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Agradeço por meu avô

Quero agradecer a todos que me enviaram palavras de carinho e conforto e também aos que se comoveram com o pedido e doaram sangue ou que indicaram algum amigo ou parente para fazer a doação. Meu avô já foi operado e o aneurisma retirado com sucesso. Os sedativos para já foram suspensos e os médicos agora aguardam que ele acorde. A família também aguarda com ansiedade que ele tenha garra para continuar a viver e voltar logo para casa bem, apesar das sequelas.

"Quero um amor maior. Amor maior que eu"

Lendo A casa do Rio Vermelho de Zélia Gattai, fiquei pensando quando encontrarei o meu amor. A quem um dia poderei dizer estas palavras, que o nosso querido Jorge Amado testamentou em seu livro Navegação de Cabotagem e que Zélia deu-me a honra de conhecer através da contra-capa de seu livro sobre a residência dos Amado, na Rua Alogoinhas que, em breve, será transformada em Memorial Jorge Amado.

“Dá-me tua mãe de conivência, vamos viver o tempo que nos resta, tão curta a vida!, na medida de nosso desejo, no ritmo de nosso gosto simples, longe das galas, em liberdade e alegria, não somos pavões de opulência nem gênios de ocasião, feitos nas coxas dos apologias, somos apenas tu e eu. Sento-me contigo no banco de azulejos à sombra da mangueira, esperando a noite chegar para cobrir de estrelas teus cabelos, Zélia de Euá envolta no lua: dá-me tua mão, sorri o teu sorriso, me rejubilo no teu beijo, loureal e recompensa. Aqui, neste recanto do jardim, quero repousar em paz quando chegar a hora, eis meu testamento.”

Jorge Amado
em Navegação de Cabotagem, 1992.

Força e fé

Estou tão mal. Chorei hoje assim que acordei, porque vi a pessoa que eu mais amo nesse mundo – a quem eu dou a minha vida, se preciso for -, chorar. Minha mãe, lamenta o estado de saúde de meu avô. Eu entendo o seu desespero. Meu avó mora conosco há quase cinco anos e durante todo esse tempo minha mãe – filha mais velha -, vem cuidando dele e de minha avó. Todos os dois são bastante idosos, tem depressão e não se locomovem sozinhos. Eu posso parecer até frio ao dizer isso, mas acho que sua morte, traria alivio ao seu sofrimento. Meu avó tem 82 anos e está em como e com um aneurisma cerebral. Os médicos estão temerosos com a operação, pois ele está muito debilitado e anêmico. “Força e fé”, foram as palavras que Edna – minha prima, me pediu para ter sempre comigo. Rogo a Deus, que faça o melhor para meu avô!!!

O chato da turma
O chato da turma

É sempre assim. Entra ano e sai ano. Não importa se no ginásio, 2° grau, na faculdade ou no trabalho. Ele estará lá, ao seu lado. O odiado “colega chato”. Aquela “mala sem alças”, que critica todos a sua volta. Para ele, tudo o que você faz não está bom, mesmo que não consiga fazer melhor. O trabalho sempre estará faltando algo, sua apresentação não será suficientemente explicativa na opinião dele ou você não penteia o cabelo do jeito que ele acha que ficará melhor. É ele que fica ao seu lado, quando você está dirigindo, te dizendo qual o melhor caminho a seguir, mesmo que você já conheça o trajeto décor.

Não lembro o ano em que não tive que conviver com alguém assim, seja homem ou mulher. Na verdade, mulheres são naturalmente mais chatas do que os homens. Deve ser pelo fato dos hormônios se revoltarem com elas uma vez por mês.

O chato sempre se fantasia de melhor amigo e quando indagado o porquê de tantas criticas a seu respeito, sorridente e com a cara de pau, típica de quem só usa no rosto como “hidratante” óleo de peroba, diz que “são criticas construtivas!”. Construir é uma coisa, demolir é outra completamente diferente. Se bem que o engenheiro do Palace II, no Rio não sabe a diferença até hoje.

Existem várias formas de se falar algo que lhe incomoda em um amigo ou colega. Procure sempre analisar para ver como a pessoa receberá a crítica, se ela tem fundamento e se afeta outras pessoas. Porque, se você for o único atingido, como diz o dito popular “incomodados que se mudem”. E se depois dessas dicas o relacionamento com o seu (sua) colega chato(a) não melhorar reflita se não é você que está envelhecendo e ficando chato.

*Texto de Rafael Veloso, publicado originalmente no Guia Semanal de Ideias, do Caderno Dez!, do jornal A Tarde, em 4 de setembro de 2003.

Um ano de total dependência

Hoje, 7 de setembro de 2003 – um ano se passou. Eu que pensei que não fosse conseguir resistir a tanta dor, estou aqui lembrando desta mesma data um ano atrás, naquela bela tarde de sábado, onde nos conhecemos.

Hoje, sinto o peso da mágoa que trago em meu coração. Sei que o quanto me custou e custa não ter desistido de viver, mesmo que seja longe de você. Sei o quanto mudei nesses doze meses, quantas noites em claro escrevendo textos e textos na esperança de exorcizar tua presença em minha mente, para que eu pudesse finalmente deitar e dormir em paz. Sei o quanto foi difícil, naquela noite de Natal, ver cair por terra o único fio de esperança que eu mantinha de reatar nosso namoro, quando você me disse estar com alguém que estava lhe fazendo feliz.

Sigo em um processo lento e progressivo. Um dia após o outro, tentando me manter vivo. Tentando manter acessa a chama da esperança em amar novamente. Brigando contra essa apatia que estou vivendo, contra a fúria do tempo e da alma humana, para que essa chama não se apague. Continuo tentando buscar no meio da multidão alguém que consiga preencher o vazio que você deixou. Busca até agora, em vão.

Quero pedir licença ao compositor Leoni, para parafrasea-lo e adequar a letra de Os Outros“Já conheci muita gente / (…) procuro evitar comparações / entre flores e declarações / eu tento te esquecer / a minha vida continua, mas é certo que eu seria sempre seu” .

No dia do grito da Independência do Brasil, eu lembro esses versos que fiz para a pessoa que criou em mim a total dependência e aproveito para dizer-lhe e gritar ao mundo se for preciso que, apesar de tudo – toda a nossa história conturbada e efêmera para alguns -, eu continuo TE AMANDO…

Lembro…

(Rafael Veloso)

 

Lembro a expectativa

de como você reagiria,

quando toquei em sua mão

pela primeira vez.

(…)

Lembro da sua respiração ofegante

(…)

Lembro dos planos que fizemos

Lembro ter prometido

que seriamos compreensivos

um com o outro.

(…)

Lembro da dependência

que você criou em mim,

no dia 7 de setembro.

 

Lembro do meu atraso de quase uma hora

Lembro de tudo isso e ao lembrar,

sinto como se você ainda estivesse ao meu lado.

(…)

Lembro de te ligar para desejar boa noite, (…)

(…)

Lembro de você sempre que passo

naquele shopping center,

na praça dos cinemas,

no estacionamento,

na orla,

nas músicas que ouvimos,

na rádio que você sintonizou,

nas mensagens de e-mail,

no caminho para a minha casa,

no seu antigo número de telefone

– que não sai da minha cabeça

(…)

Lembro de você nas primeiras horas do dia

e sempre no último suspiro ao adormecer.

Você está presente em minha rotina.

Você está em mim.

Eu agradeço a Deus por você existir e

ter entrado em minha vida,

mesmo que tenha sido como

um cometa.

Queria tanto estar ao seu lado nesse momento.

Tenho certeza de seriamos felizes juntos!

 

Lembro,

sempre lembrarei

e não quero te esquecer jamais.

 

Lembro de você “porque nunca na vida tive um amor verdadeiro.”

“Por estando ao teu lado eu enfrentaria o mundo inteiro”.

Eu só não consigo lembrar o que fizemos de errado?

Salvador, 16 de dezembro de 2002, 0h47min.

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Show de Margareth Manezes leva público recorde à Concha
Show de Margareth Manezes leva público recorde à Concha

Fui em um encarte de LP (isso mesmo aquela bolachona preta que nossos pais colocavam nas radiolas para ouvir os grandes sucessos dos artistas da época), que encontrei a letra dessa música que Margareth Menezes interpretou no seu maravilhoso show, onde gravou o seu CD ao vivo. O nome do disco deverá ser Tete a tete com Margareth.

Segunda a cantora, o título do novo álbum foi dado pelo tribalista Carlinhos Brown. O momento foi simplesmente mágico, pois um público recorde (cerca de 6.400 pessoas) na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, cantou com Maga, a música Carinhoso, composta em 1923 por Pixinguinha e João de Barro. Nessa versão da estrela baiana a música ganhou uma batida mais pesada com a percussão vibrante dos músicos de sua banda.

Pra quem não lembra Carinhoso, ficou nacionalmente conhecida entre os mais novos (pelo menos da minha geração), como o tema da campanha publicitária do iogurte Chambynho. E para quem não lembra, eu coloco aqui a letra para assim que o CD por lançado todos possam acompanhar a voz grave de Maga.

Carinhoso
(Pixinguinha – João de Barro)

Meu coração, não sei por quê,
Bate feliz quando te vê…
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas, vão te seguindo…
Mas, mesmo assim, foges de mim.


Ai, se tu soubesses
como eu sou tão carinhoso
e o muito, muito que te quero…
e como é sincero o meu amor.
Eu sei que tu não fugirias mais de mim…
Vem, vem, vem, vem…
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus

 
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim estão,
Serei feliz, bem feliz…
Meu coração…

Broncas do Rafa – O país do jeitinho, tem jeito?

Por Rafael Veloso*

Nunca se viu estourar na mídia brasileira tantos casos de corrupção, em vários setores da sociedade, deixando de ser uma exclusividade dos políticos. As CPI’s vão se espalhando por quase todos os estados, aumentando o número de acusações e envolvidos. O desvio de milhões de dólares da Previdência Social, feito pala advogada Georgina de Freitas, a violação do painel do senado, a fabricação de pílulas anticoncepcional feitas de farinha, além da “ajudinha” dada a algumas empresas falidas, por parte de órgãos do governo, como a extinta SUDAM e o BNDS, são alguns dos casos que os brasileiros exigem respostas.

A população cansada de permanecer “deitada eternamente em berço esplêndido”, está acordando para a realidade e cobrando dos governantes uma atitude mais eficaz contra esse “mar de lama”, que envolve autoridades, empresários e políticos corruptos. Só assim, quando for criado em cada cidadão a real consciência de que o motorista que subornar um guarda de trânsito para não ser multado, está contribuindo para que o Brasil continue sendo conhecido como o país da “lei de Gérson”. Só com o fim da impunidade, é que se poderá dizer que o país do jeitinho, tomou jeito.

*Texto escrito em 13 de junho de 2002.