jeito de curtir o Carnaval), dizendo que grandes atrações como Salsalitro Gil Mêlandia estarão fazendo shows em bairros populares, como Cajazeiras, Liberdade e Periperi.

Seria essa uma estratégia da Prefeitura Municipal, para fazer uma segregação econômica na “maior festa popular do planeta”? A continuar neste ritmo, vamos desafogar os grandes circuitos e criar mais um cordão de isolamento entre ricos e podres na “capital da alegria”. Já não basta os blocos racistas e suas cordas, os camarotes para convidados vips, os foliões pipocas no aperto entre blocos e camarotes, agora vamos fazer com que os “pobres” nem saiam de seus bairros para não “enfearem” a avenida. Espetáculo para mídia nacional, só pode ter modelos-atrizes-apresentadoras Globais?

João, não esqueça que quem te elegeu como o maior percentual do país, foi a população empobrecida desta cidade e que amarga o título de ser “a capital do desemprego”. Aos menos favorecidos só resta apelar: “Me deixe, viu ‘seu Valela'”!