Pesquisar por:
Broncas do Rafa – João, não desculpo, não!

Em entrevista coletiva, no dia 21/01, o prefeito de Salvador pediu desculpas à população pelo aumento da tarifa do transporte coletivo. Coros leitos, não sei quanto a vocês, mas de minha parte ele não terá as desculpas aceitas.

Sou usuário do sistema de transporte desta capital e convivo diariamente com longos períodos de espera nos pontos de ônibus. Geralmente, levo mais tempo parado no ponto, do que dentro do coletivo. Não poderia numerar a quantidade de vezes que viajei em pé, por não ter mais assentos vagos no veículo. Inúmeras, também, foram às viagens em que tive de suportar a sujeira e os filhotes de baratas, que dentro dos ônibus habitam. As pingueiras em dia de chuva e os veículos velhos que a cada buraco – e olha que Salvador tem é buraco -, parece que vão desmontar.

Senhor prefeito, antes de me pedir desculpa, convido-o a me fazer companhia na espera no ponto do Iguatemi por um ônibus de algum bairro populoso, em horário de pico. A espera dura em média 40 minutos. A viagem não será tão confortável quanto do carro oficial da prefeitura, até porque o ônibus chegará à estação de transbordo completamente lotado. Ai o os passageiros já estarão exprimidos como sardinha em lata. Alguns insistem em se arriscarem penduradas na porta traseira, obrigando o motorista a descer e tentar convencer a algum trabalhador, a desistir da volta para casa no horário do fim de seu expediente. Acho que é por isso que a Estação de Transbordo do Iguatemi tem o seu próprio happy hour, num oferecimento dos vendedores de CDs piratas. “Happy” para alguns!

Prefeito, o senhor constatará a má vontade de alguns motoristas e cobradores. Verá muitos deles arrastando os carros antes mesmos que os idosos ou deficientes físicos se acomodem. Sentirá a falta que mais ônibus adaptados fazem aos deficientes físicos de Salvador.

Porque o transporte coletivo de Salvador custa mais caro do que o de Curitiba (PR), que é modelo para muitos países? Porque tenho de pagar mais caro por um serviço de péssima qualidade? A nova tarifa é a terceira mais cara de todo o país e a primeira de toda a região Nordeste.

Não sou a favor de quebra-quebra e desordem, mas não dá para aceitar tudo calado. Sou a favor sim dos estudantes – pegos de surpresa por estarem em período de férias -, irem às ruas protestarem e engrossarem o movimento “A revolta do Buzú 2007”, que já ganhou até comunidade no Orkut – site de relacionamentos na Internet. E você, o que fará que sua voz seja ouvida? Que te respeitem? Não quero ter cerceado meu direito de ir e vim. Por isso, vamos a “luta companheiro”!

Broncas do Rafa – Agora é lei?

Ler uma notícia informando sobre o estabelecimento de uma lei municipal vetando o comércio de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, parece um déjà vu. Principalmente, em uma sociedade em que o uso das tais drogas lícitas é comumente aceito, alardeado e publicitado em todos os meios de comunicação, como um item obrigatório na busca da tão almejada felicidade.

Sancionada no mês de setembro pelo prefeito João Henrique, a Lei Municipal 7.107/2006, começará a vigorar a partir do dia 22 de novembro. Todos os bares, restaurantes, casas noturnas e estabelecimentos comerciais de Salvador que forem flagrados vendendo bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, ou que não tiverem afixada em local visível, uma placa informando sobre a proibição, serão punidos.

A punição vai de uma simples advertência, passando por multa de R$ 500, dobrada a cada reincidência, suspensão parcial da permissão para venda de bebida alcoólica, e até a cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento.

A nova lei, atuará na esfera administrativa, já que a cidade necessitava de uma regulamentação especifica. Na esfera cível, o artigo 81 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a venda a menores de 18 anos “de substâncias com risco de criar dependência”. A punição criminal é feita até hoje, baseada na Lei de Contravenções Penais, elaborada na década de 40, que prevê detenção de até três meses.

Estatísticas anuais comprovam que o número de acidentes de transito e à violência, maiores causas de morte entre os jovens está intrinsecamente ligada a ingestão do álcool e casos de total embriaguez.

Após a leitura atenta da reportagem publicada no jornal A TARDE, do último domingo (dia 22/10), fica a pergunta: vingará a idéia de uma nova lei proibindo a venda de bebidas alcoólicas, se essa iniciativa não estiver atrelada a uma quebra de paradigmas: Uma mudança radical de postura de todo uma sociedade onde o consumo de bebidas alcoólicas iniciada na adolescência é aceito, estimulado pelos meios de comunicação e até pelas próprias famílias?

Todo mundo sabe que vender bebida alcoólica para menos de idade é crime. A proibição já existe, mas não é respeitada. Como forma de colocar ainda mais a sociedade a favor do novo item da legislação, o governo municipal anuncia que os recursos levantados com as multas aos estabelecimentos que descumprirem a Lei 7.107/2006 serão destinados ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA). Esse fundo que financia projetos educativos para crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal, precisava de doações. Em 2005, por exemplo, dos 23 projetos aprovados, somente três poderam ser financiados.

A fiscalização do cumprimento da lei, agora que já foi aprovada, ficará sobe a responsabilidade das polícias Militar e Civil, em parceria com os Conselhos Tutelares, Juizados de Menores, Prefeitura e Promotoria da Infância e Adolescência do Ministério Público Estadual (MPE).

Esperamos que no país da “Lei do Gerson”, onde a premissa é levar vantagem em tudo, nem que para isso tenha que pisar em alguém, a Lei 7.107/2006 não seja só um número a figurar no papel. Que os donos de bares e estabelecimentos comerciais não fiquem tentados ao lucro fácil, que a mais nova lei seja cumprida a risca e que nossos jovens sejam criados conscientes de seus limites.

Broncas do Rafa – Padre Pinto desiste de curtir o Carnaval

Da série: “Hipocrisia da igreja”

Nesta terça-feira (21), o padre Pinto voltou a aparecer na mídia, desta vez, com hematomas roxos no rosto. Segundo o ex-pároco da Igreja da Lapinha, em Salvador-BA, os machucados seriam consequência de uma queda que sofreu devido a problemas de pressão arterial. Por isso, padre Pinto desistiu da agenda de badalações no Carnaval de Salvador. Cancelou o desfile no bloco Filhos de Gandhy e as visitas que faria aos camarotes do ministro da Cultura, Gilberto Gil e da cantora Daniela Mercury. “Estou fisicamente cansado, vou aproveitar esses dias da festa para me dedicar aos trabalhos artísticos”, diz o religioso ao jornal A TARDE, do último dia 22.

Questionado sobre a mudança de planos, o pároco se limitou a dizer que o encontro desta manhã de quase duas horas com o superior geral da Congregação Vocacionista, Ludovico Cabultto, não o fez declinar. O padre disse ainda que Cabultto não criticou o modo de celebrar missas, as entrevistas à imprensa e a aparição em festas. “Pelo contrário. Me convidou para ir à Itália e outros países da Europa para difundir a minha arte e meu projeto evangelizador”, conta.

POLEMICA – Em 9 de janeiro passado, o padre recebeu um comunicado oficial da Congregação da Sociedade das Divinas Vocações para deixar a casa onde reside há 33 anos. Todo esse estardalhaço começou quando o pároco da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Lapinha celebrou missas na Festa dos Santos Reis (5 e 6 de janeiro) vestido com fantasias que lembravam Oxum (orixá das águas), um índio e indumentárias africanas, sempre com uma maquiagem carregada e com coreografias. Uma aparição no Festival de Verão de Salvador, onde rezou com a banda Psirico, danço com o Ilê Aiyê e deu um “selinho” em Caetano Veloso. “Quero ser visto como um rebelde. Ainda levanto a bandeira contra a hipocrisia da igreja”, afirma o padre.

Broncas do Rafa – Carnaval de participação popular?

Como popular se o número de camarotes cresceu 52%, como informa reportagem do jornal “A Tarde” de hoje (18/02)? Na mesma reportagem, o coordenador do Carnaval de Salvador 2006, Misael Tavares (empresário!), tenta justificar o aumento dos camarotes e a eminente diminuição de espaço físico para os “foliões pipoca” (aqueles que não tem dinheiro para pagar os abadás dos blocos, as camisas dos camarotes ou porque, simplesmente, preferem esse jeito de curtir o Carnaval), dizendo que grandes atrações como Salsalitro Gil Mêlandia estarão fazendo shows em bairros populares, como Cajazeiras, Liberdade e Periperi.

Seria essa uma estratégia da Prefeitura Municipal, para fazer uma segregação econômica na “maior festa popular do planeta”? A continuar neste ritmo, vamos desafogar os grandes circuitos e criar mais um cordão de isolamento entre ricos e podres na “capital da alegria”. Já não basta os blocos racistas e suas cordas, os camarotes para convidados vips, os foliões pipocas no aperto entre blocos e camarotes, agora vamos fazer com que os “pobres” nem saiam de seus bairros para não “enfearem” a avenida. Espetáculo para mídia nacional, só pode ter modelos-atrizes-apresentadoras Globais?

João, não esqueça que quem te elegeu como o maior percentual do país, foi a população empobrecida desta cidade e que amarga o título de ser “a capital do desemprego”. Aos menos favorecidos só resta apelar: “Me deixe, viu ‘seu Valela'”!

Arestides Baptista/Agência A TARDE
Broncas do Rafa – Na falta de criatividade, “vale a pena ler de novo”

Da Série: Analisando o trabalho dos coleguinhas

Parece que a equipe editorial do jornal A Tarde anda com problemas para fechar a edição de domingo. Não é pelo excesso de informação que não caibam nas páginas. Pelo contrário, falta reportagem para preencher as páginas do período. Os jornalistas podem ajudar aos coleguinhas de A Tarde a encontrarem algumas pautas interessantes.

Para se ter uma ideia o jornal somente neste ano publicou três reportagens de página inteira tratando do mesmo assunto: pessoas que decidiram morar sozinhas. A primeira foi da repórter Tatiane Freitas, em 10 de abril, intitulada: “Um é bom, dois é demais – Jovens independentes, homens e mulheres separados aumentam o time das pessoas que moram só e desfrutam ‘sem grilos’ a própria companhia“.

A segunda foi: “O preço da liberdade é altoNo ímpeto de sair da casa dos pais, poucos são os jovens que realmente têm consciência dos encargos que isso trará“, de autoria de Daniela Silva, publicada na edição do dia 22 de agosto. Marcos Casé foi o autor da terceira reportagem do tema, publicado no dia 24 de setembro, com o título: “Eu e eu mesmo – Mesmo sem contar com o conforto e a mordomia da casa dos pais, muita gente prefere a liberdade de morar só“.

No domingo, dia 16/10, “o jornal mais lido do Norte/Nordeste” publicou uma reportagem sobre a lucratividade na venda de produtos porta a porta. Nenhum problema se a matéria já não houvesse sido publicada na capa do caderno Empregos & Mercado, semanas antes. Inclusive com a mesma foto, onde um rapaz simula uma abordagem a uma cliente de uma famosa marca brasileira de cosméticos. Como diz o nosso presidente: “assim não pode, assim não dá”!

Broncas do Rafa – Que pais é esse?

Alguém pode, por favor, me explica o que esta acontecendo no Brasil, porque eu não estou conseguindo entender nada! É o Presidente da República se desmentindo dizendo que agora “Caixa Dois” é uma pratica criminosa. É ex-ministro dos transportes dizendo que sempre usou recursos do caixa dois nas suas campanhas eleitorais. É dinheiro de empresas estatais financiando partidos políticos. É Superior Tribunal de Justiça (STJ) libertando assassinos confessos. É político corrupto que sai da prisão com problemas estomacais, comendo pastel e tomando chope. É policial militar invadindo centro espírita e hospital público, agredindo e ameaçando médicos. Qual será a próxima?

Broncas do Rafa – Estelionato Federal

Você já parou para pensar que esta jogando dinheiro fora ou pagando duas vezes pelos mesmos serviços? Não seria o caso de denunciarmos os nossos governantes ao PROCON ou a outros órgãos de Defesa do Consumidor por propaganda enganosa?

O Brasil têm uma das maiores cargas tributarias do mundo e pouco, ou quase nada, recebemos em troca. No jogo de interesses, barganha e troca de favores, os únicos favorecidos em nosso país, tem sido os políticos corruptos e pessoas inescrupulosas.

Alguns exemplos – Você paga o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para ter uma rua com asfalto de boa qualidade, paga Taxa de Iluminação Pública (TIP) para ter ruas bem iluminadas, paga a Taxa de Lixo (TL) para ter uma cidade limpa, paga Previdência Social (INSS) para ter uma aposentadoria tranquila. Mas, você que paga seus impostos – se não em dia com juros e multa por atraso -, tem assegurado esses serviços?

Paga-se tributos ao erário público em todos os bens comprados ou em serviços contratados, mas quando o cidadão precisa se proteger contra a violência e a criminalidade tem que pagar empresas que prestam serviços de segurança particular. Se você sonha em ver seus filhos formados e com boas chances de ingressar no mercado de trabalho – cada vez mais competitivo -, tem que investir em estabelecimentos de ensino pagos (escolas e universidades).

Se o desejo é ter um atendimento médico digno e de boa qualidade, terá que pagar um plano de saúde. De preferencia que não faça parte da lista dos planos boicotados pelos Conselhos Regionais de Medicina. É ou não é um estelionato federal contra os cidadãos brasileiros?