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"Você será sempre uma doce lembrança em nossas mentes e em meu coração"

Junte garganta inflamada, dor de cabeça ininterrupta há quatro dias, coloque um pouco de dor muscular nas pernas e na coluna e os braços sem firmeza. Não esqueça de adicionar um médico que resolve testar em você novos medicamentos, que fazem sua pressão baixar. Essa será a receita básica de como ter um péssimo dia. Não que eu deseje isso para alguém!

O resultado vai ser uma faringite aguda, mais uma crise de sinusite ou como o meu médico me disse, mas provavelmente “um quadro de estresse emocional”. Esse pode ser o resumo dos meus dias desde a última terça-feira (dia 28/10). Como isso tudo é muito pouco para mim, na sexta-feira (31/10) – após 55 dias em como, meu avô faleceu, aos 82 anos.

Quando minha avó teve sua 22ª queda e fraturou uma vértebra, sua depressão se agravou, pelo fato de ter que ficar seis meses imobilizada, usando um colete ortopédico. Minha mãe ficava indo e voltando da casa de meus avôs. Nesse tempo, meu avô ajudava minha mãe e Jacira (um anjo que trabalhava para eles e agora aqui, em casa) a cuidar de minha avó. Essa ajuda não demorou muito, pois ele teve um derrame.

Minha mãe durante nove meses ficou dormindo na casa de meus avós de segunda a sábado. Só tinha oportunidade de estar com ela algumas horas aos domingos. Minha irmã ficava com mãe e minha tia paterna era quem cuidava da alimentação meu irmão, minha e meu pai. Três homens se sentindo órfãos de uma mulher. Na verdade, de uma super mulher. Uma grande heroína e guerreira em todas essas batalhas.

Minha mãe pode ter derramado lágrimas em algumas situações que a vida lhe fez chorar, mas nunca se sentiu derrotada e é essa sua força, que me impulsiona a crer que uma coisa boa está reservado para nós neste mundo. Tanto sofrimento não pode ser em vão.

A grande família

Sofrendo com a nossa ausência e vendo em nossos olhos e semblantes a dor de não a ter em nosso convívio diária, minha mãe resolveu alugar uma casa na mesma rua em que nós moramos. Em agosto de 1999, sai da casa de meus pais e fui morar com meus avôs nessa casa, que ficava duas casas após a nossa. Lá eu tinha um quarto só para mim. Tinha uma rotina, bem tranquila. Chegava da escola, tomava banho e almoça. Respondia as perguntas de meu avô. Ele sempre fazia as mesmas com aquele sorriso doce. Lia algum livro ou dormia.

Aproveita enquanto minha avó cochilava no sofá e meu avó descansava do almoço (sua tradicional sopa de verduras batidas no liquidificado), fazendo um intervalo para o lanche às 15h30, onde comia seus três pães de leite frescos com fatias de queijo, acompanhado de um copo de limada. Meu avô era simples e metódico. Gostava de suas coisas no lugar, da casa sempre limpa e de fazer suas refeições impreterivelmente nos horários por ele acordados.

Nesses nove meses em que morei com os dois, pude conhecê-los melhor, já que só nos encontrávamos nas festas em família e nos almoços de domingo. Como era dispendioso manter duas casas no final de março de 2000, minha resolveu fazer um verdadeiro remanejamento em nossa casa e voltamos a morar todos juntos ou quase todos, já que meu pai não aceitava que meus avôs maternos viessem a morar conosco. Esse foi o motivo que o fez passar a morar na casa de baixo, com sua irmã, minha tia Iolanda.

Apesar de não morarem juntos, meus pais não estão separados. Eles mesmos não concebem assim e o carinho e a preocupação com o bem estar que os dois devotam um pelo outro, faz crer que não. Até o ciúme que meu pai sente me diz que o amor entre eles não acabou. Então ficamos assim, meu irmão ficou com o quarto menor – que era de minha irmã -, ela foi dormir com minha mãe, meus avôs ficaram instalados no meu antigo quarto e eu no sofá-cama, na sala.

23ª queda

Nós seguimos nossas vidas como Deus nos permitia, até que minha avó caiu (nossa já tinha perdido a conta, mas acho que foi a 23° vez em toda sua vida). Resultado do acidente foi uma fratura no colo do fêmur. Semanas de internamentos e uma cirurgia para colocação de platina bem sucedida e ela volta para nossa casa. Novo susto. Agora com meu avô, no sábado de Carnaval de 2003. Ele teve sua primeira isquemia. Jacira e minha mãe que estavam com ele na hora disseram que o viram quase morto.

Os médicos detectaram que o cérebro dele já se encontrava em grau de regressão. Já havia células mortas no cérebro, o que causaria certa demência e esquecimento de nomes, pessoas e fatos atuais. Meu avô começou daí em diante trocar o dia pela noite e a ter problemas de locomoção. Para dar banho era preciso que eu e Jacira o carregássemos até a cadeira de rodas para conduzi-lo até o banheiro. Lá, eu carregava a cadeira para ultrapassar o batente do boxe.

Nas últimas semanas em casa era frequente, quando devolvíamos meu avô para cama, que ele tivesse mais uma isquemia e ficasse desacordado alguns minutos. Eram momentos de desespero para minha mãe, mesmo já tendo sido alertada por todos os médicos para que se preparasse para o pior.

Minha mãe mesmo sabendo que se meu avô não saísse do coma 48 horas após a cirurgia que removeu o coagulo de sangue que as isquemias causaram em seu cérebro, não teria mais chances de sobreviver, ainda acreditava em um milagre. Anteontem (31/10) foi um dia difícil para ela. Primeiro, me levou ao médico. Ao me deixar em casa, já saiu apressada para o hospital, onde minha avó, também, está internada.

Premonição?

Ao voltar para casa minha mãe encontra minhas tias Iolanda e Tânia (viúva de meu tio, que faleceu há dois meses) e Jacira me cercando, pois quando acordei, por volta das 13h para almoçar, comecei a me sentir mal novamente. Dessa vez queda de pressão. Minha mãe ficou desesperada e eu abraçado a ela só conseguia chorar pensando em tudo que estamos vivendo.

Melhorei e minha mãe acompanhada de minhas tias Tânia e Ana (irmã de minha mãe) foram novamente ver minha avó à tarde. Minha tia Iolanda ficou preparando uns banhos de folhas para eu tomar, já que crê na força da cultura africana, apesar de não ser frequentadora de terreiros de candomblé. Tomei o banho e acredito em tudo aquilo que é feito para o bem. Sou médium e ela me disse que deve ter sido algo que captei no hospital. Perguntou-me se fui ver meu avô internado. Respondi-lhe que não, só minha avó.

No final da tarde, Jacira estava com medo de ir embora. Meu irmão chegou e disse-me que estava quente. Chamou minha tia e perguntou-lhe se ela tinha um termômetro. Minha mãe havia acabado de chegar do hospital onde meu avô estava internado e viu que eu não tinha febre, mas como a cabeça há cinco dias não parava de doer foi à farmácia pegar o remédio que havia encomendado. Um novo tipo de Tylenol.

Adeus

Com medo de me deixar sozinho, chamou minha tia para ficar comigo. O telefone tocou. Pedi para que ela atendesse, já que quando me levantava ainda sentia-me tonto. Era do hospital onde meu avô estava internado, pedindo para que minha mãe comparecesse com os documentos dele, pois ele havia piorado. Minha tia, como é enfermeira aposentada perguntou logo para a telefonista do hospital se ele já havia falecido. A moça não quis dizer.

Liguei para o celular de meu irmão e pedi para que ele, de uma forma sutil, desse o recado a minha mãe. Eles foram tomar as providências. A chave da gaveta, onde estava os documentos de meus avós emperrou e não conseguíamos abri-la para pegar a certidão de casamento e sua identidade (únicos documentos que meu avó havia guardado).

Conseguíamos abri a bendita gaveta e na hora de ver a roupa estava faltando à calça do terno. Fui com minha tia procurar no guarda-roupa uma calça que combinasse com o terno. Agora faltava a meia, que minha tia achou na embalagem do terno. Pronto era só aguardar o rapaz da funerária. Hora cruel, escolher o caixão. O cemitério, já havia sido acordado com a família, que seria o mesmo onde meu tio havia sido sepultado.

Ai vem à pior parte pagar para morrer. R$ 730,00 para ter por três anos uma gaveta no cemitério Campo Santa, em Salvador. Urna funerária escolhida (um nome mais simpático para o caixão), cemitério, flores, preço acertado, tudo OK! Agora só faltava decidir onde deixar o corpo até o horário do sepultamento (11h), já que não haveria velório, pelo menos, não à noite. Tínhamos duas opções ou no próprio cemitério, na sala onde seria velado pela manhã ou no hospital onde ficou 55 dias internado. Escolhemos pela primeira opção.

Fiquei incumbido de avisar aos familiares. Como todos já sabiam do estado de saúde de meu avô, então aceitaram com certa “naturalidade”. Quando meu irmão chegou trazendo minha mãe, ela nos relatou o seu dialogo de despedida com meu avô. “Meu pai, eu cuidei do senhor esses anos todos e a última coisa que possa fazer pelo senhor agora é te vestir”.

Foi uma noite mal dormida a de quinta para sexta, pois coisas estranhas aconteceram lá, em casa. Primeiro foi minha irmã que acordou todos ao derrubar um franco congelado da geladeira, ao tentar comer uma lata de cajuzinhos. Depois foi a bolsa de minha mãe caiu do móvel sem que ninguém tenha mexido nela. Somente eu estava na sala no momento. Novamente todos acordaram assustados.

Sexta pela manhã estavam no cemitério para dar o último adeus a meu avó os parentes e nossos amigos mais próximos, pois ele própria não tinha muitos amigos. Voltamos para casa lembrando o nosso “Djalmaaaa!!!”. Era esse o amigo que meu avô chamava a noite quando não dormia e não deixava ninguém dormir. Nos últimos dias em casa, chegava a olhar meu irmão e sorrindo chamá-lo de “Djalma”.

Saudades do seu olhar doce e de sua preocupação com o meu bem estar. Sempre perguntava a Jacira se eu já havia chegado, se já tinha almoçado e quando estava com crise de renite dizia-me “eh…é hoje tá atacado”. Saia falando para Jacira “ele fica tomando banho frio. Passe só o pano no quarto dele”. Se referindo a não colocar nenhum detergente com perfume. Fito a cadeira de balanço lembro-me dele sentado nela durante a tarde. Quando eu o olhava, ele abaixava a vista como se estivesse com vergonha. Guardarei comigo somente esses momentos de doçura e carinho.

Agora a preocupação voltasse toda da minha vózinha, que esta com uma infecção pulmonar e segundo os médicos seu estado é grave, porque a bactéria tem se mostrado resistente ao tratamento. Mas, para o meu Deus – que tudo pode -, curar minha avó e trazê-la novamente ao nosso convívio será possível. Ao meu querido avô Adroaldo Ramos Veloso, que descanse em Paz e que seu novo caminho seja guiado pela luz divida de todos os anjos e santos. Amém!

O que seria do Azul se todos gostassem do vermelho?

Essa pergunta veio martelando em minha cabeça no trajeto de minha casa até o ponto de ônibus onde pego o transporte para ir à faculdade (cerca de vinte minutos andada). Vim com essa ideia em mente, pois outro dia uma colega de trabalho me disse que eu “não vivia”. Que eu era igual ao seu namorado, pois “ele é um rapaz jovem, mas que não sabe curtir a vida!”.

“Curtir a vida”, para essa criatura significa escutar pagode bem alto na rádio (tipo Empurrraaa Piatã), num domingo de sol. Para essa criatura o simples fato de não gostar de pagode, representa que estou perdendo os melhores anos da minha vida sendo infeliz! Nossa… como tem gente com mente pequena nesse mundo. Nada contra quem gosta de pagode, mas eu sou feliz ouvindo um jazz, blues, MPB, conversando com os meus amigos, etc.

A minha felicidade é realista. Não preciso de bengalas para me apoiar na felicidade. Não preciso beber para ser FELIZ! Não preciso usar qualquer tipo de “felicidade” artificial para ser FELIZ! Não preciso ouvir pagode bem alto e “quabrar tudo” para ser FELIZ!

A minha felicidade é sem sombra de dúvidas diferente da desta colega de trabalho. Assim, como tem gente que acha o azul melhor que o vermelho, tem gente que acha  jazz, blues, MPB, Rock ou qualquer outro estilo musical melhor que o pagode. Somos todos diferentes. Deus nos fez assim e assim que deve ser. Devemos aprender a respeitar as diferenças. Se começarmos pelo gosto musical ou pela etnia, brevemente não teremos mais discriminações entre brancos, negros e índios, preconceitos com homossexuais ou com classes sociais.

É muito ridículo, para não dizer infantil ouvir comentários de colegas de faculdade ou do trabalho sobre roupas de grifes. Uma vez presenciei um fato lamentável. Uma colega da 8ª séria ridicularizou um amigo porque ele estava com a camisa furada. Para que o garoto não ficasse tão constrangido, ou mais do que já estava, lhe disse: “não ligue para o que falam. Se a humanidade andasse nua, haveria pessoas que encontrariam defeitos para gozarem com os outros”.

Tente viver sua vida e aceitar – conviver com as diferenças dos outros. Afinal de contas, imaginem o quão chato seria se fossemos todos iguais e perfeitos. Viva as diferenças! Viva a diversidade! Vida a liberdade! Vida a imperfeição da humanidade!

A melhor opção no fim de semana dos baianos

Mandei um e-mail para Revista da TV ,do Jornal A Tarde, em 24 de junho de 2003, e ontem (05/10) – para minha surpresa -, depois de quase três meses, eles publicaram o texto referente ao programa Bahia Náutica.

Rafael Veloso*

Um mix de belíssimas imagens e uma trilha sonora de sucesso, compõe o excelente programa “Bahia Náutica”. Um ótimo exemplo de que é possível se fazer programas locais e independentes de qualidade no Estado.

O telespectador, ao ver as imagens marítimas (verdadeiros cartões postais da natureza de nosso litoral), é transportado para os destinos que o programa nos remete, como ocorreu no último domingo (dia 22), na TV Educativa, ao ser relatado a rotina diária de uma viagem à bordo do veleiro “VMAX”, da Baía de Todos os Santos à Recife, capital pernambucana.

Parabenizo a toda equipe, em especial a seu apresentador Denis Peres, e desejo votos de vida longa ao programa, que já se caracterizou, por ser a melhor opção no fim de semana dos baianos.

*Rafael Veloso, 20 anos, é estudante de jornalismo.

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Resposta da produção do programa:

Olá Rafael!

Realmente é uma grande injeção de ânimo receber um mail como o seu, que foi lido aqui em voz alta, para que toda a nossa equipe tomasse conhecimento.

Você realmente foi muito gentil conosco, e por isso quero muito te agradecer. Realmente a jornada da produção independente no nosso estado não é nada fácil. Enfrentamos todo tipo de tempestade, mas, usando uma linguagem bem náutica, conseguimos realizar as manobras certas nas horas certas e mantivemos nosso rumo.

Ainda falta muito pra chegar onde pretendemos, mas hoje, perto de completarmos 100 programas exibidos, realmente receber uma crítica como a sua é muito estimulante.

Tudo aqui é feito com muito amor Rafael, com muita dedicação e principalmente com muito esforço, de toda nossa equipe. É uma verdadeira corrida de bastão.

Espero que você continue ligado, e que as nossas pautas sempre causem este tipo de sentimento em você.

Um grande abraço!

Denis Peres e toda Equipe do Bahia Náutica

Vitor Hugo: "O riso é o Sol que afugenta o inverno do rosto humano"

Quando chego cedo ao trabalho, fico sentado na balaustrada do estacionamento, em baixo do Sol escaldante. Os colegas de trabalho me perguntam qual foi o castigo que estou pagando. A resposta é simples: para mim o SOL representa VIDA. Nesses tempos em que estou tão cercado de coisas negativas, quero receber os bons fluidos que o nosso Astro Rei pode proporcionar-me.

Acho que o meu trauma com a chuva começou depois de ter visto, quando pequeno, aquelas enchentes e catástrofes que aconteceram no subúrbio de Salvador. A chuva me remete a algo melancólico, depressivo. Me faz mal quando o dia esta chuvoso. Tem gente que adora chuva. Dança e tudo em baixo dela, como disse uma vez o Bóris Casoy em uma entrevista. Realizem o vovô Bóris de short e camiseta regata tomando banho de chuva no jardim de sua mansão.

Chuva só é bom para mim em cena de filmes americanos. Uma lareira, um chocolate quente e uma bela mulher para amar. Lembrei-me de várias cenas de filmes assim e também do filme Como água para chocolate.

"Deus lhe abençoe, Jornalista!"

Chequei do trabalho na quarta-feira e vi que minha tia (que mora na casa de baixo) estava lá em casa. Logo pensei. “Ops! Algo de errado está acontecendo”. Minha avó estava mole. Respirava pela boca, como se estivesse dormindo com os olhos abertos. Achávamos que ela tinha tido uma isquemia. É a falta de oxigenação no cérebro. Parada dos movimentos por alguns minutos ou algumas horas. Acontece com mais freqüência em pessoas idosas.

Minha mãe, que acabara de chegar do hospital onde me avó está internado em coma, estava dando o mingau de minha avó, quando tudo aconteceu. O serviço médico domiciliar foi chamada e o primeiro carro chegou rapidamente. A médica examinou minha vó e ficou em dúvida se o caso dela se tratava de um princípio de derrame ou a isquemia.

Ela já estava consciente, ou pelo menos a sua consciência normal (minha vó já tem esclerose. Fala muitas bobagens, mas ainda lembra os nomes das pessoas que convivem com ela). O médico do segundo carro – esse já uma ambulância para remoção -, repetiu os exames que a primeira médica (pulso, batimentos cardíacos, glicemia, pressão, temperatura, globo ocular). Estava tudo normal. Perguntou sobre a medicação que ela tomava. Minha mãe listou os vários remédios anti-depressivos e para dormir que minha avó toma.

O doutor, vendo que poderia ser pelo excesso de medicamentos e também a falta que meu avô está causando nela, disse-nos que deixassem em observação lá em casa mesmo. Até porque se fosse um quadro de isquemia temporário, deveria melhorar. Mas isso não aconteceu. Minha vó movia os membros, soltava o seu tradicional beijo ao ir amparada por minha mãe e pela secretária para o banho, mas estava faltando algo. A sua tradicional bênção: “Deus lhe abençoe, Jornalista!”. Assim que ela me trata, por “Jornalista”.

Ao voltar do trabalho ontem, por volta das 21h30, meu pai (um idoso também de 67 anos), me disse que minha mãe estava desde o final da tarde tentando uma vaga para minha avó no hospital particular perto lá, de casa. Fiquei com minha irmã mais velha em casa. Minha tia-avó (irmã de meu avó) ligou para saber notícias, mas até aquele momento nós não sabíamos de nada. Fui dormir e só vi minha mãe hoje pela manhã, antes de ir para a faculdade. Ela chegou em casa as duas da manhã trazida por meu irmão. Minha avó depois de uma bateria de exames (todos com resultados satisfatórios) ficou internada em observação na semi-UTI e deve ser repetido todos os exames hoje.

O mais emocionante – e quando minha mãe me contou hoje pela manhã, meus olhos encheram de lagrimas -, foi que minha avó ao ver meu irmão, levantou os bracinhos (finos), para que ele a carregasse e levasse-a de volta para casa.  Estou, rezando a Deus pela saúde de minha avó, já que meu avô foi desenganado pelos médicos. Não posso perder tantas pessoas que amo assim de uma só vez. Meu tio, meu amigo, meu avô (em coma) e agora minha avó.

Não posso permitir que minha mãe sofra com mais esse trauma. A vida não pode ser tão cruel conosco. Mas, mesmo vendo a pessoa que mais amo na vida sofrer, ainda tento encontrar forças para ajuda-la em tudo e me manter sereno nos momentos mais difíceis. E isso só esta sendo possível com o meu trabalho e a ajuda imprescindível dos meus amigos. Obrigado a todos!

“Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da vida. Pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda”. (Provérbio Chinês)

Aprendendo a ser só, não! Aprendendo a lidar com as perdas!

Minha querida Marcelinha (Oliva), fez uma coisa que eu estou fazendo – ou tentando fazer – desde de 2001: ser feliz. Mas, ser feliz integralmente, sem se preocupar com o que vão falar. Afinal, como diz o Capital Inicial: “Se eu for ligar pro que vão falar não faço nada”. A vida tem de ser vivida desta forma. Como disse Jorge Amado: “Tão curta a vida!”. É realmente curta. Eu mais do que ninguém, estou tendo provas de que ela é muito efêmera.

Após a perda violenta de mais um tio (esse é o terceiro – na verdade os outros dois eram maridos de minhas tias), fico sabendo que um amigo meu – conhecido desde infância, vizinho de bairro, colega de escola, coroinha junto comigo nas missas de domingo da Igreja da Lapinha -, esta em como. Sua recuperação, que tanto comemorávamos, não foi real.

A doença, que o debilitou há seis anos voltou. Só que dessa vez com muito mais violência que anteriormente. Ele já perdeu uma visão e luta com todas as forças de um garoto de 20 e poucos anos para continuar a viver. Força de um rapaz jovem, bonito, bem relacionado, amigo, de bem com a vida, que sonhava em ser feliz com sua cura e poder constituir família. Força de alguém trabalhador. Força de um alguém especial que veio a Terra ensinar muitas coisas a humanidade.

É por tudo isso, que posto aqui o link do magistral texto de desabado de Marcelinha. Quero que esse texto sirva, pelo menos como uma reflexão, para todos que reprimem seus sentimentos. Não sei se no receio de se magoarem ou magoarem alguém querido, deixam de viver suas vidas e aprenderem muitas lições que o destino nos ensina.

Estou cada vez mais acordando para a vida e me atirando de cabeça, provando, degustando, experimentando cada nova “possibilidade” que ela me oferece, sem medo de me machucar ou quebrar a cara. Sei que se isso acontecer fará parte de um processo de crescimento e amadurecido do meu intimo.