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O que seria do Azul se todos gostassem do vermelho?

Essa pergunta veio martelando em minha cabeça no trajeto de minha casa até o ponto de ônibus onde pego o transporte para ir à faculdade (cerca de vinte minutos andada). Vim com essa ideia em mente, pois outro dia uma colega de trabalho me disse que eu “não vivia”. Que eu era igual ao seu namorado, pois “ele é um rapaz jovem, mas que não sabe curtir a vida!”.

“Curtir a vida”, para essa criatura significa escutar pagode bem alto na rádio (tipo Empurrraaa Piatã), num domingo de sol. Para essa criatura o simples fato de não gostar de pagode, representa que estou perdendo os melhores anos da minha vida sendo infeliz! Nossa… como tem gente com mente pequena nesse mundo. Nada contra quem gosta de pagode, mas eu sou feliz ouvindo um jazz, blues, MPB, conversando com os meus amigos, etc.

A minha felicidade é realista. Não preciso de bengalas para me apoiar na felicidade. Não preciso beber para ser FELIZ! Não preciso usar qualquer tipo de “felicidade” artificial para ser FELIZ! Não preciso ouvir pagode bem alto e “quabrar tudo” para ser FELIZ!

A minha felicidade é sem sombra de dúvidas diferente da desta colega de trabalho. Assim, como tem gente que acha o azul melhor que o vermelho, tem gente que acha  jazz, blues, MPB, Rock ou qualquer outro estilo musical melhor que o pagode. Somos todos diferentes. Deus nos fez assim e assim que deve ser. Devemos aprender a respeitar as diferenças. Se começarmos pelo gosto musical ou pela etnia, brevemente não teremos mais discriminações entre brancos, negros e índios, preconceitos com homossexuais ou com classes sociais.

É muito ridículo, para não dizer infantil ouvir comentários de colegas de faculdade ou do trabalho sobre roupas de grifes. Uma vez presenciei um fato lamentável. Uma colega da 8ª séria ridicularizou um amigo porque ele estava com a camisa furada. Para que o garoto não ficasse tão constrangido, ou mais do que já estava, lhe disse: “não ligue para o que falam. Se a humanidade andasse nua, haveria pessoas que encontrariam defeitos para gozarem com os outros”.

Tente viver sua vida e aceitar – conviver com as diferenças dos outros. Afinal de contas, imaginem o quão chato seria se fossemos todos iguais e perfeitos. Viva as diferenças! Viva a diversidade! Vida a liberdade! Vida a imperfeição da humanidade!

Show do Kid Abelha e Babado Novo no Clube Espanhol

O meu fim de semana foi bem legal. Neste domingo (dia 05), após ter ido ao hospital visitar vovó – que graças a Deus está bem melhor -, fui ao show do Kid Abelha e Babado Novo, no Clube Espanhol.

Foi a primeira vez que fui a um show no Espanhol. A primeira vez que fui a um show do Kid. A primeira vez que fui a um show do Babado Novo. A primeira vez que sai com a nova namorada do meu irmão. Nossa… estou me sentindo uma garota após a primeira transa.

Por falar em garotas… a pirralhada toda estava lá! As meninas vestidas de rosa dos pés a cabeça, e os meninos tipicamente de bermudas floridas e camisetas de marca, com a “lupa” na cabeça. Agora queria saber qual o sol que estava fazendo às 18h30 – hora que o show começou.

Foi muito bom. O Kid Abelha estava perfeito. Paulo Toller, linda como sempre. Cláudia Leite (vocalista da Banda de axé – Babado Novo) fez uma apresentação magistral. Músicas como “To nem aí”, “Vou de Táxi” e vários pout-porri de axé fizeram uma platéia de aproximadamente 20 mil pessoas pularem até as 23h.

A melhor opção no fim de semana dos baianos

Mandei um e-mail para Revista da TV ,do Jornal A Tarde, em 24 de junho de 2003, e ontem (05/10) – para minha surpresa -, depois de quase três meses, eles publicaram o texto referente ao programa Bahia Náutica.

Rafael Veloso*

Um mix de belíssimas imagens e uma trilha sonora de sucesso, compõe o excelente programa “Bahia Náutica”. Um ótimo exemplo de que é possível se fazer programas locais e independentes de qualidade no Estado.

O telespectador, ao ver as imagens marítimas (verdadeiros cartões postais da natureza de nosso litoral), é transportado para os destinos que o programa nos remete, como ocorreu no último domingo (dia 22), na TV Educativa, ao ser relatado a rotina diária de uma viagem à bordo do veleiro “VMAX”, da Baía de Todos os Santos à Recife, capital pernambucana.

Parabenizo a toda equipe, em especial a seu apresentador Denis Peres, e desejo votos de vida longa ao programa, que já se caracterizou, por ser a melhor opção no fim de semana dos baianos.

*Rafael Veloso, 20 anos, é estudante de jornalismo.

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Resposta da produção do programa:

Olá Rafael!

Realmente é uma grande injeção de ânimo receber um mail como o seu, que foi lido aqui em voz alta, para que toda a nossa equipe tomasse conhecimento.

Você realmente foi muito gentil conosco, e por isso quero muito te agradecer. Realmente a jornada da produção independente no nosso estado não é nada fácil. Enfrentamos todo tipo de tempestade, mas, usando uma linguagem bem náutica, conseguimos realizar as manobras certas nas horas certas e mantivemos nosso rumo.

Ainda falta muito pra chegar onde pretendemos, mas hoje, perto de completarmos 100 programas exibidos, realmente receber uma crítica como a sua é muito estimulante.

Tudo aqui é feito com muito amor Rafael, com muita dedicação e principalmente com muito esforço, de toda nossa equipe. É uma verdadeira corrida de bastão.

Espero que você continue ligado, e que as nossas pautas sempre causem este tipo de sentimento em você.

Um grande abraço!

Denis Peres e toda Equipe do Bahia Náutica

Vitor Hugo: "O riso é o Sol que afugenta o inverno do rosto humano"

Quando chego cedo ao trabalho, fico sentado na balaustrada do estacionamento, em baixo do Sol escaldante. Os colegas de trabalho me perguntam qual foi o castigo que estou pagando. A resposta é simples: para mim o SOL representa VIDA. Nesses tempos em que estou tão cercado de coisas negativas, quero receber os bons fluidos que o nosso Astro Rei pode proporcionar-me.

Acho que o meu trauma com a chuva começou depois de ter visto, quando pequeno, aquelas enchentes e catástrofes que aconteceram no subúrbio de Salvador. A chuva me remete a algo melancólico, depressivo. Me faz mal quando o dia esta chuvoso. Tem gente que adora chuva. Dança e tudo em baixo dela, como disse uma vez o Bóris Casoy em uma entrevista. Realizem o vovô Bóris de short e camiseta regata tomando banho de chuva no jardim de sua mansão.

Chuva só é bom para mim em cena de filmes americanos. Uma lareira, um chocolate quente e uma bela mulher para amar. Lembrei-me de várias cenas de filmes assim e também do filme Como água para chocolate.

"Deus lhe abençoe, Jornalista!"

Chequei do trabalho na quarta-feira e vi que minha tia (que mora na casa de baixo) estava lá em casa. Logo pensei. “Ops! Algo de errado está acontecendo”. Minha avó estava mole. Respirava pela boca, como se estivesse dormindo com os olhos abertos. Achávamos que ela tinha tido uma isquemia. É a falta de oxigenação no cérebro. Parada dos movimentos por alguns minutos ou algumas horas. Acontece com mais freqüência em pessoas idosas.

Minha mãe, que acabara de chegar do hospital onde me avó está internado em coma, estava dando o mingau de minha avó, quando tudo aconteceu. O serviço médico domiciliar foi chamada e o primeiro carro chegou rapidamente. A médica examinou minha vó e ficou em dúvida se o caso dela se tratava de um princípio de derrame ou a isquemia.

Ela já estava consciente, ou pelo menos a sua consciência normal (minha vó já tem esclerose. Fala muitas bobagens, mas ainda lembra os nomes das pessoas que convivem com ela). O médico do segundo carro – esse já uma ambulância para remoção -, repetiu os exames que a primeira médica (pulso, batimentos cardíacos, glicemia, pressão, temperatura, globo ocular). Estava tudo normal. Perguntou sobre a medicação que ela tomava. Minha mãe listou os vários remédios anti-depressivos e para dormir que minha avó toma.

O doutor, vendo que poderia ser pelo excesso de medicamentos e também a falta que meu avô está causando nela, disse-nos que deixassem em observação lá em casa mesmo. Até porque se fosse um quadro de isquemia temporário, deveria melhorar. Mas isso não aconteceu. Minha vó movia os membros, soltava o seu tradicional beijo ao ir amparada por minha mãe e pela secretária para o banho, mas estava faltando algo. A sua tradicional bênção: “Deus lhe abençoe, Jornalista!”. Assim que ela me trata, por “Jornalista”.

Ao voltar do trabalho ontem, por volta das 21h30, meu pai (um idoso também de 67 anos), me disse que minha mãe estava desde o final da tarde tentando uma vaga para minha avó no hospital particular perto lá, de casa. Fiquei com minha irmã mais velha em casa. Minha tia-avó (irmã de meu avó) ligou para saber notícias, mas até aquele momento nós não sabíamos de nada. Fui dormir e só vi minha mãe hoje pela manhã, antes de ir para a faculdade. Ela chegou em casa as duas da manhã trazida por meu irmão. Minha avó depois de uma bateria de exames (todos com resultados satisfatórios) ficou internada em observação na semi-UTI e deve ser repetido todos os exames hoje.

O mais emocionante – e quando minha mãe me contou hoje pela manhã, meus olhos encheram de lagrimas -, foi que minha avó ao ver meu irmão, levantou os bracinhos (finos), para que ele a carregasse e levasse-a de volta para casa.  Estou, rezando a Deus pela saúde de minha avó, já que meu avô foi desenganado pelos médicos. Não posso perder tantas pessoas que amo assim de uma só vez. Meu tio, meu amigo, meu avô (em coma) e agora minha avó.

Não posso permitir que minha mãe sofra com mais esse trauma. A vida não pode ser tão cruel conosco. Mas, mesmo vendo a pessoa que mais amo na vida sofrer, ainda tento encontrar forças para ajuda-la em tudo e me manter sereno nos momentos mais difíceis. E isso só esta sendo possível com o meu trabalho e a ajuda imprescindível dos meus amigos. Obrigado a todos!

“Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da vida. Pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda”. (Provérbio Chinês)

Aprendendo a ser só, não! Aprendendo a lidar com as perdas!

Minha querida Marcelinha (Oliva), fez uma coisa que eu estou fazendo – ou tentando fazer – desde de 2001: ser feliz. Mas, ser feliz integralmente, sem se preocupar com o que vão falar. Afinal, como diz o Capital Inicial: “Se eu for ligar pro que vão falar não faço nada”. A vida tem de ser vivida desta forma. Como disse Jorge Amado: “Tão curta a vida!”. É realmente curta. Eu mais do que ninguém, estou tendo provas de que ela é muito efêmera.

Após a perda violenta de mais um tio (esse é o terceiro – na verdade os outros dois eram maridos de minhas tias), fico sabendo que um amigo meu – conhecido desde infância, vizinho de bairro, colega de escola, coroinha junto comigo nas missas de domingo da Igreja da Lapinha -, esta em como. Sua recuperação, que tanto comemorávamos, não foi real.

A doença, que o debilitou há seis anos voltou. Só que dessa vez com muito mais violência que anteriormente. Ele já perdeu uma visão e luta com todas as forças de um garoto de 20 e poucos anos para continuar a viver. Força de um rapaz jovem, bonito, bem relacionado, amigo, de bem com a vida, que sonhava em ser feliz com sua cura e poder constituir família. Força de alguém trabalhador. Força de um alguém especial que veio a Terra ensinar muitas coisas a humanidade.

É por tudo isso, que posto aqui o link do magistral texto de desabado de Marcelinha. Quero que esse texto sirva, pelo menos como uma reflexão, para todos que reprimem seus sentimentos. Não sei se no receio de se magoarem ou magoarem alguém querido, deixam de viver suas vidas e aprenderem muitas lições que o destino nos ensina.

Estou cada vez mais acordando para a vida e me atirando de cabeça, provando, degustando, experimentando cada nova “possibilidade” que ela me oferece, sem medo de me machucar ou quebrar a cara. Sei que se isso acontecer fará parte de um processo de crescimento e amadurecido do meu intimo.